Recentemente, em São Paulo, participei de duas reuniões com pessoas de diferentes áreas de atuação. O que mais me chamou atenção foi a similaridade das discussões em relação à alfabetização na infância. Ambos os interlocutores argumentaram sobre a relevância de iniciar a alfabetização desde cedo, destacando diferenças entre escolas públicas e privadas.
Alfabetização na Educação Infantil: Uma Questão Crucial
É notável que muitas crianças em escolas privadas concluem a educação infantil já sabendo ler e escrever palavras. No entanto, é preocupante observar que os próprios defensores da alfabetização desde cedo na rede particular de ensino expressam a crença de que não se deve iniciar o ensino da leitura e da escrita na educação infantil pública, o que não se justifica.
Pesquisas e Evidências Internacionais: O Papel da Consciência Fonológica
Pesquisas internacionais têm mostrado consistentemente que trabalhar a consciênciafonológica desde a tenraidade é fundamental para o desenvolvimentodaalfabetização. Ao envolver as crianças em brincadeirascomsílabas e sons das letras, desde os três ou quatro anos de idade, é possível prepará-las para a leitura aos cinco anos ou até mesmo antes, de maneira natural e lúdica.
Estimulando as Habilidades Precursoras da Leitura na Educação Infantil
Portanto, é essencial que gestores e educadoras de escolaspúblicas incentivem o desenvolvimento das habilidadesprecursorasdaleitura e da escrita. Desde a consciênciafonológica até o ensinodossonsdasletras, é primordial promover atividades lúdicas que despertem a curiosidade das crianças e as incentivem a aprender.
Conclusão
Em resumo, a alfabetizaçãonaeducaçãoinfantil é uma questão fundamental que merece atenção especial. Ao reconhecer a importância de iniciar o ensinodaleituraeda escrita desde cedo, de maneira lúdica e sistemática, podemos preparar as crianças para uma jornada de aprendizado mais eficaz e gratificante.
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
A fluência de leitura é uma habilidade fundamental que contribui significativamente para o aprendizadoe odesenvolvimento das crianças. Neste artigo, vamos explorar uma estratégiaeficaz para estimular a fluência de leitura: a leitura repetida.
Leitura Repetida: Estratégia Eficiente
Durante a pesquisa da Olimpíada Internacional de Leitura (OIL), revisamos estudosexperimentais dos últimos vinte anos para identificar as práticas mais eficazes no ensino da leitura. Entre elas, a leitura repetida se destacou como uma técnicapromissora.
Como é a Prática da Leitura Repetida
Mas afinal, o que é leiturarepetida? Trata-se de apresentar um texto à criança para que ela o leia várias vezes. Um exemplo simples seria estruturar o texto como uma pirâmide, começando com uma palavra na parte superior e adicionando, nas frases, palavras em cada linha subsequente.
A Leitura Repetida Treina o Cérebro
Alguns podem questionar se essa abordagem é eficaz ou se apenas leva à memorizaçãomecânicado texto. No entanto, a leitura repetida não visa apenas à memorização, mas sim ao treinamentodo cérebro para processare reconhecer palavras de forma mais rápida e eficiente.
A escrita é uma habilidade relativamente recente na história da evolução humana, e aprender a ler requer uma reorganização cerebral significativa. Ao fortalecer as conexões cerebrais através da leitura repetida, ajudamos as crianças a desenvolver uma memória de trabalho mais robusta, o que facilita a compreensão e a retenção do que estão lendo.
Fluência Leva à Compreensão Leitora
Além disso, a fluência de leitura está diretamente ligada à capacidade de compreensão. Quando uma criança consegue lerrapidamente e sem esforço, ela pode se concentrar na compreensão do texto, em vez de se preocupar com a decodificação das palavras.
Conclusão
Implementar a leiturarepetida é simples e eficiente. Faça a criança dedicar apenas alguns minutos por dia para essa prática e logo verá resultados. Você pode estruturartextos para leitura repetida em forma de pirâmide e incentivar os pequenos a lerem cada linha, construindo gradualmente sua fluência e confiança.
Dicas
Para acessar mais recursos sobre estratégias de ensino da leitura, confira nosso ebook “Consciência Fonológica na Educação Infantil e no Ensino Fundamental” em escribo.com/ebook e assine nossa newsletter para receber conteúdos exclusivos e atualizações.
Estimular a fluência de leitura é essencial para garantir que todos os pequeninos desenvolvam habilidades de leitura sólidas. Compartilhe este artigo com suas colegas e juntos vamos promoveruma educação baseada em evidências e proporcionar oportunidades de aprendizado significativo para todas as crianças!
Se você já implementa estratégiasde fluência de leitura, escreva suas experiências nos comentários. Queremos conhecer suas histórias e práticas para enriquecer nossa comunidade de educadoras. Até a próxima!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
Você sabe qual é a coisa que a maioria das escolas do Brasil esquece de fazer nos anos iniciais do ensino fundamental e que, se fizesse, as crianças teriam resultadosimensamentemelhoresemlínguaportuguesa? A resposta encontra-se no estímulodafluência de leitura.
A Olimpíada Internacional de Leitura Estimulou a Leitura nos Alunos
No ano passado, realizamos a Olimpíada Internacional de Leitura (OIL), uma iniciativa que contou com mais de 150 escolas e 23 mil alunos participantes. O objetivo principal dessa Olimpíada foi avaliar e estimular a fluência e compreensão de leitura, algo que, infelizmente, é muito pouco trabalhado no Brasil.
A OIL Levou a Prática Sistemática de Leitura para dentro das Escolas
Aqui, os cursos de pedagogia não trazem essa ênfase e poucas escolas pioneiras já trabalham a fluência de leiturade forma sistemática. Na Olimpíada, buscamos trazer isso para o dia a dia das escolas, tanto públicas quanto privadas, para avaliar o impacto no engajamento e no aprendizado das crianças.
Resultado da Olímpiada: Melhora Considerável na Compreensão de Textos
Embora ainda não tenhamos divulgado oficialmente os resultados da Olimpíada, estive estudando os dados coletados nas últimas semanas e encontramos coisas muito animadoras. Trabalhar a velocidade, precisão e entonação ou prosódia (expressividade) da leitura das crianças tem um impacto significativo na compreensão de textos.
Entender os textos, sejam literários, didáticos ou de qualquer gênero textual, é essencial para que a criançaaprenda não só o conteúdo de língua portuguesa, mas todos os tópicos presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Dica para a Fluência de Leitura das Crianças
Se você ainda não pratica a fluência de forma sistemática, aqui vai uma dica: é importante exercitá-la diariamente, mas em doses pequenas. Pesquisas experimentais mostram que o melhor trabalho de fluência é constante e em curtos períodos de tempo. Não é necessário dedicar horas e horas todos os dias; apenas 15 a 20 minutos diários podem fazer uma grande diferença.
Conclusão
Ao estimular a fluência, seus estudantes vão ler mais rápido, com maior precisão e entender melhor os textos. Eles serão capazes de lidar com textos mais longos e ter uma habilidade de leitura muito maior do que tinham antes.
Em breve, divulgaremos os resultados da Olimpíada, e você verá o quanto esse exercício com fluência pode fortalecer o aprendizado das crianças. Mas não espere por nós; comece a estimular as professoras a trabalharem a fluência com base em evidências e de forma sistemáticadesde já.
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Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
O caminho da pedagogia pode ser desafiador e estressante para muitos. Uma observação de Angélica, uma professora engajada em nossa comunidade que participa de nossa newsletter, levou-me a uma reflexãoimportante sobre como os cursos de pedagogia deixam a desejar napreparaçãodasfuturas professoraspara lidar com o estresse do cotidiano escolar.
O comentário de Angélica foi sobre o capítulo do próximo lançamento, “A Professora do Ensino Fundamental”, no qual a personagemJuliana enfrenta uma situaçãocomplexa. Além dos desafiospessoais, ela se depara com uma grandediscrepância de aprendizagem entre seus alunos, o que a deixa em uma verdadeira montanha-russa emocional.
Dois Quesitos Primordiais Ausentes da Formação de Professores
Minha ponderação sobre esta questão levou a uma constataçãobastantepertinente: a falta de dois elementos essenciais naformação de professores. O primeiro deles é a conexão direta com a prática do ensino e da aprendizagem em escolas. Muitos cursos focam demasiadamente na teoria, deixando pouco espaço para a vivênciareal em sala de aula. Em contraste, os melhores programas de formação ao redor do mundo oferecem uma prática intensa, com os estudantes imersos no ambiente escolar diariamente, sob a mentoria de profissionais experientes.
O segundo componente crucial é a inclusão das pesquisas fundamentais sobre o processo de aprendizagem e as estratégias de ensino mais eficazes. Infelizmente, muitos cursos de pedagogia no Brasil ainda se apegam a teorias clássicas, negligenciando os avanços recentes da neurociência, psicologia cognitiva e educação. Isso resulta em práticasdesatualizadas que impactam diretamente o desempenho dos alunos, especialmente na alfabetização.
Como Vencer os Desafios da Sala de Aula
Para superar esses desafios, é essencial que coordenadoras de cursos de pedagogia, gestoras escolares e estudantes busquem incorporar evidênciascientíficasexperimentais em sua prática. Essa abordagem baseada em resultados pode transformar a formaçãode futuras professoras, preparando-as de forma mais eficaz para enfrentar as demandas reais da sala de aula.
Conclusão
Portanto, é crucial buscar uma formaçãoque una teoria e prática, embasada em pesquisas atualizadas. Somente assim as futuras professoras estarão verdadeiramente preparadas para enfrentar as diversasrealidades do ambiente escolar e contribuir de forma significativa para a educação de nossas crianças.
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Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
Se você é coordenadora, professora ou gestora na área da educaçãoinfantil, já parou para pensar no que está fazendo hoje para garantir uma boa avaliaçãodeaprendizagem daqui a um, dois ou três meses? Vamos explorar juntos essa questão crucial.
Ontem, durante uma reunião com minha equipe de desenvolvimento de software aqui na Escribo, o André, um dos nossos desenvolvedores, fez uma pergunta que me fez refletir sobre o processo de avaliação nas nossas escolas. Infelizmente, no Brasil, é comum a maioria das escolas interromper suas atividades para realizar avaliações e redigir relatórios das crianças, seja no final do trimestre, do primeiro bimestre ou até mesmo semestralmente. Algumas chegam até a enviar apenas um relatório por ano para as famílias.
Qual é a periodicidade de escrita de relatórios na sua escola?
Independentemente da frequência com que essas avaliações são realizadas, é importante adotar boas práticas que levam a relatórios de melhor qualidade e, consequentemente, a uma avaliação mais eficaz para melhorar o aprendizado das crianças.
Boas práticas para se fazer relatórios de qualidade
Uma dessas práticas fundamentais é realizar registroscontínuos do que acontece dentro da sala de aula. Se uma criança enfrenta um problema, registre. Se outra criança faz algo extraordinário, também registre. Esses registros podem ser feitos de várias formas: anotações, fotografias dos artefatos produzidos pelas crianças ou até mesmo registros sonoros. O importante é coletar informaçõesconstantemente.
Ao final de um período de dois ou três meses, quando for escrever o relatório, será fácil consultar esses registros. Ter um histórico ajuda a fazer um diagnóstico preciso sobre a evolução da criança naquele trimestre.
Um bom sistema ajuda a consolidar os registro sobre cada criança
Se você parar daqui a três meses e tentar se lembrar do que aconteceu hoje na aula, certamente terá dificuldades. Daí vem a importância dos registros. Se tiver um sistema que facilite essa coleta ao longo do tempo, poderá consolidar todos osregistrossobre cada criança e produzir relatórios de melhor qualidade, mais informativos e personalizados tanto para você quanto para as famílias.
Conclusão
Se ainda não está coletando dados de forma constante, é importante começar a fazer esses registros. Se não possui um sistema para isso, estamos aqui para ajudar. Envie uma mensagem para conhecer o nosso.
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Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
Se você quer aprender a fazer a diagnose inicial de leitura para entender como as melhores escolas do mundo conseguem resultados tão significativos, você está no lugar certo. Marlete enviou uma pergunta bastante interessante sobre como conduzir a diagnoseinicial para descobrir os níveis de hipótese de escrita das crianças do infantilcinco.
Teste das Hipóteses já Ultrapassado: Teoria de Emília Ferreiro
Muitas pessoas ainda utilizam a antiga teoria de Emília Ferreiro, que é bastante difundida aqui no Brasil, embora não seja tão conhecida em outros países, exceto, talvez, na Argentina. Porém, é importante considerar que essa teoria foi desenvolvida com base em pesquisas da década de 1960 e muitas das situações descritas por Ferreiro naquela época parecem não ocorrer mais no Brasil, pelo menos de acordo com nossos dados provenientes de mais de dez mil escritas decrianças ao longo do tempo.
A atualidade dos Instrumentos Padronizados para Avaliar Leitura e Escrita
Então, qual seria uma abordagem mais eficaz? A nossa conclusão é que não é necessário se preocupar tanto em aplicar o teste das hipóteses de Emília Ferreiro. Ao invés disso, é mais interessante e confiável utilizar um instrumento padronizado para avaliar a leitura e a escrita das crianças. Isso é exatamente o que as melhores escolas do mundo fazem.
Esses instrumentos são desenvolvidos por especialistasemavaliação e são aplicáveis a qualquer habilidade que se deseje avaliar. Por exemplo, para a leiturae a escritadepalavras, existe um instrumento padronizado aqui no Brasil, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Mackenzie, como as professorasSeabra e NatáliaDias.
A Eficácia dos Instrumentos Padronizados
Esse instrumento, utilizado em larga escala nas nossas pesquisas no Nordeste, consiste em uma lista de palavrasparaditado e outra lista para leitura. Ambas são compostas por dez palavras, e a correção é feita com base no número de letras que a criança acertou ou errou.
Por que essa abordagem é eficaz? Porque estudos na área de alfabetização nos últimos vinte anos têm mostrado que as crianças que apresentam uma melhor correspondência entre letras e sons tendem a aprender a ler e a escrever mais rapidamente e com melhor qualidade.
Conclusão
Portanto, ao utilizar esse instrumento padronizado, você pode obter um indicador numérico preciso da habilidade de leitura de cada criança. Esse indicador pode ser usado para monitorar o progresso ao longo do tempo e demonstrar o crescimento obtido através do seu trabalho e do esforço das crianças.
Se você deseja mais informações sobre alfabetização, planejamento ou avaliação, deixe seu comentário que estaremos à disposição para responder. E não se esqueça de compartilhar esse vídeo com suas colegas professoras, coordenadoras e diretoras. Siga-nos nas redes sociais @americoescribo ou @escriboplaypara ficar por dentro das novidades. Até os próximos artigo e vídeo!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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