Deputado Quer Levar a Educação Brasileira de Volta à Era da Pedra

Já se sabe que a educação brasileira é um grande desafio. Nós temos um país grande, rico e diverso, embora pouco disso tenha se refletido em nossa educação. O que vemos são problemas de infraestrutura, valorização insuficiente dos professores e uma falta de ação efetiva por parte dos governantes.

O caminho para mudar esse cenário é a criação de espaços de diálogo entre a população e os representantes políticos, para que possamos decidir em conjunto as prioridades e quais caminhos seguir. Infelizmente, não é assim que algumas autoridades pensam.

Sem discussão com a sociedade, sem levar em conta as pesquisas da área, saindo da inercia (típica do legislativo brasileiro em questões polêmicas) para a ação unilateral, o Deputado Alceu Moreira propôs um projeto de lei que pode jogar a educação brasileira, do estado precário em que se encontra, de volta à Idade de Pedra.

Antes de tudo, que projeto de lei é esse?

Camara de deputados - Brasil

Que a tecnologia se tornou algo universal não é mais novidade. Cada vez mais ela é parte de nossas vidas. A chegada da tecnologia na sala de aula e sua influência no aprendizado como um todo, portanto, não é uma surpresa.

Todos os anos, milhares de pesquisadores pelo mundo fazem estudos detalhados para nos ajudar a entender como melhor integrar a tecnologia à sala de aula, facilitando a vida dos professores e o aprendizado dos alunos.

Ignorando evidências sólidas e os estudos realizados nos centros de referência, um deputado quer aprovar uma lei que proíbe aparelhos eletrônicos portáteis na sala de aula. Simples assim.

O projeto de lei proposto pelo deputado Alceu Moreira é uma atualização de um projeto mais antigo, proposto em 2007 (PL 2246/07). Este sugeria a proibição de telefones celulares na sala de aula, enquanto que o novo expandiu a proibição para qualquer eletrônico portátil (o que inclui tablets).

Ao invés de abrir um espaço para debates, convidar a população e os estudiosos da área para conversar, o deputado simplesmente sugere tornar crime o uso de tecnologia na sala de aula. O que é uma ótima forma de andarmos para trás em termos de desenvolvimento, para a “idade da pedra”, num setor tão frágil quanto a Educação no Brasil.

Art. 1º Fica proibido o uso de aparelhos eletrônicos portáteis nas salas de aula dos estabelecimentos de educação básica e superior.

O texto já foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura, mas ainda está pendente para análise em outras duas comissões antes de ir à votação.

Parágrafo único. Serão admitidos, nas salas de aula de estabelecimentos de educação básica e superior, aparelhos eletrônicos portáteis, desde que inseridos no desenvolvimento de atividades didático pedagógicas e devidamente autorizados pelos docentes ou corpo gestor.

Um ponto que pode ter chamado sua atenção é o trecho final do parágrafo único acima, o qual abre uma exceção no caso de aulas planejadas.

“Então,  o projeto só fala da proibição de aparelhos fora do plano pedagógico. Se a escola decidir implantar um projeto com tablets, por exemplo, ela pode. O que há de errado nisso?”

O verdadeiro problema com a lei que proíbe tablets e celulares em salas de aula

O PL 104/15 justifica que a falta de atenção do aluno nas aulas é decorrente do uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos, por isso deve-se proibi-los.

Parece bem simples, certo? Se os alunos estão distraídos, então vamos proibir a fonte de distração.

O problema é que a educação não é um campo simples e direto assim; é complexa e cheia de nuances. Existem diversos fatores que distraem os alunos e a tecnologia, ao contrário do que afirma o ilustre deputado, já foi identificada em estudos como fator de engajamento dos alunos.

Sabe-se que é preciso uma melhor gerência da tecnologia na sala de aula, mas a simples proibição através de uma lei é o melhor caminho?

Pode ser que esse ambiente proibitivo deixe os estudantes e professores desconfortáveis, o que causará um impacto negativo na motivação e no aprendizado. Outra possibilidade, bastante provável, é afastarmos ainda mais os jovens de nossas escolas, aumentando a evasão escolar, que no Brasil gira em torno de 25% – terceira taxa mais alta do mundo de acordo com dados do PNUD.

O risco é alto e os benefícios não estão tão claros para que se justifique tomar uma decisão tão drástica como prega tal projeto de lei. O deputado em questão saberia disso se tivesse consultado especialistas qualificados na área ou se tivesse aberto um debate a respeito.

1. Celular na sala de aula pode dar cadeia?

Aqui fica claro como há um uso desproporcional de força legal para resolver um desafio pedagógico. Já imaginou se, cada vez que um estudante quebrasse uma regra na sala de aula, fosse preciso chamar a polícia militar para levar o aluno para a delegacia?

Não faz o menor sentido propor uma lei se não há forma prática de se coibir quem a desobedece. Aliás, isso pode ser um indício (como é, nesse caso) que a legislação foi feita sobre um assunto que deveria ser tratado de outra maneira.

2. E a autoridade do professor?

O professor, como mediador entre o estudante e a aprendizagem, sempre deteve a autoridade para utilizar os recursos didáticos necessários para sua aula. O docente procura formas de melhorar a aprendizagem e de manter os alunos atentos e interessados. Será que uma “proibição vinda de cima” vai realmente ajudar o professor em sua tarefa de ensinar?

O que algumas pessoas não percebem é que o projeto de lei “inofensivo” e “bem intencionado” abre um precedente perigoso na educação: que todo problema na sala de aula seja resolvido por uma legislação, sem debate com as partes envolvidas.

Como professor, gestor, diretor, ou mesmo aluno, você consegue imaginar como seria uma sala de aula com quase tudo regido por leis federais?

A resposta está no cultivo de boas práticas, não em leis

Tecnologia na sala de aula

Tecnologias, até mesmo pela definição da palavra, são ferramentas à disposição de quem as utiliza. Não há nenhum valor intrínseco positivo ou negativo na ferramenta em si, apenas na forma como é utilizada.

O mesmo raciocínio se aplica às tecnologias educacionais.

Inúmeros estudos são feitos todos anos demonstrando correlações positivas entre uso da tecnologia e melhor aprendizado. Se a internet, os tablets, os computadores, os aplicativos forem usados para estimular a imaginação dos estudantes e amparar o trabalho do professor, com objetivos claros, podem ter impactos positivos não apenas nas notas, mas no desenvolvimento de habilidades e no engajamento dos estudantes.

As novas tecnologias e abordagens pedagógicas estão também transformando o papel do professor em sala de aula. O mais recente relatório do NMC (New Media Consortium), mostra tendências tecnológicas que devem se difundir na educação básica com mudanças na atuação docente. O professor não será substituído, mas sim será elemento fundamental para mediar, ensinar os estudantes a aprender, a relacionar conteúdos pedagógicos com o mundo real, a pesquisar além da internet.

“Uma das imagens mais caricaturescas difundidas da tecnologia na educação representa um computador que substitui o docente, oferecendo automaticamente a informação aos estudantes. Mas isso tem levado a resultados pobres, particularmente quando a ênfase dos currículos já não está apenas nos conhecimentos, mas também nas competências”, diz Francesc Pedró, representante da Unesco para educação.

Não é uma questão de “ou professores, ou aparelhos eletrônicos” na sala de aula; mas sim de “professores e aparelhos eletrônicos” para facilitar o papel do professor e melhorar o aprendizado dos estudantes.

O Brasil não pode remar contra a maré educacional

FOTO: Iran Daily

FOTO: Iran Daily

A UNESCO acredita que as Tecnologias de Informação e Comunicação podem contribuir com o acesso universal da educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a administração educacional ao fornecer a mistura certa e organizada de políticas, tecnologias e capacidades.

Portanto, o uso de tecnologias é uma estratégia que permite que o aluno aplique na prática o que aprendeu de maneira a conectar os conteúdos curriculares com o mundo real, auxiliado pelo professor. Não podemos deixar todo esse potencial de lado para apoiar, por mais “bem intencionada” que seja, um projeto que tenta regulamentar o uso de tecnologias através de proibição legal. O precedente negativo que isso criaria é desastroso.

Causar mudanças significativas na educação brasileira é um desafio e tanto. Não vamos tirar da mesa a tecnologia, uma de nossas aliadas mais fortes nesse projeto.

Por isso, é importante que você compartilhe esta notícia, especialmente com amigos de profissão, para que não deixe que este projeto absurdo jogue nossas crianças no passado!

Conheça os 7 componentes do ecossistema de aprendizado na era digital

Um ecossistema é, por definição, formado pela interação de organismos vivos em comunidades. Quando visitamos uma sala de aula na era digital, é possível traçar um paralelo com a ideia de ecossistema, pois vemos alunos usando ativamente diversas ferramentas de tecnologia com o objetivo de adquirir mais informações. Nesse ecossistema, vemos estudantes e professores como os organismos vivos que interagem entre si e com o ambiente da sala de aula de forma orgânica, visando construir um aprendizado baseado em experiências.

Quais são os componentes desse ecossistema de aprendizado na era digital? Quais são as instalações necessárias para formar um ambiente de aprendizado sustentável, que perdura através do tempo e das adversidades? O doutor em tecnologia educacional Tim Clark listou algumas das medidas essenciais em um ecossistema de aprendizado sustentável na era digital, a fim de estimular professores e diretores à otimizarem seus espaços pedagógicos:

1. Senso de comunidade

Professores nutrem intencionalmente um senso de comunidade nos ecossistemas de aprendizagem na era digital. Essa nova geração de educadores conhece os interesses, pontos fortes e desafios de seus estudantes, e está ansiosa para aprender junto com eles. Em vez de se colocarem como os experts e guardiões de todo o conhecimento, os professores do ecossistema de aprendizado na era digital possuem uma metodologia horizontal, que lhes oferece a oportunidade de aprender e desenvolver habilidades ao explorar com seus alunos os conteúdos digitais. Nesse ecossistema, uma das tarefas do professor é arraigar a cidadanida digital às salas de aula, pois muitos estudantes trazem de casa, já desenvolvidas, suas próprias normas e formas práticas de coexistir com a tecnologia, que nem sempre são ideais – logo, os professores precisam encorajar e estimular o uso saudável da tecnologia e destacar quais devem ser as principais fontes de pesquisa, agindo como mediadores neste mundo de conteúdos sem fim.

2. Perguntar é essencial

Professores devem desenvolver aulas e unidades de estudo com uma postura essencialmente aberta para receber perguntas. Na era digital, essa estratégia é necessária no ecossistema de aprendizagem pois provoca um interesse mais profundo dos alunos pelos conteúdos, maior reflexão das ideias expostas em aula, e principalmente encoraja os alunos à desenvolverem, sozinhos, soluções para futuros problemas. A medida que as aulas são moldadas buscando a interação dos alunos através de perguntas, mais é promovida e estimulada a cultura da inovação e da pesquisa empírica na sala de aula.

3. Conteúdo digital instigante e cativante

Não basta o conteúdo ser digital, ele precisa ter qualidade. Senão será apenas mais um livro dentro de um tablet, o que ajuda a diminuir o peso nas mochilas, mas em nada inova ou instiga. Estudantes do ecossistema de aprendizado digital precisam acessar conteúdos ricos em recursos multimídia, como jogos interativos e animações. Professores podem modelar suas estrategias conduzindo, por exemplo, pesquisas inteligentes para encontrar aquela informação necessária na questão. Tal informação pode ser revisada e autenticada por eles mesmos, estimulando desde cedo pesquisas bem feitas, nos portais ideais, de forma que futuramente eles já estejam aptos à lidar com a vasta infinidade de literatura digital disponível na web. O conteúdo digital de qualidade também permite que o conhecimento seja upado e compartilhado com outras salas de aula, promovendo novas atividades e experiências pedagógicas.

4. Avaliar para Aprender

Uma vez que o conteúdo digital é algo novo, o modo de avaliação não pode ser velho. O professor deve direcionar sua avaliação para práticas que estimulem o surgimento de ideias e habilidades inéditas para resolução daqueles problemas, utilizando discussões participativas, conteúdos produzidos pelos próprios alunos a partir daquela tecnologia educacional e apresentações multimídia, garantindo sucesso nas avaliações.

5. Múltiplas ferramentas tecnológicas

Sejam os tablets e celulares que os próprios estudantes trazem de casa ou os computadores e plataformas oferecidos pela escola, cada tecnologia desenvolverá novos propósitos para o ecossistema de aprendizagem na era digital. Cada uma será o meio de construir conexões entre professores, estudantes e conteúdos. Quanto mais opções de ferramentas, mais opções de tarefas para realizar com elas surgirão. Nesse contexto, haverão situações em que um smartphone ou um tablet serão a mais apropriada plataforma, seja para tirar uma foto, responder uma questão ou acessar conteúdo, mas em outros momentos o uso de um laptop ou computadores desktop deve ser mais indicado. O importante é que não faltem opções: quadros interativos multimídia, equipamento de vídeo, aulas com material em 3D. Aprender quando e como usar a ferramenta certa para determinada atividade é essencial para favorecer o ecossistema de aprendizado na era digital.

6. Design que contemple a diferença e a acessibilidade

Os professores da nova geração precisam atentar para um fato ignorado por muitos anos na educação: cada estudante é único. Logo, no ecossistema de aprendizado na era digital não há nenhum modelo “certo” e excepcional que contemple todos os alunos no processo pedagógico. Cada aluno tem diferentes pontos fortes e desafios, então suas experiências de aprendizagem devem ser adaptadas com base em suas diferenças pessoais. Personalizar o aprendizado deve incluir suportes para estudantes com dificuldades acadêmicas como TDAH ou deficiências físicas,  favorecendo a inclusão. Ferramentas de acessibilidade bem pensadas também são capazes de engajar todos os alunos, por reduzir fatores que poderiam diminuir ou limitar o sucesso, impedindo que a participação seja igualitária.

7. Ambiente divertido e boa infraestrutura para aprender mais

A sala de aula ideal contempla o ambiente digital mas inclui, igualmente, uma variedade de espaços e ferramentas à disposição da necessidade que cada atividade gera. Uma área com uma cesta de livros e alguns pufes coloridos, espaços para discussão e trabalho colaborativo, mobília vibrante e de fácil mobilidade (para ser facilmente arranjada de outra forma) são algumas ideias de como tornar o ambiente acolhedor e funcional, possibilitando múltiplas situações de aprendizado.

Apesar de descritos separadamente, Tim afirma que cada componente do ecossistema de aprendizado na era digital são partes integradas, que com o suporte ideal criam vida à medida que professor e alunos desenvolvem um senso de propriedade e orgulho pelo sistema sustentado por eles mesmos, e orgulho pelo sucesso alcançado.

O que você achou desses componentes? É possível transformar sua sala de aula em um ecossistema de aprendizado na era digital também?

Hackademia apresenta o 1° Simpósio Online Sobre Novas Tecnologias Educacionais

Buscando difundir as novas formas de ensino que estão mudando o jeito de aprender, a Hackademia realizará, de 16 a 22 de Março, o 1° Simpósio Online Sobre Tecnologias Educacionais. As inscrições podem ser feitas pelo Facebook ou no próprio site. O evento conta com mais de 40 palestras ministradas por especialistas, acadêmicos, start-ups e escolas do Brasil e do Exterior, que elucidarão pais e educadores sobre como a educação pode transformar vidas e quais as ferramentas podem contribuir para um estudo melhor.

Confira a lista de representantes das grandes universidades e escolas brasileiras que estarão presentes no evento contando suas experiências em educação digital:

Émerson B. Pereira

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Foto: LinkedIn

 

É diretor de Tecnologia Educacional do Colégio Bandeirantes. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), planeja e acompanha a implementação das atividades que envolvam o uso de tecnologia educacional e de meios e conteúdos digitais.

Stavros Xanthopoylos

Foto: LinkedIn

Foto: LinkedIn

Diretor Executivo do FGV Online. Possui título de Doutor em Administração de Empresas pela FGV-EADSP, leciona e coordena cursos em nível de pós-graduação em Educação a Distância há mais de 10 anos pela FGV.

Rita Maria Lino Tarcia

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Foto: EADAmazon

 

A acadêmica é doutora e mestra em Linguística: Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (FFLCH/USP) e licenciada em Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Atua como Coordenadora Pedagógica do Curso de Especialização em Saúde da Família, oferecido na modalidade a distância pela Universidade Aberta do SUS – UANSUS/UNIFESP.

José Ernesto Bologna

Foto: Youtube

Foto: Youtube

Bacharel, licenciado e pós-graduado em Psicologia e em Administração de Empresas pela PUC/São Paulo e pela Universidade Mackenzie/SP. Fundador e principal titular da “Ethos Desenvolvimento”.

Luiza Mendes

Foto: LinkedIn

Foto: LinkedIn

Pedagoga, especialista em Planejamento Educacional e Gestão Escolar. Foi diretora e coordenadora pedagógica na rede pública estadual do Ceará e professora também na rede privada. Atua como tutora de cursos na modalidade a distância em diferentes instituições, como o Instituto Singularidades.

Augusto de Franco

Foto: Escola de Redes

Foto: Escola de Redes

É escritor, palestrante e consultor. Além de escrever livros sobre desenvolvimento local, capital social, democracia e redes sociais, é o criador e um dos netweavers da Escola- de-Redes – uma rede de pessoas dedicadas à investigação sobre redes sociais e à criação e transferência de tecnologias de netweaving.

Vanessa Spirandeo

Foto: LinkedIn

Foto: LinkedIn

Vanessa já foi tradutora, professora e revisora. Hoje atua como coordenadora de interação e conteúdo da EF Englishtown Brasil.

Adelmo Schindler Jr.

Coordenador do curso de graduação em Ciências Contábeis na modalidade a distância da UNIFACS – Universidade Salvador.

Simone Telles M. Ramos

Foto: LinkedIn

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Professora de língua inglesa para alunos dos cursos de Gestão Empresarial, RH, Eventos e Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec Ipiranga e doutoranda com bolsa CAPES em Linguística Aplicada ao ensino de inglês com novas tecnologias.

Fabrício Lazilha

Foto: LinkedIn

Foto: LinkedIn

Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela Universidade Estadual de Maringá, Fabrício participou da construção do Núcleo de Educação a Distância da UNICESUMAR, passando pelo credenciamento, consolidação do modelo pedagógico de TI, recredenciamento e reconhecimento de cursos e polos de apoio presencial.

Eliane Schlemmer

eliane shclem linked in

Foto: LinkedIn

 

Professora do Programa de Pós Graduação em Educação da UNISINOS, Eliane atua na área de Informática na Educação desde 1989, tendo experiência como docente e formadora de
professores para o uso de Tecnologias Digitais, além de ministrar diversos cursos em nível de extensão.

Gabriel Dualiby

Foto: Google+

Foto: Google+

Monitor de Educação Profissional no Senac Vila Prudente (SP), Gabriel possui Pós Graduação em Tecnologias na Aprendizagem pelo Centro Universitário Senac

Adriana D. Gonzaga

Foto: Facebook

Foto: Facebook

Adriana é Doutora em Biotecnologia e Professora Adjunta da UFAM.

Renato Bulcão

Foto: Lattes/CNPq

Foto: Lattes/CNPq

Professor da UNIP (Universidade Paulista), desenvolve conteúdo para Educação à Distância para diversas instituições.

Paula Carolei

Foto: Blog Articulando Oline

Foto: Blog Articulando Oline

Trabalha com Tecnologia Educacional desde 1993 e possui Possui graduação em Ciências Biológicas e doutorado em Educação pela USP e mestrado em Educação pela UNICAMP. Atualmente é professora adjunta da Unifesp.

Jacqueline Lameza

Foto: Facebook

Foto: Facebook

Especialista em Planejamento, Implementação e Gestão de EaD pela Universidade Federal Fluminense – UFF – RJ. Atualmente é Coordenadora Geral EaD na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes).

A diferença entre usar tecnologia e integrar a tecnologia na educação

Já foi provado que a tecnologia em sala de aula é benéfica para alunos e professores dentro e fora da sala de aula. Mas muitos profissionais da educação ainda não conseguem atingir resultados com sucesso na integração da tecnologia às suas aulas. Mas por que? A coach em tecnologia educacional Aditi Rao defende que muitos professores falham neste processo pois estão apenas usando-a e não integrando-a de fato à sua rotina – e muitos nem chegam a perceber que estão subaproveitando o potencial da tecnologia em aula. Para ela, a grande diferença entre usar e integrar a tecnologia está no impacto que ambas atitudes podem causar na aprendizagem.

Visando ajudar os professores à entenderem melhor as diferenças na  forma de aplicar tecnologia em sala de aula (e como essas formas têm diferentes resultados no processo de aprendizagem), Aditi criou a seguinte tabela, delimitando e destacando as divergências entre “usar tecnologia” e “integrar a tecnologia”.

Créditos: Aditi Rao | Tradução: Escribo

Assim como Aditi Rao, Devita Villanueva, assistente técnica em tecnologia da American School of Dubai, acredita que tecnologia não deve ser pensada como uma metodologia separada, distinta da educação. A tecnologia e suas habilidades devem fazer parte do currículo escolar, inserida dentro da aprendizagem do aluno.

Em suma, as escolas devem unir a pedagogia e o método como um todo na aprendizagem: o aluno deve ter o conhecimento de como manejar a tecnologia, mas também deve manejá-la para ter conhecimento – e os professores somam à esse processo com conhecimento pedagógico, integrando-o também à tecnologia. Para isso acontecer, as escolas precisam tentar e dar chances às novas tecnologias, assumindo seus riscos e minimizando-os através de um planejamento bem feito e materiais de qualidade.

Devita defende que a boa educação é aquela que prepara para o futuro, e nosso futuro não pode fugir da tecnologia. Ela se baseia na frase do filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey:

“Você não pode ensinar hoje da mesma forma que ensinou ontem se seu objetivo é preparar os alunos para o amanhã.”

Você concorda? Como a tecnologia é empregada na sua escola?

 

4 dicas sobre aprendizado móvel para educadores

Apesar de remeter ao entretenimento por grande parte da população, a tecnologia móvel (tablets e celulares) vem protagonizando diferentes formas de aprendizagem, indo além da sala de aula, quebrando paradigmas que definem como o conhecimento deve ser compartilhado.

Um dos desafios do aprendizado móvel para os educadores é justamente filtrar o que de fato importa numa educação móvel de qualidade. No “olho do furacão” da revolução digital, um grande número de informações e aplicativos são divulgados diariamente – e é aí que entra o papel do professor: direcionar o que realmente vale a pena para seus alunos.

Como identificar os aspectos mais úteis dos aparelhos, otimizando o tempo e a tecnologia para aprender? A professora Christy Knable desenvolveu as cinco dicas abaixo, afim de encorajar o uso da tecnologia móvel na educação:

1. O equipamento não é o mais importante

Na era da tecnologia, somos bombardeados por propagandas de todos os lados, afirmando que seus aparelhos são sempre os melhores, usando até a escolha de celebridades como forma de promover as marcas. Na sala de aula, essas coisas pouco importam, pois um aparelho pode ser bom para um aluno e não para outro. Cada um deles possui uma característica única, uma inovação em particular, novas capacidades. A dica quanto à escolha do aparelho é não agonizar em busca do aparelho perfeito e sim trabalhar em desenvolver tipos diferentes de aprendizado com cada um.

2. Mexa-se!

Parece óbvio, mas muitas pessoas passam batido num dos principais componentes da aprendizagem móvel. Para aprender com ela, você precisa ser móvel também! Apesar de ser possível acessar a tecnologia móvel e suas possibilidades de conhecimento disponíveis no sofá de casa, é usando-a tecnologia na rua que o compartilhamento de informações em tempo real torna-se ainda mais interessante. A dica é sair da zona de conforto e levar seu aparelho com você aonde for, para atingir altos níveis de aprendizado. Aguce seu faro por conhecimento e vá, curioso, à museus, palestras, lojas – sempre haverá algo interessante para fotografar, filmar, tweetar ou mostrar para seus alunos via Facebook, quebrando as barreiras físicas das salas de aula tradicionais.

3. Compartilhe

Praticamente todo artigo, vídeo ou página postado na web diariamente possui várias maneiras de ser compartilhado nos dias de hoje. Seja via Facebook, email, blog, ou simplesmente através de comentários, o aprendizado móvel demanda interação digital.

4. Aja como uma criança de 11 anos

Você já percebeu como na pré-adolescência as crianças são extremamente curiosas? Como suas mentes estão em desenvolvimento, elas nunca deixam de perguntar sempre o porquê de tudo. Muitas vezes as perguntas soam bobas, mas depois de alguma reflexão é fácil perceber como elas são, muitas vezes, brilhantes.  Para promover um ensino móvel de qualidade, é preciso que o educador seja tão curioso e questionador quando a criança, em busca de atingir competências no máximo de tecnologias possíveis. Pergunte-se sempre: Por que falhei no upload desse vídeo? Por que esse novo app é melhor que o anterior? Qual a utilidade dessa ferramenta de busca?

Outra característica para se copiar das crianças é que elas sabem perder e sabem experimentar. Se não deu certo, é preciso tentar de novo, talvez de outra maneira. E nunca deixar de ter e sanar dúvidas, pois elas naturalmente podem surgir à medida que vamos descobrindo o potencial da tecnologia móvel.

Professores: já desbravaram a tecnologia móvel além da sala de aula?

Como montar um projeto de tablets na sua escola

Os princípios por trás do BYOD apoiado pelos pais

Matéria de Tess Pajaron, publicada no EdSurge

Comprar tablets para usar na escola nem sempre é viável. Uma saída é incentivar que os alunos tragam os dispositivos que tem em cada para usar na escola. Este tipo de projeto está se tornando popular em vários países e é chamado de Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo). A introdução bem sucedida de um programa BYOD não é uma tarefa fácil. Diretores e professores devem estar preparados para enfrentar vários desafios, como o desenvolvimento de uma política de utilização responsável e formação de pessoal. Talvez a parte mais importante do projeto seja explicar aos pais como deve ocorrer a introdução da tecnologia na sala de aula.

Uma transição eficaz para BYOD só será possível depois de um planejamento muito cuidadoso e detalhista, a partir de um projeto piloto, por exemplo. Ele pode ser ótimo para convencer os professores descrentes e pais que não entendem sobre o uso do BYOD em sala de aula. Apresentar o programa em fases ou numa base voluntária também irá ajudar os educadores a detectarem potenciais problemas e corrigi-los antes de lançar um projeto BYOD em grande escala.

Se você é um educador interessado em desenvolver um programa de BYOD em sua escola, já convenceu seus colegas céticos e o pessoal do administrativo, é hora de enfrentar o desafio final – os pais. Aqui estão algumas dicas sobre como educar os pais e fazer com que eles entendam a importância do projeto, apoiando-o totalmente.

Princípios dos projetos com tablets

É necessário orientar os pais: fornecer materiais educativos sobre as expectativas e as políticas de uso de dispositivos móveis, os benefícios de sua utilização na sala de aula e como exatamente eles vão ser usados para apresentar o material didático de uma forma atraente.

Você também terá que decidir quais os dispositivos que vai usar e, em seguida, explicar aos pais as razões por estar apoiando um tipo de dispositivos e excluindo outros. Certifique-se que os pais estão cientes de que todas as medidas de segurança tomadas para proporcionar a experiência mais adequada para os alunos – uma política especial de segurança BYOD – deve ser um dos principais pontos a ser enfatizado com os pais.

Como trabalhar a questão do custo

Se você quer que seu programa de BYOD traga um valor real para a sala de aula, você precisa ter certeza de que todos os alunos tem seus próprios dispositivos e podem acessar a web de suas casas. A questão dos custos é uma tarefa difícil – algumas escolas não serão capazes de obter financiamento para o projeto e os pais vão ser os únicos a equipar seus filhos com dispositivos escolhidos pela escola.

A fim de garantir que isso não se torne um problema grave do projeto, tente ver se a escola pode criar um serviço de empréstimo para ajudar a equipar todos os alunos com dispositivos móveis. Algumas escolas oferecem bolsas especiais para ajudar as famílias na compra de um dispositivo ou a instalação de banda larga em casa. Certifique-se de que este aspecto do programa esta bem estruturado antes de começar a convencer os pais de seu valor.

Como estabelecer a política de uso

Os pais costumam associar dispositivos móveis com jogos, por isso alguns deles vão duvidar do seu valor nas escolas e terão medo de que, em vez de participar ativamente das aulas, as crianças vão ficar ocupadas navegando na web. Explique aos pais como você pretende controlar o uso dos dispositivos móveis em sala e se certifique de que os professores estão cientes da política de uso e são capazes de aplicá-la quando necessário.

A importância de orientar os pais

Nem todos os pais entendem de tecnologia e alguns vão exigir explicações adicionais e, talvez, uma demonstração do potencial de uso do dispositivos na sala de aula. Você pode organizar uma sessão de treinamento, onde os pais irão se familiarizar com os dispositivos propostos e suas funcionalidades, experimentando a realidade da sala de aula em primeira mão.

Alguns pais podem temer que o seu conhecimento não seja suficiente para ajudar seus filhos em suas lições de casa, nos equipamentos digitais. Para se certificar de que os professores serão capazes de responder a todas as perguntas que os pais possam ter sobre o lado técnico do projeto, durante as primeiras fases do programa, a comunicação entre pais e professores deve ser mais intensa do que nunca.

Convencer os pais que um programa BYOD pode ser de grande valor para a educação de seus filhos não é fácil, mas é um dever – o seu apoio irá garantir o sucesso de toda a operação.