A Professora Podcast: aprenda com especialistas em alfabetização, neurociência, pedagogia e aprendizagem

A Professora Podcast: aprenda com especialistas em alfabetização, neurociência, pedagogia e aprendizagem

Aprenda com o podcast A Professora! Aqui, profissionais da educação e estudantes de licenciaturas podem aprender mais sobre estratégias pedagógicas voltadas ao aprendizado das crianças da educação infantil e do ensino fundamental. O podcast é transmitido ao vivo sempre às quartas ou quintas-feiras, no YouTube da Escribo, e traz conversas com especialistas sobre evidências científicas em educação, neurociência, alfabetização e aprendizagem. Ouça o podcast A Professora no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts. Veja exemplos de como você pode colocá-las em prática no dia a dia da sala de aula. Confira a seguir alguns nomes que já conversaram conosco – e os próximos convidados!

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Lives anteriores:

Vamos responder as 20 principais perguntas enviadas por vocês, que nos acompanham nos canais da Escribo e participam do podcast A Professora. Aproveitem para tirar dúvidas sobre neurociência, consciência fonológica, tecnologias educacionais e jogos digitais na alfabetização e diversos outros assuntos.

Dar apoio às crianças em jogos educacionais fortalece a aprendizagem | Dr. Seyedahmad Rahimi

Quanto mais se utiliza suportes de aprendizagem em jogos educacionais, mais afetamos o desenvolvimento dos alunos. A descoberta é da equipe do Dr. Seyedahmad Rahimi, professor da escola de educação da University of Florida. Descubra como o uso de suportes de aprendizagem, em atividades que envolvam a gamificação da aprendizagem e a pedagogia dos jogos, podem fortalecer a leitura e escrita e habilidades de alfabetização, matemática e ciências na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.

Com a internet e ambientes digitais, estudantes têm um acesso à informação cada vez maior, enquanto professores são desafiados a desenvolver novas competências e habilidades. Convidamos o professor e pesquisador Dr. Fausto Camargo para falar sobre o tema. Autor do livro A sala de aula digital, o professor Fausto aborda aspectos relevantes da educação na atualidade e apresenta estratégias pautadas em metodologias ativas e voltadas para salas de aula digitais e on-line.

Que tal aprender sobre fluência de leitura com o pesquisador que é referência mundial no assunto? Aprenda com o Dr. Timothy Rasinski, professor de alfabetização na Kent State University, nos EUA. Ele é autor dos livros The Megabook of Fluency e “Artfully Teaching the Science of Reading”, ambos sobre a ciência do ensino de fluência leitora.

Aprenda a fortalecer o aprendizado de crianças disléxicas em uma live com a neuropsicóloga Maria Inez Ocanã, mestre em Psicologia da Saúde e diretora da Associação Brasileira de Dislexia. Na live, vamos abordar quais os principais desafios para desenvolver uma educação inclusiva, exemplos de atividades de avaliação e intervenção, e dicas para gestores, professores e famílias que desejam dar apoio às crianças disléxicas.

O Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) busca tornar o currículo escolar acessível para todos os alunos. Para conversar sobre o tema, convidamos a Jennifer Pusateri, doutoranda em Design Instrucional e consultora em Desenho Universal pela University of Kentucky, nos Estados Unidos. Ela é autora do livro “Transforme seu ensino com o Desenho Universal para a Aprendizagem: seis etapas para impulsionar sua prática”. Na obra, ela explica que DUA propõe o uso de meios diversos de representar conteúdo, de maneira envolvente, prática e que misture formatos digitais, como jogos pedagógicos digitais em smartphones e tablets, e materiais concretos.

Natalie Wexler, jornalista especializada em educação e autora do livro The Knowledge Gap, explica como os currículos escolares americanos, por muito tempo, focaram em “habilidades” e práticas defasadas e descontextualizadas. Ela também conta as histórias de educadores inovadores, que adotaram evidências científicas e hoje realmente fortalecem o aprendizado: seus alunos são mais empolgados para aprender e adquirem o conhecimento – e o vocabulário – que os tornarão bem-sucedidos.

Se você gosta de ler histórias para as crianças, saiba que isso pode fortalecer a aprendizagem e as emoções delas. Para falar sobre o tema, convidamos a Dra. Luciane Piccolo, doutora em Psicologia pela UFRGS e pesquisadora da New York University (NYU); Dr. Alan Mendelsohn, também da NYU, e o Dr. João Batista Oliveira, do Instituto Alfa e Beto, em Brasília.

Eles são autores de uma pesquisa muito interessante sobre como a leitura em voz alta pode auxiliar no desenvolvimento cognitivo e na autorregulação da criança. A pesquisa foi publicada nesta revista acadêmica (em inglês). Segundo a pesquisa, o uso da leitura em voz alta estimulou nas crianças a autorregulação, habilidade de monitorar e modular a emoção, a cognição e o comportamento, para atingir um objetivo e/ou adaptar às situações. A atenção e o controle de impulsos foram as habilidades mais estimuladas. Vocabulário e memória de trabalho também foram influenciados.

Você já se perguntou por que algumas políticas educacionais no Brasil têm melhores resultados do que outras na educação básica? Vamos explorar essa e outras questões em uma conversa com Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação e autor do livro Pontos Fora da Curva. O livro explica também os resultados de localidades consideradas acima da média, como as reformas no Ceará e em Pernambuco, dois dos mais bem-sucedidos casos brasileiros.

O cenário atual da educação brasileira é resultado de uma série de políticas educacionais equivocadas, que cobram um preço alto ao país até hoje. Para conversar sobre este tema, convidamos o jornalista e escritor Antônio Gois, autor do livro O ponto a que chegamos: duzentos anos de atraso educacional e seu impacto nas políticas do presente.

Aprenda a importância de fortalecer o ensino de leitura e escrita com base na ciência com a Dra. Maria Regina Maluf, doutora em Psicologia e pesquisadora do campo de Psicologia da Educação. Explore o significado de alfabetização baseada na ciência, se esses conhecimentos estão disponíveis aos professores brasileiros e atualmente conseguimos superar os desafios da alfabetização aparentes nas avaliações de aprendizagem.

Convidamos para essa conversa o autor do livro Segunda língua: aquisição e conhecimento, Dr. Ricardo de Souza, especialista em Linguística Aplicada e professor de Língua Inglesa da Faculdade de Letras da UFMG. Ele define o que é aquisição de segunda língua, reflete sobre quais são os conhecimentos adquiridos quando aprendemos uma segunda língua, fala sobre a influência da primeira língua nesse processo (no nosso caso o português), e comenta como a motivação e a idade do aprendiz impactam na aquisição da segunda língua.

Américo Amorim | 10 MAIORES DÚVIDAS sobre ensino de leitura, escrita e matemática desde a educação infantil

Respondemos as 10 dúvidas mais frequentes sobre como ensinar matemática, fortalecer a leitura e a escrita, avaliação escolar e habilidades de ciências. Essas perguntas foram feitas por professores, gestores escolares e estudantes de pedagogia de todo o Brasil. Também tiramos dúvidas sobre como trabalhar a neurociência na escola, as habilidades o professor da atualidade mais precisa fortalecer, e como trabalhar com crianças que chegaram em turmas mais avançadas, no ensino fundamental, com baixos índices de alfabetização.

A Dra. Marta Relvas explica por que entender como nosso cérebro aprende é tão importante para profissionais de educação – para trabalhar com processamentos cognitivos, como aquisição da linguagem, é essencial conhecer essas estruturas biológicas. Autora de livros como “Que cérebro é esse que chegou à escola” e “Neurociência e transtornos de aprendizagem”, a neurocientista aborda como o cérebro funciona e é responsável pela aprendizagem de novos conhecimentos.

Precisamos falar sobre a saúde mental de professores e dos alunos. Veja no papo com a Dra. Gabriela Amorim, médica psiquiatra e especialista em Saúde Mental da Infância e Adolescência, como abordar a ansiedade, depressão e burnout no contexto escolar – ainda mais agora que a pandemia foi atenuada e retomamos às atividades presenciais.

Luciene Santos | Fortalecendo o aprendizado de crianças autistas, TDAH, dislexia e demais transtornos e dificuldades

Como profissional da educação, você pode estimular ainda mais o aprendizado de crianças atípicas e/ou com dificuldades de aprendizagem. Para explorar o tema unindo teoria e prática, convidamos a psicóloga e diretora do Grupo CEAM, Luciene Santos. As orientações envolvem a compreensão do comportamento de crianças com dificuldades de aprendizagem como dislexia, discalculia, disgrafia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislalia e disortografia, e crianças do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Como uma tradição nossa, fazemos questão de relembrar que a ciência pode melhorar cada vez mais o ensino de leitura e escrita na alfabetização. Esse é o tema principal da conversa com o pesquisador educacional Dr. Renan Sargiani, autor do livro Alfabetização baseada em evidências: da ciência à sala de aula (adquira aqui: escribo.com/renan). A obra reúne professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com trabalhos consagrados no mundo todo e que se propõem a compartilhar seus conhecimentos científicos sobre alfabetização para que todos os professores possam aperfeiçoar suas práticas. O desafio, para muitos educadores, é entender como podemos adaptar abordagens internacionais para um país tão diverso como o nosso.

Conversamos sobre o que é o analfabetismo funcional no Brasil e como a tecnologia pode mitigá-lo para promover a inclusão digital do analfabeto funcional. Para falar do assunto, convidamos a Dra. Marilene Garcia, pesquisadora educacional e professora da PUC-SP, e autora do livro Curadoria Educacional (adquira aqui: escribo.com/marilene) Baixe os slides da apresentação em escribo.com/marilene2.

Nesse encontro, explore conceitos da neurodidática – a relação entre o o aprendizado e o desenvolvimento cerebral das crianças. Conversamos com o professor André Codea, mestre em Ciência da Motricidade Humana e autor do livro Neurodidática: Fundamentos e Princípios, que pode ser adquirido em escribo.com/andre. Baixe os slides da apresentação em escribo.com/andre2.

Bom aprendizado! Aproveite, toque no sininho ao lado para receber as novidades do Blog da Escribo. Se tiver dúvidas, mande um e-mail para [email protected] ou envie uma mensagem para o nosso WhatsApp. Grande abraço.

Dicas para o ensino de adultos analfabetos (parte II)

Dicas para o ensino de adultos analfabetos (parte II)

Neste vídeo, a pesquisadora Daphne Greenberg, da Georgia State University, lista mais algumas dicas de como oferecer um ensino de qualidade a adultos(as) analfabetos. Essas necessidades vão desde o aprendizado das letras e números até o conhecimento de mundo dessas pessoas. Confira no vídeo a seguir.

Leia mais

Dicas para a alfabetização de adultos (parte I)
Alfabetizar o adulto fortalece o aprendizado das crianças

Na próxima semana, a professora Greenberg relata como anda a realidade dos adultos analfabetos, nos Estados Unidos, e como o aprendizado ou a falta dele pode impactar na vida dessas pessoas. Leia novidades em primeira mão tocando no sino ao lado para receber s notificações do blog Ciência do Aprendizado, da Escribo. Até logo!

Dicas para a alfabetização de adultos (parte I)

Dicas para a alfabetização de adultos (parte I)

Ensinar uma pessoa adulta a ler vai além dos fonemas, das letras e palavras. A pesquisadora educacional Daphne Greenberg, da Georgia State University , relembra com a gente o que um(a) professor(a) precisa fazer para participar da alfabetização de adultos com qualidade.

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Prêmio Nobel comprova a importância das evidências científicas para a educação
Alfabetizar o adulto fortalece o aprendizado das crianças
Metanálise e experimentos: dicas para jovens pesquisadores(as)

O próximo vídeo vai trazer outros pontos que os(as) educadores(as) precisam ter na ponta da língua quando o assunto é a alfabetização de adultos. Receba as notificações do blog Ciência do Aprendizado, da Escribo tocando no sininho ao lado e confira novos conteúdos em primeira mão. Um abraço!

Alfabetizar o adulto fortalece o aprendizado das crianças

Alfabetizar o adulto fortalece o aprendizado das crianças

O analfabetismo dificulta a vida de uma pessoa adulta em inúmeros aspectos – inclusive, o aprendizado de seus filhos e filhas. É sobre esse tema que conversamos com a professora Daphne Greenberg, pesquisadora educacional da Georgia State University e especialista no assunto.

Segundo a educadora, nos Estados Unidos, uma a cada seis pessoas adultas lê no mesmo nível de crianças da educação infantil. Isso revela o quanto ensinar uma pessoa a ler e escrever reflete no crescimento de um povo no decorrer de gerações. Buscar formas inovadoras e efetivas para a alfabetização é indispensável para mitigar o analfabetismo e melhorar esse cenário.

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Metanálise: revisitar o passado é essencial para inovar na educação do presente
Desenvolver a consciência fonológica na infância é essencial
Teoria de Emília Ferreiro é superada

Deixe sua opinião nos comentários, esse debate é interessante e muito necessário. Na próxima semana, nós retomamos o papo com a professora Greenberg sobre o tema. Toque no sininho ao lado e assine as notificações do Blog da Escribo para receber novos conteúdos assim que publicarmos. Até mais!

Analfabetismo cai, mas 50% dos alunos do 3º ano ainda não sabem ler

A educação brasileira ainda passa por desafios longe de serem solucionados. A desvalorização dos professores e alta evasão de alunos ainda na educação básica são exemplos de alguns dos sintomas de um sistema fraco, cujos poucos avanços nem mesmo os índices conseguem disfarçar.

O analfabetismo hoje

De acordo com a última pesquisa divulgada pela IBGE, o índice de analfabetismo caiu de 8,7%, em 2012, para 8,5% em 2013. O resultado, fruto da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), considera o índice de brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever.

Apesar de ligeira melhora, os resultados não podem ser comemorados quando comparados as pesquisas mais recentes realizadas na educação básica dos colégios brasileiros.

Segundo resultados obtidos através da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) de 2014, 56,17% dos alunos do 3º ano do ensino fundamental de 20 estados apresentou desempenho fraco em leituras.

O 3º ano foi escolhido como marca por ser um divisor de águas: de acordo com o MEC, nessa fase escolar as crianças já teriam bagagem suficiente para ler e escrever adequadamente.

Aos 8 anos de idade, mais da metade dos estudantes brasileiros atingiram os níveis mais baixos de avaliação (que varia de 1 a 4), o que significa que são capazes apenas de ler textos muito simples e, em alguns casos, não conseguem entender sobre o que ele trata.

Num panorama geral o resultado mostra que a cada 100 alunos, 22 não possuem sequer o nível mínimo (1) de leitura; na prática, significa que não conseguem ler uma frase inteira.

Analfabetos funcionais

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A falta de progresso foi tão alarmante que comprometeu a aplicação do estudo: com a iminência de repetição dos maus resultados o Ministro da Educação suspendeu a aplicação do exame nacional de alfabetização em 2015.

A incoerência nos dados entre o PNAD e ANA forma um alerta imenso para a educação brasileira: estamos formando apenas analfabetos funcionais.

Como o PNAD avalia apenas o simples ato de ler ou escrever, já que seu sistema funciona por um formulário de perguntas respondido por um integrante do domicilio, ele desconsidera graus de desempenho nessas atividades.

Por outro lado, o ANA traça um panorama mais completo: é possível identificar os níveis de leitura ou escrita de cada aluno em particular. E com índices tão baixos alcançados, o futuro dessas crianças fica comprometido e limitado por uma alfabetização extremamente básica, quase rudimentar.

O Plano Nacional da Educação (PNE) lançado em 2014 que determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos, contempla a universalização da alfabetização em sua Meta 5, prevendo que todas as crianças do país devem estar alfabetizadas, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental, até 2024.

As negligências e dificuldades de implementação, porém, já tiveram início: passado um ano desde sua aprovação, nem todos os planos estaduais nem os municipais de educação tiveram lei aprovada e sancionada. Além disso, o corte de R$ 9,42 bilhões na verba do Ministério da Educação acentua ainda mais a dimensão do problema.

As soluções possíveis

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O caminho para a melhora da alfabetização no país em teoria também é contemplada por algumas iniciativas do PNE, é preciso:

1. Estabelecer uma política de valorização dos profissionais da educação, com salários atrativos e condições de trabalho adequadas, além de oportunidades de crescimento.

 

2. Garantir suporte educacional ao aluno, uma vez que os professores estejam de fato engajados e dotados de condições para ministrar as aulas. Isso quer dizer o acesso pleno a escola, uma base pedagógica de qualidade, além da articulação com espaços educativos, culturais e esportivos, revitalizando os projetos pedagógicos nessa direção.

 

3. Uso da alavanca tecnológica para influenciar na otimização das aulas. Embora não explorada pelo PNE essa última dimensão poderia causar um impacto muito positivo no rendimento dos alunos rumo à alfabetização plena. Não quer dizer  disponibilizar tablets ou computadores aleatoriamente, mas oferecer material didático interativo, dinâmico e com instrumentos de avaliação estruturados.

A redução da taxa de analfabetismo impacta diretamente o desenvolvimento do país e é um dos grandes desafios enfrentados pela educação brasileira hoje.

Não se trata de maquiar ou minimizar os índices nem mesmo utilizar-se de medidas paliativas. Refere-se, porém, ao impulsionamento da qualidade pedagógica de nossas escolas, provocando sensíveis mudanças em nosso sistema educacional. O objetivo é garantir, assim, melhores perspectivas e oportunidades aos alunos desde o ensino básico.