Fab Lab: Como uma escola pacata fez dar certo!

Impressão 3D para Raspberry Pi: Como a Biblioteca de uma tranquila escola da Florida foi transformada em um Makerspace.

Tradução do artigo publicado por Susan Bearden no EdSurge.com

Em um determinado dia na Academia Episcopal Holy Trinity (na Flórida, nos Estados Unidos) visitantes da biblioteca do ensino fundamental surpreenderam-se ao descobrir que ela tem pouca semelhança com as bibliotecas escolares de anos passados.

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Foto por Judy Houser

Vários alunos de 5ª série sentam nos computadores e desenvolvem etiquetas de bagagem em 3D usando Tinkercad para serem impressas na impressora 3D Makerbot. Sobre as mesas da biblioteca, os alunos estão criando máquinas Rube Goldberg usando peças ou o aplicativo RubeWorks do iPad. A biblioteca é um burburinho de atividades e alunos comprometidos, e de vez em quando se escutam gritos de excitação Quem supervisiona o Makerspace (espaço multidisciplinar de criação) é a bibliotecária Judy Houser, uma educadora veterana que deu o passo visionário de transformar esta biblioteca, uma vez tranquila, em um espaço onde os alunos não só aprendem a amar a leitura, mas também aprendem a explorar, criar e inovar usando uma variedade de ferramentas.

Passo 1: Pesquisa

Incentivado por seu marido para comprar um Raspberry Pi para os alunos usarem, Houser descobriu o movimento Makerspace enquanto pesquisava como incorporar o dispositivo em seu currículo. Intrigada para aprender com outras bibliotecas que tinham incorporado Makerspaces, ela expandiu sua pesquisa. “Era óbvio que um Makerspace em nossa biblioteca poderia proporcionar oportunidades únicas para uma exploração, invenção e colaboração inicial dos alunos”, diz Houser.

Houser começou pela leitura do “Invent to Learn” de Sylvia Martinez e Gary Stager, e participou de um de seus seminários, mas não parou por aí. “Eu pesquisei Makerspaces on-line, visitei outra escola que tinha um Makerspace, e twittei com outros educadores para ajudar. Eu também me conectei com outros Makers pessoalmente e via e-mail, e participei da conferência ISTE de 2014”.
Inspirada pelas possibilidades, Houser abordou alguns pais de alunos arquitetos para ajudar a elaborar um plano para um local da biblioteca. Dentro de alguns meses, o primeiro Makerspace ficou pronto.

Passo 2: Financiamento e Ferramentas

Os fundos para a Makerspace vieram em parte de uma concessão da Harris Corporation, uma empresa de engenharia com base em Melbourne. Além de uma impressora 3D, Houser adquiriu uma placa Raspberry Pi, um kit Makey Makey, circuitos snap, gyrobots, Legos, e uma variedade de materiais de construção para a criação de máquinas de Rube Goldberg. Outros materiais Makerspace incluíram eletrônicos reciclados que os estudantes podiam desmontar e redirecionar, um kit de ferramentas, e vários materiais condutores que podem ser encontrados em qualquer garagem. “Oito colheres antigas e uma Makey Makey, e seus filhos podem fazer uma bela música juntos!” Houser ri.

Passo 3: transformar o ensino

Acrescentar o Makerspace inspirou Houser a ensinar de forma diferente. “Antes, eu podia palestrar e demonstrar durante as aulas na biblioteca”, ela reflete. “Havia uma discussão, mas pouca oportunidade do aprendizado ser orientado pelo aluno – a agenda era normalmente minha.”

Mas com o Makerspace, isso mudou. “Agora, eu ministro aulas acessíveis em uma unidade compartilhada, demonstro algumas técnicas, e, em seguida, permito que os alunos vejam o que mais eles podem fazer acontecer. Eles escolhem o que querem aprender”, explica.

Não são apenas os estudantes que escolhem o que aprender – eles ensinam uns aos outros. Houser diz que com estas novas ferramentas e a atmosfera, os alunos estão “ensinando aos outros, e muitas vezes me ensinando, como colaboradores”, acrescentando que “é cada vez mais comum para os alunos a ajuda de um outro estudante, antes de perguntar para mim. Tivemos muitas oportunidades de aprender com os nossos erros – as crianças entendem que a revisão é uma parte importante do processo de design”.

Estudantes junto a impressora 3D (foto: Judy Houser)

O que a surpreendeu mais sobre o Makerspace, Houser diz, é que ele é um grande equalizador. “Os alunos já não buscam os mais populares, mas os que têm interesses semelhantes ou que tem habilidades que eles querem aprender”, diz ela. Atualmente, as atividades criativas são exploradas por estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, com planos para incluir o jardim de infância em um futuro próximo.

Passo 4: Olhando para o Futuro

A reação dos pais e estudantes ao Makerspace tem sido extremamente positiva observa Houser, e quando perguntada sobre algumas dicas por outros professores e bibliotecários interessados em criar um Makerspace, Judy sorri. “Primeiro, dê um beijo de adeus a biblioteca calma. Não se sinta intimidado quando adultos entrarem e encontrarem a biblioteca barulhenta – colaboração exige uma comunicação!”

Do ponto de vista prático, Houser recomenda obter o maior número de pessoas engajadas. “Peça aos pais, aos membros de sua equipe de tecnologia ou qualquer outra pessoa disposta a parar e dar uma mão”, diz ela. “Não pense que você tem que ter um espaço perfeito ou que seu Makerspace tem a aparência de outra pessoa. Lembre-se que é sobre o processo e não sobre o produto.”

Outras sugestões incluem ter pais para criar suas próprias contas Tinkercad para que seus filhos possam trabalhar em projetos de impressão 3D a partir de casa e usando Maker e vídeos Rube Goldberg no YouTube para dar inspiração aos seus estudantes. O video “This Too Shall Pass é fenomenal e deve ser assistido”, diz Houser.

Planos futuros para o Makerspace incluem iniciar um trabalho com eletrônicos que podem ser vestidos (wearable) e a adição de um cortador a laser, a ser financiado pelo Associação de Pais da escola. Houser também pediu uma doação para ajudar a financiar um conjunto de classes de littleBits, que são módulos eletrônicos que as crianças podem encaixar para criar circuitos. E enquanto o espaço ainda é tecnicamente uma “biblioteca”, Houser está aberta a futuros desenvolvimentos – especialmente tendo em conta a resposta dos alunos.

“A biblioteca tem sido sempre um lugar popular no campus, mas agora eu tenho que fazer os alunos saírem quando a aula acaba!”, Diz ela.

Texto original, em inglês, por Susan Bearden, publicado em 26 de novembro de 2014, no EdSurge.com

Jornal do Commercio fala sobre as conquistas da Escribo em 2014!

O Caderno de Economia do Jornal do Commercio apresentou a Escribo em destaque no dia 23/11/2014. A matéria fala sobre o mercado de tecnologia educacional e do crescimento na adoção dos conteúdos de educação musical da Escribo. Por fim conta também sobre a expansão da plataforma de livros digitais LED, utilizada hoje pelas maiores editoras do Brasil.

Confira o texto abaixo. O original pode ser lido neste link.

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Empresa entra no mercado do livro didático digital

Publicado em 23/11/2014, às 09h00

Uma tecnologia made in Pernambuco poderá ser acessada por 15 milhões de alunos a partir do próximo ano. A empresa pernambucana Escribo vai disponibilizar o livro digital junto com o livro didático de papel aos alunos das escolas públicas comprados pelo governo federal a duas grandes editoras, que detêm 25% do mercado do livro didático brasileiro. “Os alunos vão receber um voucher que dá direito a baixar o livro digital. Ainda não sabemos quantos estudantes e professores vão fazer isso”, explica o diretor presidente da Escribo, Américo Amorim. A Escribo é o novo nome da empresa D’accord que começou fazendo softwares para ensinar as pessoas a tocarem instrumentos em 2001.

O livro digital produzido pela Escribo tem o mesmo conteúdo do impresso, acrescentando um conteúdo interativo, que inclui jogos e simulações. “Customizamos o leitor digital com a cara da editora que é a nossa cliente. Fornecemos à editora mecanismos para acelerar a produção de conteúdo digital interativo com mais rapidez e menos custos”, diz Américo. A empresa investiu mais de R$ 1 milhão este ano na melhoria da plataforma do Livro Educacional Digital (LED) e contou com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do governo federal e do CNPq para desenvolver essa tecnologia.

A plataforma é complexa e inclui desde o software para a criação do livro até o sistema operacional usado pelo usuário. A plataforma faz a adaptação ao sistema operacional usado pelo usuário, tornando possível a leitura em vários sistemas, como o Linux, Android, IOS, entre outros. “Para as empresas, o custo de fazer essa adaptação seria alto, porque envolve o custo do desenvolvimento e o dos testes”, explica Américo.

A entrada da empresa no mercado de livros ocorreu aos poucos. Em 2010, começou a comercializar os livros impressos (dos alunos e dos professores) para auxiliar os softwares desenvolvidos com a finalidade de habilitar os mestres de artes a ensinar música. Hoje, seis prefeituras usam esse sistema.

A inovação é uma matéria-prima da Escribo que hoje concorre com uma empresa de São Paulo e com uma grande multinacional americana no mercado do livro didático digital brasileiro. “O nosso foco está mais nas escolas. É um mercado que está pipocando. A nossa ideia é que mais uma grande editora passe a usar a nossa plataforma”, conta Américo. Se isso ocorrer, a Escribo passará a ter 50% do mercado do livro digital didático no Brasil.

Ainda na época da D’Accord, a empresa ganhou os Prêmios Finep de Inovação em 2009 e 2012, além do Santander Inovação. “Isso foi muito importante para ter respaldo e conversar com empresas grandes. Geralmente, as corporações maiores têm medo de fornecedores pequenos e nordestinos”, afirma. Outro fator que contribuiu muito para o crescimento da empresa foi um aporte financeiro realizado pelo Criatec, o fundo semente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A empresa espera registrar um crescimento entre 30% e 40% este ano e emprega 20 pessoas. O faturamento da Escribo no ano passado chegou a R$ 1,6 milhão. Desse total, 80% representam o livro digital e 20% os softwares que ensinam música.

A empresa nasceu dentro do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com a ideia de fazer um software para ensinar as pessoas a tocarem violão. “Agora, somente a parte musical continuará com o nome da D’Accord, que passou a ser uma parte da Escribo. A palavra significa a pessoa que escreve em espanhol”, conclui Américo.

 

 

São João dos Patos no Maranhão avança na educação musical

A rede municipal de São João dos Patos (MA) usa os conteúdos da Escribo para musicalizar seus estudantes, que também estão aprendendo mais português e matemática através de conteúdos digitais interdisciplinares que envolvem jogos e desenhos animados interativos! Estas fotos foram tiradas em diversas aulas no mês de Novembro de 2014!

Dentre os assuntos trabalhados em sala estão ritmo, timbre, paisagem sonora, melodias e diversos estilos musicais. Os estudantes também exercitam sua criatividade utilizando a ferramenta de composição musical, que lhes permite criar músicas originais no computador!

 

Matéria do Jornal Hoje da TV Globo

O Jornal Hoje da TV Globo fez uma matéria na Escribo sobre inovação na educação e empreendedorismo. Assista e conheça um pouco mais sobre nossa equipe e projetos como a Turma do Som e Curso de Flauta!

Marcelo Tas fala sobre a Daccord

Marcelo Tas apresentou uma série de matérias com empresas inovadoras. Um dos episódios foi aqui na Escribo, quando falamos sobre nosso projeto de levar a educação musical a todas as escolas de todo o Brasil. Confira!