Vocabulário: cinco dicas de ensino que todo professor precisa saber

Vocabulário: cinco dicas de ensino que todo professor precisa saber

Do túnel do tempo: esta publicação no blog foi feita pela primeira vez em 28 de setembro de 2019 e reeditada em 17 de outubro de 2020. Quando jovem, comecei a melhorar meu vocabulário, pois sabia que isso aumentaria minhas chances de entrar na pós-graduação. No decorrer de quase um ano, aprendi cerca de 400 palavras novas (todas anotadas em fichas para praticar). Esse não era um estudo de pesquisa, eu realmente precisava dominar essas palavras. Minha impressão pessoal: não pude acreditar no quanto minha leitura e compreensão auditiva melhoraram nesse período; coisas que eu “meio que” entendia anteriormente passei a realmente entender com aquele léxico mais rico. Ensine bem o significado das palavras, junto com outros aspectos do vocabulário.


Pergunta de um colega professor:

“Qual é a melhor maneira de ensinar e fazer com que os alunos aprendam vocabulário?”

A minha resposta:

Minha reação original a essa pergunta não foi exatamente o que eu chamaria de “útil”.

A pergunta foi feita por alguém que conheceu o meu blog recentemente. Comecei a enviar para ele uma nota dizendo que já tinha escrito sobre isso várias vezes e, se ele procurasse no meu site, encontraria uma resposta para a sua pergunta.

Mas eu pensei duas vezes e decidi ser um pouco mais compreensivo. Eu ainda não pretendia escrever uma publicação para o blog. Achei que seria generoso identificar alguns links específicos do site, para que ele não tivesse que pesquisar por conta própria.

Fiquei surpreso quando não consegui encontrar uma resposta para essa muito razoável pergunta pedagógica. Já escrevi um pouco sobre vocabulário e disponibilizei links para alguns recursos de vocabulário em meu site. Mas não há uma definição clara do que funciona no ensino de vocabulário. Vamos cuidar disso agora.

Primeiro, uma introdução.

Eu aprendi ao longo dos anos que não há “igualdade” entre as palavras.

Por exemplo, algumas palavras são mais úteis do que outras. Saber o significado da palavra “enxovalho” provavelmente é menos útil do que conhecer o principal sinônimo dela, “vergonha”.

Os leitores precisam saber as palavras que os autores usam. Você tem um tempo limitado para comunicá-las, certifique-se de investi-lo no ensino de palavras que abrirão mais portas de compreensão para seus alunos.

Também podemos supor que algumas palavras são aprendidas mais facilmente do que outras. Eu aprendi sozinho a ler francês, uma língua que não falo (embora atualmente eu esteja tentando falar). Sem conhecer algumas palavras, procurá-las no dicionário parece suficiente para torná-las parte do meu dia a dia. Mas também existem palavras escorregadias que pesquisei dezenas de vezes com sucesso.

Os professores precisam reconhecer (e ser pacientes) com essa grande desigualdade – não apenas entre as crianças, mas na experiência de cada aluno.

Um segundo quesito é a distinção entre vocabulário e conceito. O vocabulário refere-se aos rótulos que associamos a conceitos ou ideias particulares, enquanto os conceitos são aquelas ideias às quais as palavras se referem.

Uma palavra como “brilho” será facilmente aprendida por crianças que já viram luzes piscando ou oscilando, mas será necessário mais esforço para aquelas que não viram. Se for falta de vocabulário, muito desse ensino pode ser feito verbalmente, mas se ainda não conhecem um conceito, então as palavras por si só provavelmente não serão suficientes.

Para finalizar esta introdução, digo que grande parte do vocabulário é aprendido fora do ensino formal. Conhecemos palavras no meio de conversas, observações, uso da mídia (televisão, celular, internet), leitura e assim por diante. Aprendemos tantas palavras dessas maneiras que alguns estudiosos zombam do valor do ensino explícito. No entanto, pesquisas mostram que o ensino de vocabulário pode melhorar a compreensão da leitura de forma expressiva – se ensinarmos as palavras certas bem o suficiente. O ensino de vocabulário eficaz tem alguns princípios-chave.

1. Concentre-se em significados ricos, não apenas em definições de dicionário

Frequentemente, as atividades escolares de vocabulário se limitam a colocar as crianças para copiar definições do dicionário. Mas os pesquisadores identificaram uma série de abordagens estratégicas que superam qualquer aprendizado que possa resultar da cópia de definições.

Um desses princípios-chave é que os alunos trabalhem com definições ou explicações mais extensas ou complexas do significado das palavras. Incentive que elas busquem em enciclopédias a explicação dos significados do dicionário.

Quando ensino vocabulário, frequentemente faço as crianças tentarem fornecer várias versões diferentes da definição de uma palavra:

  1. Definição de dicionário
  2. Sinônimos para a palavra
  3. Antônimos (se houver)
  4. Criação de uma frase ou discurso que inclua a palavra
  5. Classificação (a que grupo semântico pertence, como ferramentas ou formas de falar)
  6. Comparação (é como _____, mas diferente porque _____)
  7. Exemplos da vida real
  8. Versão gráfica (desenhos, fotos, representações)
  9. Representação da palavra em um “teatrinho”

Quando você chegar a nove explicações diferentes para uma palavra, é mais provável que se lembre dela (e, é claro, podemos fazer mais do que apenas essas nove, se quisermos entrar em analogias, relações parte-todo, etc.).

2. Enfatize as conexões entre as palavras

Muitas atividades sobre vocabulário separam as palavras por categoria, por exemplo, como utilizar palavras de saúde e medicina ou sobre transporte, incluindo termos apoiados por pesquisas que provam a eficácia do uso deles. No entanto, pesquisas específicas sobre esse aspecto do ensino sugerem que o aprendizado de palavras é mais lento e sem vantagens posteriores evidentes, quando observamos o trabalho extra exigido para a aprendizagem desses conjuntos de palavras.

E, ainda, evidências revelam que as palavras estão organizadas em várias redes dentro da nossa mente, e não em blocos como dicionários. Quando você se lembra de uma palavra, você tira da memória uma infinidade de ideias relacionadas a ela – características, funções e sinônimos relacionados a essa palavra.

Comece a pensar em caminhões a diesel e palavras como roda, pneu, caminhão caçamba, gasolina e rodovia serão lembradas.

Há momentos em que é necessário introduzir ao mesmo tempo diferentes grupos de palavras intimamente relacionadas com diferenças sutis, como quando as crianças estão aprendendo sobre a estrutura de células ou átomos. Eu não me incomodo com esses momentos, já que essas introduções provavelmente serão acompanhadas por atividades que vão aprofundar os conceitos associados a esses grupos de palavras.

Eu também acho que é bastante coerente, ao ensinar palavras, fazer as crianças pensarem sobre aquelas relacionadas aos conceito que elas já devem ter dominado. Vincular uma nova palavra a um conceito é muito diferente de tentar aprender e vincular uma coleção inteira de palavras.

Eu evitaria introduzir os seguintes vocabulários juntos: abundância, escassez, insufciência, cornucópia, falta, sobra, suficiente, farto e generoso como alguns programas fazem. O ideal é apresentar essas palavras uma a uma ao longo do tempo e, mais tarde, você poderá fazer com que os alunos comparem as ideias ou tentem organizá-las em uma rede.

Os alunos de uma professora que conheço registram toda semana as palavras aprendidas em uma pasta coletiva e, quando uma ficha acumula várias palavras relacionadas, a turma revisa todas as palavras em conjunto.

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3. Promova o uso das palavras

Estudar o significado das palavras não é o suficiente, para as crianças. Elas precisam aprender a usar essas palavras na leitura, escrita, fala e audição. As propostas didáticas devem criar oportunidades para que as crianças usem as palavras de todas essas maneiras.

Por exemplo, aquela atividade de vocabulário que comentei anteriormente (diferentes versões de definição para uma mesma palavra) pode ser realizada por grupos de crianças, que poderão juntas chegar às múltiplas definições. Esse tipo de cooperação exige que as crianças conversem entre si sobre as palavras. Além disso, eu geralmente atribuo um pequeno número de palavras a cada grupo e depois peço que se reúnam para ensinarem uns aos outros as palavras que seus grupos estudaram… hora das crianças falarem e ouvirem mais.

É possível recompensar as crianças por usarem o vocabulário estudado em sua escrita. Isso pode ser incentivado de várias maneiras.

Pesquisadoras educacionais tiveram uma ideia chamada “corrida das palavras”, que consiste em dar às crianças pontos extras no vocabulário se trouxerem evidências de que encontraram ou usaram  no dia a dia as palavras estudadas. As crianças ficam muito animadas quando encontram palavras do vocabulário enquanto assistem televisão ou jogam seu jogo de computador favorito.

4. Revisar é importante

Pode ser difícil aprender vocabulário se você não tiver muitas oportunidades de usá-lo. Podemos ensinar vocabulário utilizando palavras destacadas nos textos que lemos durante semana. Mas pode ser que as crianças demorem a rever essas palavras, posteriormente.

Há muitas maneiras de lidar com o vocabulário, como ter um dia por semana em que você só trabalha com palavras que foram ensinadas (e supostamente aprendidas) no passado – ou talvez semanas inteiras devam ser dedicadas a isso ao longo do ano.

Eu sou um fã de incluir palavras de semanas anteriores em testes de vocabulário, bem como do uso de cadernos de vocabulário para ajudar a melhorar a escrita das crianças durante a revisão.

Outra forma de garantir que as palavras se fixem é ver quantas palavras adicionais os alunos podem construir morfologicamente, adicionando prefixos ou sufixos ou alterando partes do discurso e assim por diante. Já escrevi sobre alguns dos trabalhos importantes que estão sendo feitos em morfologia pelos professores e pesquisadores educacionais Peter e Jeffrey Bowers (e você pode pesquisar por eles no Google).

5. Envolva os alunos na identificação de algumas das palavras a serem estudadas

Observei que grande parte do aprendizado de vocabulário acontece por acaso e, portanto, ocorre fora do ambiente escolar. No entanto, nem todas as crianças são igualmente boas nesse tipo de aprendizado e, mesmo para aquelas que aprendem facilmente dessa forma, ainda pode ser um trabalho árduo e que exige muitas experiências com uma palavra para “fixá-la” na memória.

Uma coisa que podemos fazer para ajudar a desenvolver uma “consciência das palavras” entre nossos alunos é envolvê-los na identificação de palavras desconhecidas em suas próprias leituras – e incluí-las no planejamento de aula. Quando os leitores se acostumarem a perceber que não conhecem certas palavras, é mais provável que tentem preencher essas lacunas durante a leitura. As crianças também ficarão mais motivadas se puderem opinar sobre o planejamento.


Texto disponível em https://www.shanahanonliteracy.com/blog/five-things-every-teacher-should-know-about-vocabulary-instruction. Acesso em 18/10/2020.

Timothy Shanahan: Cinco coisas que todo(a) professor(a) deve saber sobre o ensino de vocabulário

Timothy Shanahan: Cinco coisas que todo(a) professor(a) deve saber sobre o ensino de vocabulário

Um professor me perguntou: “qual é a melhor maneira de ensinar e fazer com que os alunos desenvolvam um bom  vocabulário?”

Minha reação inicial a essa pergunta não foi exatamente o que eu chamaria de “útil”.

A pergunta foi feita por alguém que havia acabado de conhecer o meu blog. Respondi dizendo que já escrevi sobre o tema várias vezes e, se ela pesquisasse meus posts, encontraria uma resposta para sua pergunta.

Mas pensei duas vezes e decidi ser um pouco mais flexível. Ainda não tinha pensado em escrever um post para o blog. Imaginei que seria mais legal indicar alguns links específicos meus para que a pessoa não tivesse que pesquisar ela mesmo.

Fiquei surpreso quando não consegui encontrar muitas respostas para essa questão, que é muito interessante e pedagógica. Eu já escrevi algumas coisas sobre vocabulário e incluí recursos de vocabulário no blog, mas não há uma resposta clara e direta do que funciona no ensino de vocabulário. Vamos resolver isso agora.

Primeiro, alguns comentários.

Ao longo dos anos, aprendi que nem todas as palavras são iguais. Por exemplo, algumas palavras são mais úteis que outras. Saber o significado de “maledicência” provavelmente compensa menos do que saber “vergonha”, no dia a dia.

Os leitores precisam saber as palavras que os autores usam. Nosso tempo é curto, então vamos usá-lo para ensinar palavras que abrem mais portas e estimulem a compreensão de textos entre os seus alunos.

Algumas palavras são aprendidas mais facilmente do que outras. Eu aprendi sozinho a ler em francês, um idioma que não falo (mas estou tentando falar, apesar disso). Pesquisar uma ou outra palavra desconhecida no dicionário parece o suficiente para que ela vire parte do meu vocabulário. Mas há também algumas palavras que precisei pesquisar dezenas de vezes.

Os(as) professores(as) precisam reconhecer (e ter paciência com) essa grande desigualdade – não apenas entre as crianças no geral, mas também com a experiência de cada aluno.

Outro ponto é saber a diferença entre vocabulário e conceito. O vocabulário se refere aos rótulos que damos a determinados temas e ideias, enquanto os conceitos são as ideias às quais esses rótulos se referem. Uma palavra como “cintilar” será facilmente aprendida por crianças que já perceberam como a luz brilha, ao contrário das que não perceberam. Caso o problema seja a existência de limitações no vocabulário, o trabalho pode ser feito praticamente todo de forma verbal, mas se for falta de conceito, somente ler as palavras não será o suficiente.

Por fim, grande parte do nosso vocabulário é formada fora do ensino formal. Aprendemos palavras em conversas, consumindo informações na mídia (assistindo à televisão, por exemplo), observando nossos arredores, lendo bastante e assim por diante. Assim descobrimos tantas palavras que alguns estudiosos chegaram a zombar do valor do ensino tradicional. No entanto, pesquisas mostram que o ensino de vocabulário pode melhorar enormemente a compreensão de leitura.

Um ensino eficaz de vocabulário traz alguns princípios fundamentais.

1. Concentrar-se em significados ricos, não apenas em definições de dicionário.

Muitas vezes, o ensino de vocabulário se resume a crianças copiando definições do dicionário. Mas pesquisas recentes identificaram várias abordagens pedagógicas que superam qualquer aprendizado que possa resultar dessas cópias.

Uma dessas abordagens fundamentais é sugerir aos(às) estudantes que trabalhem com definições ou explicações mais extensas ou complexas dos significados das palavras – como as explicações dadas em enciclopédias (ex: Wikipedia) em vez das dispostas no dicionário, por exemplo.

Quando eu ensino vocabulário, geralmente faço com que as crianças tentem escrever várias respostas diferentes para a definição de uma mesma palavra:

  1. Definição de dicionário
  2. Sinônimos para a palavra
  3. Antônimos (se houver)
  4. Parte do discurso
  5. Classificação (a que grupo semântico a palavra pertence, como ferramentas ou formas de falar)
  6. Comparação (é como ______, mas diferente porque ______)
  7. Exemplos da vida real
  8. Versão gráfica ou visual (desenhos, figuras, representações)
  9. Atuação (teatrinho)

Quando você sugere nove explicações diferentes para a mesma palavra, é mais provável que se lembre dela (claro, podemos fazer mais do que apenas essas nove se quisermos incluir analogias, relações parte-todo e outras abordagens).

2. Enfatizar as conexões entre as palavras.

Muitas propostas pedagógicas sobre vocabulário ensinam palavras por categoria, como por exemplo nas áreas da saúde e medicina ou sobre transporte. Inclusive, há pesquisas que comprovam a eficácia de algumas dessas propostas. Apesar disso, estudos direcionados especificamente a esse aspecto do ensino sugerem que o aprendizado de palavras é mais lento, e o trabalho extra para dominar esses conjuntos de palavras não compensa.

E, ainda assim, evidências revelam que as palavras estão organizadas em nossas cabeças como várias redes, e não como definições de dicionário, isoladas. Quando você se lembra de uma palavra, extrai da memória uma infinidade de ideias relacionadas – qualidades, formas de uso e sinônimos relacionados a essa palavra.

Comece a pensar em caminhões a diesel e palavras como “roda”, “pneu”, “caminhão”, “gasolina” e “rodovia” não demoram a aparecer.

Há casos em que é necessário trabalhar ao mesmo tempo grupos de palavras distintos mas relacionados, como quando as crianças estão aprendendo sobre as estruturas das células ou dos átomos. Essas eu deixo passar, já que nesses casos provavelmente serão acompanhadas de uma análise muito mais aprofundada dos conceitos.

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Também acho que é bastante razoável estimular as crianças a pensarem sobre as palavras cujos conceitos elas já podem ter dominado. Vincular uma nova palavra a um conceito é muito diferente de tentar aprender e vincular uma coleção inteira de palavras.

Eu evitaria trabalhar pletora, escassez, cornucópia, suficiente, abundância e liberal juntos, como fazem alguns programas educacionais. O ideal é trabalhar essas palavras ao longo do tempo, à medida que forem aprendidas pelas crianças e, posteriormente, teremos crianças comparando as ideias ou adaptando o uso dos termos.

Uma professora que conheço pede que os(as) estudantes classifiquem o vocabulário semanalmente em pastas no quadro de avisos e, quando uma pasta acumula várias palavras relacionadas, elas revisitam como um conjunto.

3. Promover o uso do vocabulário.

Não basta as crianças estudarem o significado das palavras. Elas também precisam aprender a usá-las ao ler, escrever, falar e ouvir as outras pessoas. O ensino deve criar oportunidades para as crianças usarem as palavras em todos esses contextos.

Por exemplo, essa ampliação do vocabulário pode ser realizada por grupos de crianças trabalhando em conjunto para criar múltiplas definições de palavras. Esse tipo de cooperação exige que as crianças conversem entre si sobre as palavras. Eu, por exemplo, costumo passar uma pequena lista de palavras para cada grupo e peço que ensinem uns aos outros as palavras que seus grupos estudaram… Ou seja, é importante promover mais atividades para eles falarem e ouvirem.

Pode-se recompensar as crianças por usarem o vocabulário estudado na escrita – e isso pode ser feito de várias maneiras.

As pesquisadoras educacionais Isabel Beck e Moddy McKeown criaram os “assistentes de palavras”, que davam às crianças pontos extras em vocabulário se pudessem trazer evidências de que exploraram ou usaram as palavras escolhidas na tarefa. As crianças ficam muito animadas ao se depararem com algumas das palavras aprendidas quando assistem televisão ou jogam seu joguinho favorito.

4. Revisar o vocabulário é importante.

É comum o(a) professor(a) ensinar vocabulários por diversos gêneros textuais mas demorar muito a incentivar as crianças a exercitarem as novas palavras descobertas. Pode ser difícil aprender o vocabulário se você não tem muitas oportunidades de usá-lo. 

Há muitas maneiras de lidar com o vocabulário, como por exemplo dedicar um dia por semana para trabalhar apenas com palavras que foram ensinadas (e aprendidas) no passado – ou até semanas inteiras podem ser dedicadas a isso, ao longo do ano.

Gosto muito de incluir palavras ensinadas nas últimas semanas nos testes de vocabulário. Pedir que as crianças façam anotações sobre o vocabulário também pode ajudá-las a melhorar a escrita durante essas revisões.

Outra maneira de garantir que crianças aprendam as palavras é ver quantos termos a mais elas podem construir morfologicamente, adicionando prefixos, sufixos ou alterando partes da fala e assim por diante. 

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5. Estimular os alunos a “adivinhar” o significado de certas palavras

Muitas vezes, as crianças aprendem novos vocabulários por acaso, inclusive fora do ambiente escolar. No entanto, nem todas as crianças aprendem com a mesma facilidade e, mesmo para quem é mais fácil, ainda pode ser uma tarefa difícil e que exige muitas oportunidades de usar uma mesma palavra para que ela seja de fato aprendida.

Uma coisa que podemos fazer para ajudar a desenvolver uma “consciência sobre as palavras” entre nossos(as) alunos(as) é envolvê-los(as) na identificação de palavras desconhecidas quando leem “por vontade própria”, fora do contexto de ensino-aprendizagem – e incluir essas palavras nas atividades da sala de aula. Quando as crianças se acostumam com eventuais faltas no vocabulário, é mais provável que tentem resolver essas lacunas enquanto leem. As crianças também ficarão mais motivadas se puderem sugerir o que querem aprender em sala de aula.