por Americo N. Amorim | jun 16, 2015 | Gestão escolar
Nos últimos anos, métodos de ensino-aprendizado que beneficiam as particularidades e ritmos de cada aluno em detrimento ao tradicional ensino de massa têm sido desenvolvidos significativamente, proporcionados em especial pela aproximação entre tecnologia e educação no contexto escolar.
Mas apesar do número crescente de projetos implantados em salas de aula, ainda são poucos aqueles que de fato conseguem ser bem-sucedidos e propiciam transformações válidas ao processo educacional.
Isso acontece porque implementar um projeto de tecnologia nem sempre é tão simples, diversos são os fatores que devem ser analisados e verificados para o correto alinhamento dos objetivos pedagógicos de cada escola com as ferramentas digitais escolhidas por elas.
No livro “Os Três Segredos para Transformar sua Escola com Tecnologia” publicado recentemente por Giordano Cabral, professor do Centro de Informática da UFPE, em conjunto com Américo Amorim, mestre em Gestão de Tecnologia também pela Federal de Pernambuco; são relatadas as principais particularidades dessa tarefa.
A obra, direcionada especialmente a diretores e gestores educacionais, reúne as principais vantagens do uso de tecnologias, abarcando, entre outras pautas, as principais decisões envolvidas, um passo-a-passo para implementação e o detalhamento das principais dificuldades percebidas durante esse processo.
A seguir, baseado no conteúdo disposto no livro, você leitor poderá conhecer os três maiores desafios para implementação de tecnologias em escolas, compreendendo assim, as formas mais adequadas para dribla-los.
Desafio 1: Montar uma Infraestrutura adequada
“Provavelmente, a primeira coisa que você deve ter pensado ao ler “infraestrutura” foi em computadores, tablets, lousa digital e internet. Sim, esses itens também devem ser levados em consideração e são os mais usados na hora de implantar a tecnologia educacional na sua escola. Agora, você já parou para pensar em instalações elétricas? Parece óbvio, não é? Mas, na verdade, é aí que os erros podem começar.” Pag.14
Tal como relatado no trecho é natural associarmos durante a implantação de um projeto tecnológico o termo infraestrutura apenas a compra de aparelhos eletrônicos. Esses recursos, porém, carecem de capacidades técnicas adequadas para uma correta instalação. Já imaginou uma sala de informática sem a quantidade de tomadas necessárias? Ou mesmo uma rede de internet que não propicia conectividade de qualidade aos seus usuários?
Embora essas decisões não pareçam em um primeiro momento tão óbvias para o sucesso do projeto, acabam se tornando uma grande dor-de-cabeça mais tarde, com o crescimento dos custos em medidas emergenciais.
É interessante, portanto, que gestores educacionais estejam atentos as capacidades de suporte tecnológico necessárias, de modo que o desenvolvimento dos projetos não seja atrapalhado por aspectos nesse âmbito.
Desafio 2: Qualificar os professores
“Não estamos falando de qualificação no que diz respeito ao funcionamento de tecnologias como tablets e computadores. Não é sobre usar a tecnologia. A formação deve focar no que deve ser feito com essa tecnologia em sala de aula” Pag. 16
A maioria dos professores já está familiarizado com os mais variados tipos de tecnologia, é difícil encontrar hoje em dia profissionais que estejam completamente alheios aos uso desses aparelhos, ou não usufruam dos seus beneficios.
O que se propõe aqui, dessa forma, é uma capacitação direcionada, isto é, o correto alinhamento entre os interesses pedagógicos da escola e dos docentes com a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis, desfrutando dessas ferramentas da melhor forma possível.
Afinal, de nada adiantará um material de altíssima qualidade se sua condução em sala de aula não favorecer a exploração adequada das funcionalidades disponíveis. Para isso, professores precisam conhecer por antecedência os recursos digitais empregados, seja por meio de capacitações ou através de alguma estratégia de formação similar, garantindo que o planejamento da aula contemple a total potencialidade dessas ferramentas.
Desafio 3 : Escolha do Material digital
“Infelizmente grande parte das editoras que oferece conteúdo digital faz apenas isso, transforma os livros físicos em versões PDF, o que não muda nada na apreensão do assunto, afinal ele só estará escrito em outra mídia (no tablet e não no papel). Conteúdo vai além disso, é preciso pensar nele como algo atrativo, flexível, de qualidade.” Pag. 17
A escolha do material digital, ademais os desafios já citados é um fator que demanda cuidado. Não significa apenas utilizar o material pedágogico tradicional em formato digital. Livro digital precisa e DEVE ser interativo. Do contrário será apenas uma replicação de material que poderia ser encontrado em formato físico e não promoverá nenhuma vantagem além de diminuir a quantidade peso na mochila do aluno.
Além disso, é necessário que esse material, tal como a capacitação dos professores, esteja dentro das propostas educacionais predefinidas pelas escolas e promova experiências que tornem o aprendizado mais dinâmico e contextualizado, oferecendo também feedback avaliativo.
As ferramentas digitais devem, por primazia, funcionar como entremeio comunicativo na troca de conhecimentos entre aluno e professor.
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Ficou interessado no tema? Tenho uma boa notícia!
O livro estará disponível por R$ 59,90 nas melhores lojas do Brasil dentro de alguns dias. Até lá, você tem a chance de acessá-lo gratuitamente aqui.
Não sei por quanto tempo conseguiremos deixar essa oportunidade no ar – só até o livro entrar nas lojas. Por isso, se ficou interessado, sua chance é essa!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | maio 21, 2015 | Gestão escolar
Melhorar o rendimento em sala de aula é um assunto de amplo interesse para educadores e professores.
É comum percebermos que a maioria das aulas não consegue manter os alunos interessados, ou não atingem o potencial esperado pelo professor.
Sem dúvida, uma boa pista é olhar para o tempo de interação professor-turma: se por qualquer motivo esse tempo é reduzido, as chances da aula ser prejudicada são altas.
Por esse ser um problema pertinente, há bastantes estudos e pesquisa feitas para entender quais fatores influenciam a qualidade das aulas.
Nem sempre é possível identificar exatamente o que está interferindo no processo de aprendizagem, mas alguns elementos podem ser condicionados para otimizar o tempo em sala.
Ao analisar estudos e pesquisas, separei os três números mais importantes para que você possa melhorar as aulas. A ideia é catalisar o processo de docência influenciando e alterando fatores que independem das particularidades de ensino (das características do professor ou da aula).
Pronto para descobrir as 3 estatísticas mais preocupantes sobre a sala de aula brasileira e o que você pode fazer a respeito?
1. +100h de aula são gastas em… nada
Fazer chamada, apagar o quadro, distribuir ou recolher trabalhos e exercícios.
Parecem atividades simples certo? Bem tradicionais ao cotidiano de qualquer sala de aula.
Surpreendentente, segundo um estudo recém lançado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essas atividades rotineiras ocasionam a perda de 13% do tempo de aula.
Em um ano, a perda acumulada por simples aspectos ligados ao gerenciamento organizacional de ensino passa de 100h.
Apesar de parecer um número bastante elevado, é só imaginarmos, por exemplo, uma turma com 50 alunos, e o tempo desperdiçado pelo professor para marcar na caderneta a frequência ou ausência de cada um deles.
Sabemos que nem sempre é possível eliminar facilmente de atividades burocráticas, elas acabam sendo inevitáveis em determinadas situações, podendo ser minimizadas com um planejamento apropriado.
É fundamental, porém, que além de um bom preparo por parte do professor, a escola ofereça o suporte adequado aos docentes, garantindo uma estrutura escolar que acelere aspectos rotineiros.
2. Os professores passam um dia por semana pedindo silêncio
Indisciplina e bagunça acabaram se tornando frequentes em sala de aula, casos de professores que perdem grande parte do tempo tentando controlar a turma se multiplicam de maneira preocupante no país.
E é fato comprovado por estudos: de acordo com relatório publicado esse ano também pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma pesquisa realizada entre 33 países sobre o rendimento dos alunos, apontou o Brasil como o número um do ranking em desperdício de tempo com bagunça em sala de aula.
Com cerca de 20% do tempo de aula dedicado a por a classe em ordem. O número elevado, ganha ainda maior dimensão quando somado ao tempo perdido com burocracia.
Diminuir as conversas em sala, ou mesmo maximizar atenção do aluno, são tarefas complicadas, que exigem bastante dos professores. A melhor maneira de lidar com esses fatores é através da construção um sensível, porém importante, canal de relacionamento eficaz com os alunos.
O que os interessa? De que forma esses interesses podem ser aliados as táticas de ensino?
A interatividade entre docentes e discentes precisa ser trabalhada e adaptada constantemente.
Além disso, a construção de uma cultura escolar que incentive o desenvolvimento de projetos e atividades, participação do pais ou responsáveis, troca de conhecimentos entre alunos e/ou entre salas, e estímulo ao feedback, moldam-se essenciais para a melhoria do aprendizado dos alunos.
3. Brasileiros perdem 3x mais tempo copiando conteúdo do que o país referência da América Latina
Tanto no momento da alfabetização, quanto nas série mais avançadas é comum observarmos a utilização da cópia no processo de aprendizagem.
Enquanto para o menores a atividade acaba sendo utilizada pela repetição constante de determinadas palavras ou exercitação mecânica para memorização ou treino ortográfico.
Entre os alunos mais velhos a prática geralmente acontece pela replicação de atividades dos livros didáticos, ou transcrição de conteúdo disponibilizado pelo professor unicamente através da escrita no quadro, sem possibilidade de material de apoio disponível.
A tática, entretanto, acaba sendo bastante questionada por pesquisadores da área. Buscando compreender porque estudantes cubanos geralmente obtinham desempenhos melhores quando comparados a outros da América Latina, um economista americano realizou um estudo entre 36 escolas de Cuba, Chile e Brasil.
Entre os resultados, uma das conclusões do estudo verificou que o tempo de cópia em território nacional é o triplo do que o registrado nas salas de aula cubanas, colocando em cheque a utilização desse método.
É interessante observamos, portanto, que a utilização pedagógica da cópia só deve acontecer quando seu propósito resultar, de fato, na aprendizagem do aluno.
No caso dos alunos mais novos, se a tática favorece o desempenho de escrita e leitura, não se tratando apenas de uma transcrição vazia para preenchimento de tempo, ela pode acontecer sem grandes problemáticas.
No caso dos estudantes mais velhos, porém, o processo de cópia geralmente está ligado apenas a falta de material de suporte adequado, e interfere no tempo dedicado pelo professor a transmissão de fato dos conhecimentos da matéria.
Nessa hipótese, a melhor saída é o desenvolvimento de material pedagógico que otimize a construção do conhecimento em sala.
Há um jeito integrado de corrigir os problemas mais comuns com a sala de aula brasileira?
Driblar os aspectos descritos são tarefa cotidiana. Mudanças e inclusão de novos processos devem ser incorporadas pouco a pouco, incrementando o processo educacional e adaptando-se a realidade de cada escola.
Ademais às alternativas citadas, hoje em dia a tecnologia consegue aprimorar de maneira bastante satisfatória o processo educacional, e nos casos descritos acima, poderia ser determinante para o sucesso dos professores em sala de aula.
Aspectos burocráticos conseguem ser acelerados facilmente por ela, com chamadas eletrônicas e automáticas, ou envio e recolhimento de atividades ocorrendo virtualmente.
A utilização de material de apoio interativo, por sua vez, poderia aumentar bastante o interesse e disposição dos alunos, reduzindo a bagunça e desatenção, além de erradicar drasticamente a cópia pela cópia.
Aliás, isto já é unanimidade entre os professores: soluções pedagógicas com um cunho tecnológico auxiliam, por reduzir o tempo gasto em planejamento de aula, em correção de atividades e aumentar o engajamento dos alunos.
A única ressalva dos professores, como mostrou uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann em parceria com a Instituto Paulo Montenegro e o Ibope Inteligência, é a necessidade de treinamento e capacitação no sistema pedagógico implantando.
Contudo, uma vez que treinados, cerca de 92% dos docentes vêem como algo positivo a disponibilização de materiais didáticos digitais de qualidade.
Para tanto, a escolha dos materiais, bem como suas formas de uso e aplicação precisam ser coordenadas e discutidas entre professores, coordenadores e diretores, de modo que sua inserção seja bem alocada e gere usufrutos positivos, alinhados aos objetivos pedagógicos e organizacionais da escola.
Onde podemos chegar se corrigirmos esses problemas?
Com o ensino de qualidade acontecendo livre de barreiras, e num cenário educacional promissor, é unanimidade a compreensão que os resultados são bastante positivos a curto e longo prazo.
O desenvolvimento da educação propicia, afinal, a redução significativa da diferença entre pobres e ricos, já que retira da marginalidade as classes sociais mais baixas.
A multiplicação de oportunidades fomenta, por sua vez, o desenvolvimento econômico: alterações significativas no sistema educacional do país promoveria ao Brasil multiplicar por 7 o valor do seu PIB.
Consegue imaginar esse cenário? Um país mais igualitário, justo e com mais oportunidades para todos? Isso está a nosso alcance.
Basta focarmos no que podemos melhorar: a educação!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 20, 2015 | Geral, Gestão escolar
O grande desafio para as escolas atualmente é se destacar entre tantas opções e driblar a competitividade do mercado, de forma que possa atrair pais e alunos.
- Como garantir que sua escola seja considerada uma boa opção pelas pessoas região?
- O que você responde para os pais quando eles perguntam por que deveriam escolher sua escola?
- Como convencê-los de que eles podem confiar na sua proposta?
Nos ramos da indústria, do comércio, nas instituições de caridade e em alguns setores de universidades privadas, as questões acima existem há muito tempo e seus departamentos de marketing trabalham duro para respondê-las. Para essas organizações, marketing não é só sobre divulgar a marca e organizar eventos.
Existe uma abrangente pesquisa por clientes em potencial e uma investigação sobre suas necessidades e desejos por trás da forma como eles comunicam suas mensagens. Mensagens essas que são efetivamente comunicadas por uma vasta gama de métodos, desde as redes sociais e websites à encontros realizados pessoalmente com líderes e investidores locais.
Mas o problema é que as escolas não conseguem se adaptar aos preceitos do marketing por alguns motivos, como o tamanho da empresa, falta de experiência e também devido aos livros clássicos de marketing não serem de fácil adaptação para a realidade das escolas.
Lidar com pais, alunos e estudantes é um desafio bastante específico. Para isso, existe um modelo específico que deve ser considerado: o Ciclo de Marketing.
Créditos: Simon Hepburn
Criado pelo especialista Simon Hepburn, o Ciclo de Marketing para Escolas é um modelo prático que pode ajudar os gestores tanto em focar no que realmente importa para a comunidade escolar quanto para comunicar isso.
O ciclo do marketing serve como um checklist, para que você possa conferir se os rumos do seu projeto de marketing escolar estão no lugar certo, e principalmente se você está direcionando-os para o lugar certo.
Em que ele consiste?
Destrinchando o Ciclo de Marketing
1. Pesquisa de Marketing
Começando de baixo, o primeiro passo é identificar quem são os pais “público alvo” e então descobrir o que eles esperam de uma escola. Pense também nos futuros pais, aqueles que você ainda quer conquistar. É fácil deduzir coisas nessa área, mas realmente ajuda se você entrevistar e elaborar questionários com pontos-chaves e analisar suas necessidades e expectativas. Você deve também perguntá-los como descubriram sua escola e por quê.
2. Conhecendo as necessidades do marketing
O que sua escola faz que supre as necessidades dos pais que você espera prospectar? E mais importante: o que você ainda não faz? Escolas podem cometer o erro de deixar passar formas simples de atrair mais alunos – coisas como mudar a rota do ônibus escolar para atender mais alunos ou adicionar mais modalidades esportivas para contemplar alunos-atletas, por exemplo.
3. Desenvolver uma mensagem para a marca
Imagine que você tem dez segundos para falar da sua escola para futuros pais em poucas palavras. Não conseguiu? É hora de rever sua mensagem. As escolas tendem a repetir jargões: que cuidam de seus alunos, educam para o futuro, unem tradição à modernidade, entre outros. Essas ideias fazem sentido, mas o ideal é que o diretor ou gestor consiga dizer o que a escola representa em apenas algumas palavras, que aja como slogan baseado em algo completamente único.
4. Mostrar resultados
Escolher uma escola para seus filhos pode ser uma das mais importantes decisões na vida de um pai ou mãe. Apesar de um bom slogan ou um belo website chamarem a atenção primeiramente, não serão eles que farão os pais matricularem seus filhos na escola. Eles querem provas e histórias reais que comprovem a qualidade da escola e como ela pode ajudar seu filho a atingir suas aspirações.
Para uma escola é imprescindível que as histórias de sucesso e os resultados de seus alunos e ex alunos dêem credibilidade àquela mensagem citada no passo acima. Dê aos pais a chance de conhecer a estrutura tão encantadora que você divulgou no site, os casos de sucesso de ex alunos que agora estão no mercado de trabalho, as conquistas dos times de esportes em ligas regionais, os projetos que deram certo.
5. Usar a mídia a seu favor
Uma vez que as histórias de sucesso estão garantidas, é hora de mostrá-las ao público. Comunique-as para a comunidade escolar e para os futuros pais de acordo com a pesquisa de marketing que você fez no passo 1: direcione as histórias para a mídia que os futuros pais vão ler. Quais os lugares que ele frequenta para que você deixe panfletos e posters lá? Quais os canais de televisão eles assistem? Quais as mídias sociais eles acessam? Seja prático e objetivo.
6. Garantindo o engajamento
O último passo é uma continuação do primeiro: é sobre como você vai levar os pais além do interesse pela escola até a matrícula de fato. Escolas precisam manter contato com os pais, e ajudar prontamente qualquer pessoa que se interessar pela sua proposta, seja num evento ou ocasião casual. A divulgação através de pessoas, na oralidade, pode ser tão efetiva quanto propagandas.
Confira dois artigos do blog da Escribo que podem lhe ajudar nesse passo:
Vamos formar uma grande rede de colaboração entre gestores no país.
Já testou alguma estratégia semelhante ao ciclo de marketing? Conte pra gente!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 19, 2015 | Geral, Gestão escolar
Créditos da imagem: Fotolia
Indisciplina. Faltas. Desinteresse. Conversas paralelas. Essas características são recorrentes nas suas turmas?
Se a resposta for sim, fica claro que é preciso mudar alguma coisa nesse cenário.
Geralmente os alunos que passam pelas situações acima são alunos distraídos, que já carregam esse problema em outras esferas da vida. Basta um pássaro pousar na janela que a aula inteira já foi arruinada para ele.
Mas é possível fazer esses alunos participarem ativamente das aulas – e não é difícil.
Primeiro, vamos identificar algumas coisas:
- Será que o problema está apenas no conteúdo?
- O que você pode estar fazendo errado?
O problema não reside no conteúdo, mas na abordagem. É possível fazer os alunos distraídos se sentirem estimulados com qualquer conteúdo se este for abordado de maneira assertiva, lúdica e interessante.
A chave aqui é captar a atenção e o interesse. E talvez seja aí que a maioria dos professores peca.
Créditos: naturallyhealthyparenting.com
A questão é que essas situações são comuns, mas fáceis de resolver. Ainda assim, pouca gente sabe sair do famoso “feijão com arroz” nas salas de aula.
Com o guia abaixo, iremos simplificar em alguns passos como você pode engajar os alunos distraídos usando tecnologia:
Os 3 passos para engajar alunos distraídos
Créditos: Annie Tritt for The New York Times
1) Criar aulas atrativas
Eu tenho certeza que todo professor cria sua aula com carinho e esmero. O problema é que muitos não percebem que os alunos dessa geração se distraem muito mais facilmente devido ao grande número de estímulos advindos do século XXI.
Alunos dessa geração são empurrados para diversas atividades extracurriculares para “ocuparem seu tempo”, não brincam mais na rua e não têm o que fazer em casa. Essa realidade nova (e não necessariamente boa) deve ser pensada na hora de criar as aulas.
Mas o que atrai essa nova leva de estudantes?
Pesquisadores da Uneb investigaram que jogos e videogames são algumas das ferramentas mais atrativas para crianças distraídas e outros garantem que não há oposição entre videogames e aprendizado. O necessário é usá-los de forma correta, pois aprender demanda concentração, tempo e paciência.
As crianças encaram jogos como desafios e apresentam muito interesse em vencê-los. E a medida que ela joga, o interesse vai se convertendo para o conteúdo, o aprendizado e para a proposta pedagógica.
2) Enfatizar a importância das regras
Como citado anteriormente, aprender demanda concentração, tempo e paciência. É o que diz a pesquisadora Angela McFarlane, da Universidade de Bristol (Grã-Bretanha). Ela faz uma analogia com chocolate e brócolis:
Para muitas crianças, aprender é ruim como comer brócolis e jogar é bom como comer chocolate. Mas cobrir o brócolis de chocolate para torná-lo mais atrativo não é a solução, pois elas não vão comer (aprender) do mesmo jeito.
Ou seja, os jogos devem ser planejados para focar no aprendizado e não no entretenimento.
E isso é ainda mais importante tratando-se de crianças indisciplinadas, que não possuem limites e precisam aprender a obedecer as regras.
Uma dica é usar os próprios jogos para transmitir noções de importância sobre as regras. Esse conceito é aprendido enquanto se joga, pois sem seguir as regras os alunos não poderão enfrentar o desafio. O segredo é mostrar que isso se aplica à outras esferas da vida também.
3) Utilizar movimentos a favor da aula
Jovens carregam muita energia, quase sempre acumulada. E quando são distraídos ou indisciplinados, dificilmente param quietos em suas cadeiras. Costumam correr pela sala e conversar com outros alunos.
Essa energia em demasia pode ser um fator distrativo, mas também pode ser trabalhada contra ele.
A energia pode cair como uma luva na hora dos jogos pedagógicos. Levá-las para uma aula ao ar livre ou criar um jogo que demande o movimento delas, como levantar e ir para o quadro escrever algo ou realizar uma mímica são algumas das estratégias possíveis.
Até em jogos digitais a energia é descarregada, uma vez que elas estão trabalhando o cérebro de formas diferentes do habitual – logo, gastarão mais energia resolvendo aqueles desafios.
O professor mexer-se junto pela sala enquanto dá aula também é importante. Um professor estático no canto da sala não chama tanta atenção como um professor que está transitando entre as cadeiras, pois o cérebro dos estudantes é rápido e vai querer acompanhar a agilidade dos movimentos.
Como você lida com a distração de seus alunos?
Compartilhe conosco suas experiências abaixo!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 13, 2015 | Geral, Gestão escolar
Como adquirir base em tecnologia educacional no Brasil?
A maneira mais efetiva é conhecendo projetos e pessoas por trás deles, ouvindo suas histórias e aprendendo com elas. É para isso que os congressos estão aí: para que se crie uma rede de network e conhecimentos cada vez maior – e com um assunto tão cheio de novidades e desafios, como a tecnologia educacional, não podiam faltar bons eventos sobre isso para reunir e engajar educadores.
“Professores precisam ser seus próprios gurus” – Ewan McIntosh
Essa semana o blog da Escribo escreveu sobre o III Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. Hoje, vamos falar sobre outro evento muito importante para o gestor e educador que está sempre atento aos benefícios da tecnologia educacional: o Bett Brasil Educar, maior evento de tecnologia educacional do país, que trás para a sua edição de 2015 o tema “A escola dos nossos sonhos: horizontes possíveis, desafios imediatos”.
Definido pela consultora em educação Vera Cabral como “a base para informação e atualização de muitos educadores brasileiros”, o congresso conta com mais de 250 expositores, e trás também uma vasta gama de palestras sobre educação tecnológica, com temas como o impacto das mídias sociais na educação, ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) e como os eBooks estão revolucionando o material didático para os alunos de hoje.
Além das palestras, a nova edição também trás como novidade workshops e seminários exclusivos, com stands e exposições que trarão em primeira mão as principais tendências da educação na era da tecnologia. Estão programadas, também, 165 atividades ministradas com grandes nomes do cenário educacional brasileiro e internacional, entre diretores, gestores, CEOs e professores. Você pode conferir a lista completa de palestrantes aqui.
O evento Bett Brasil Educar é uma fusão entre Bett Brasil, Feira Educar e o Congresso Educador, e ocorre entre os dias 20 e 23 de maio, em São Paulo, no Expo Exhibition & Convention Center. A inscrição é gratuita e já pode ser feita na internet através deste link, preenchendo um formulário com dados como nome completo, email e CPF. Para mais informações, os interessados podem acessar o portal do congresso, as redes sociais Twitter e Facebook ou o canal do evento no Youtube.
E você, o que aprendeu nos últimos congressos que participou? Não deixe de compartilhar conosco abaixo.
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 11, 2015 | Geral, Gestão escolar
Créditos da imagem: GettingSmart.com
Há, em cada profissional da educação, uma vontade de gerar mudanças impactantes na sala de aula, uma sede de inovação. O problema é que muitas vezes essa vontade se perde no tempo ora pela falta de recursos, ora pela falta de habilidades. O que fazer? Há uma tendência crescente na internet que pode contribuir para ampliar os horizontes das salas de aula e o conhecimento dos professores – os cursos online gratuitos.
Também conhecidos como MOOCs, que em inglês significa “Massive Open Online Courses” (Cursos Online Abertos e Massivos, em português), esses cursos são abertos via web, por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), ferramentas da Web 2.0 ou Redes Sociais.
Grandes universidades brasileiras já oferecem esses cursos, que através da tecnologia agrega diversas vantagens aos profissionais que não têm muito tempo, mas têm muita vontade de aprender: são grátis, não exigem vestibular e nem mobilidade em meio ao caos do cotidiano, visto que é possível estudar em casa – evitando perda de tempo, trânsito e desgaste.
Além disso, a escola ainda sai ganhando – com professores cada vez mais qualificados, as aulas ficam melhores e os alunos aprendem mais, deixando pais satisfeitos e produzindo rendimento e resultados à longo prazo. Confira abaixo algumas opções interessantes para professores aprimorarem suas habilidades e currículos, impactando ainda mais o aprendizado dos alunos:
Na USP:
Através da plataforma Veduca, os docentes podem ampliar seus conhecimentos nas seguintes áreas:
- Fundamentos da administração
- Escrita Científica
- Ética
- Eletromagnetismo
- Ciência Política
- Física Básica
- Probabilidade Estatística
Na FVG:
- Sociologia e Filosofia para docentes do Ensino Médio
- Sustentabilidade para os professores do Ensino Fundamental
- Inovação e Empreendedorismo
UnB:
- Os docentes da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias podem inovar na sala de aula com o curso de Bioenergética, que explica os fênomenos do organismo vivo.
UFMG:
- Para fortalecer o ensino inclusivo, é interessante para os docentes conferirem a plataforma Dislexia Brasil, que oferece conhecimentos sobre o assunto e dá dicas de como trabalhar com alunos disléxicos em sala de aula.
Unisinos:
- Para professores que visam a criação de turmas inclusivas em suas escolas ou estão se preparando para vagas em uma escola com alunos com necessidades especiais, a Unisinos oferece o curso de iniciação de libras. Há, também voltado para docentes, o curso de como fazer um jornal em sala de aula junto com os alunos.
Unesp:
- Através da plataforma Unesp Aberta, é possível acessar 70 cursos disponibilizados online, divididos em biológicas, exatas e humanas. Para os professores, é interessante conferir os cursos sobre didática e aprendizagem, disponíveis para diversas disciplinas, desde geografia à língua portuguesa.
Unicamp:
A universidade oferece minicursos especialmente para aqueles que querem aprimorar ainda mais o uso da tecnologia, ensinando técnicas como:
- CSS (Cascading Style Sheets)
- HTML ilustrado
- Tecnologia XML.
Para acessar os links dos cursos aqui citados, acesse este link. No mundo da educação, não há hora para deixar de aprender. Você já fez um curso online? Conte sua experiência para nós!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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