Como Professores Podem Melhorar o Humor na Sala de Aula

Sabemos que professores não são treinados ou selecionados para entreter, como comediantes. Mas também sabemos o quão positivo fica o clima da sala de aula quando o professor é divertido.

Os professores mais marcantes nas nossas vidas pós escola costumam ser aqueles que tornavam os dias mais agradáveis com seu bom humor.

Aprender e se divertir ao mesmo tempo contribui para que apreendamos a informação e coloquemos o aprendizado em uso no dia a dia e em situações como testes e provas.

O ex presidente da Association for Applied and Therapeutic Humor (Associação para Aplicação do Humor Terapêutico) e diretor do Institute for Emotionally Intelligent Learning (Instituto para Inteligência Emocional e Aprendizado), Ed Dunkelblau, afirma que no ambiente altamente competitivo e cheio de expectativas em que vivemos atualmente, todos na escola se beneficiariam se o humor fosse parte integrada da pedagogia:

“Testes cada vez mais difíceis, desafios financeiros, novas demandas surgindo para os educadores… O humor constrói uma relação de aprendizado através da alegria confluente entre o coração e a cabeça, que ajuda a lidar com esses desafios.”

Além disso, ele afirma que muitos estudos acadêmicos provam que o humor reduz o estresse e a tensão na sala de aula, aumentando a retenção das informações e promovendo um entendimento criativo.

“Mas acima de tudo, o humor trás um senso de prazer e apreciação do estudo, criando uma experiência positiva comum à todos os alunos, compartilhada também com os professores”, afirma Dunkelblau.

Abaixo você pode conferir 10 dicas para um melhor uso do humor na experiência diária de aprendizado:

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10 Estratégias para Usar o Humor na Sala de Aula

Ainda que para você utilizar o humor seja um desafio, existem algumas atitudes que você pode usar para aliviar a carga de estresse e dissipar as nuvens cinzas na sala de aula. É importante lembrar, também, que sarcasmo não é o ideal para a sala de aula. O humor para crianças não deve machucar ninguém.

1) Ria de si mesmo

Quando você fizer algo bobo ou errar alguma palavra, aponte isso e ria à respeito. É melhor rir com os alunos! Essa atitude também mostra que tudo bem se você errar, o importante é aprender com os erros.

2) Adicione elementos engraçados em provas, tarefas de casa e trabalhos

Pode ser uma anedota, um desenho, uma tirinha. O interessante é quebrar a tensão.

3) Use quotes na sala de aula

Alguns professores colocam frases divertidas ou inspiradoras no quadro para os alunos todos os dias. Você pode fazer isso e também espalhar pela sala papéis na parede com quotes engraçados ou frases de bom humor. Outra estratégia é estimular os alunos a colarem suas frases legais também.

4) Tenha uma pasta com tirinhas

Pode ser online, no Pinterest, ou física, de forma que ela possa rodar pela sala nos intervalos para os alunos lerem.

5) Promova o “Dia da Piada”

Você pode pegar a sexta feira, dia mais tranquilo, e pedir para os alunos compartilharem piadas, histórias divertidas, anedotas, tirinhas ou charadas com os outros no fim do dia. (Faça questão de analisar as piadas antes, lógico)

6) Use o humor em atividades escritas

Use uma aula para conversar sobre os recursos do humor, o que é importante, os limites deste. Quando eles entenderem melhor o que causa o efeito do riso, saberão colocar no papel uma forma de escrita mais descontraída.

7) Diversão no guarda roupa

Uma vez por mês, convoque-os à trazer um chapéu engraçado para a sala, virem com meias trocadas ou outros acessórios engraçados para usar na hora do recreio.

8)  Promova a criatividade

Leve tirinhas sem nada escrito nos balões ou fotos sem legendas e faça uma atividade onde eles deverão criar o próprio diálogo ou legenda de forma divertida e bem humorada, em duplas ou individualmente. Isso estimula a criatividade e o pensamento positivo.

9) Livros engraçados

Peça que os alunos tragam para a sala de aula livros divertidos e pergunte por que ele gosta daquela obra ou o motivo para o livro ser engraçado, pedindo exemplos e resenhas.

10) Use jogos

Você já ouviu falar sobre a gamificação? Aprenda neste artigo como as crianças podem aprender brincando:

Conclusão

O professor de psicologia Maurice Elias, autor dessa lista de dicas, conclui que aqueles que riem duram mais. Aqueles que não, pagam um preço. Por isso, não façamos as crianças pagar pelo mau humor da sociedade!

“Vamos colocar mais diversão na escola e aproveitar isso. Não precisa nem ser uma gargalhada – apenas um sorriso já ajuda. É hora dos educadores levarem o humor mais a sério.” Maurice Elias

Como você usa o humor na sala de aula? Compartilhe conosco!

4 Estratégias para Trabalhar a Motivação Interna na Sala de Aula

4 Estratégias para Trabalhar a Motivação Interna na Sala de Aula

Foto: jcomp/Freepik

Um estudo realizado por docentes da Bucknell University, na Pensilvânia, defende que estimular a autonomia dos alunos na sala de aula pode ser ainda mais efetivo do que tentar controlar tudo ao redor.

O estudo propõe que a autonomia se manifesta em três formas:

  • Autonomia Organizacional: quando o professor permite que os alunos tomem decisões por si próprios, dentro dos termos e regras da sala de aula.
  • Autonomia Prática: quando o professor oferece aos alunos opções e diferentes formas de apresentar suas ideias (através de mídias diferentes, por exemplo).
  • Autonomia Cognitiva: quando o professor permite que o aluno se autoavalie em determinadas situações a partir de um padrão de auto referência.

Enquanto a autonomia organizacional estimula um senso de bem estar e conforto no funcionamento da sala de aula, a autonomia prática dá suporte para um maior engajamento nas atividades e no aprendizado, assim como a autonomia cognitiva promove um investimento psicológico mais duradouro no aluno inserido naquelas atividades.

O professor de inglês Larry Ferlazzo testou o estudo em sua sala de aula, promovendo a autonomia entre seus alunos. Ele relatou no site Edutopia que para isso dar certo, os alunos precisam estar motivados. E como promover a autonomia sem uma motivação que venha de dentro pra fora?

Para Ferlazzo, em vez de tentar motivar os alunos à todo custo, é interessante trabalhar um ambiente onde eles possam buscar a motivação internamente, em cada um.

E para isso acontecer, é necessário existir uma relação de qualidade entre alunos e professores, que junto com o respeito mútuo se torna elemento chave no desenvolvimento da automotivação.

Quais ações os professores podem realizar para fortalecer essa relação e ajudar os alunos a se motivarem internamente?

4 atitudes que ajudam o aluno a se motivar

Menina escrevendo de lápis no caderno. Ao fundo, há um mapa-múndi.

1. Se interesse pelos seus alunos

Descubra seus interesses, sonhos, expectativas para o futuro. Faça um apanhado de informações sobre suas vidas, pergunte-lhes sobre o que lhes faz feliz e o que acontece no seu dia a dia.

Em outras palavras, lidere ouvindo mais do que falando. Entretanto, não faça disso uma via de mão única – compartilhe algumas de suas histórias também, construa pontes. Isso cria uma conexão de confiança e respeito entre educador e educando.

2. Haja de forma amigável na sala de aula

Sorria, brinque, cumprimente com apertos de mão. Pequenas atitudes podem determinar a imagem do professor perante seus alunos, provando que você é alguém que se importa. E vale a pena se esforçar quando o outro se importa!

3. Seja flexível, e mantenha seu foco no aprendizado

Um dos alunos do professor Ferlazzo nunca havia escrito uma redação durante toda a sua vida escolar.

Sua intenção era continuar sem escrever até que, durante um exercício de escrita focado em redações persuasivas, o professor (sabendo que o aluno gostava de futebol e videogames) disse que ele poderia escrever sobre por que o seu videogame favorito era o melhor ou por que seu time de futebol era melhor do que seu rival.

O aluno terminou escrevendo duas redações, sobre ambos tópicos. E o tema da aula (escrita persuasiva) ainda assim foi trabalhado!

4. Não desista de seus alunos

Seja positivo da forma mais humana possível e encoraje uma mentalidade de crescimento e evolução nos estudantes.

DICA EXTRA:

Uma pesquisa da Science Magazine fez com que os estudantes escrevessem um parágrafo após cada unidade de conteúdo aprendido, falando sobre como aquilo poderia ser usado em suas vidas.

Ao fim do exercício, o resto do ano letivo foi muito mais positivo para esses alunos, pois ao colocar a importância do conteúdo no papel, conseguiam visualizar a relevância do aprendizado em suas vidas – principalmente aqueles que estavam com o desempenho abaixo da média.

Ainda que seja comum entre os professores explicitar algumas conexões do conteúdo com a vida real, a pesquisa também provou que o ensino focado na experiência do educador nem sempre é efetivo e pode desmotivar os alunos, por ser algo distante da realidade deles.

Por exemplo: um aluno que tem dificuldade em entender matemática ou não a acha interessante pode se sentir ameaçado e mal por constantemente ouvir do professor como a matemática é importante para seu futuro.

Em vez de se engajar, o estudante pode se afastar e experimentar sentimentos negativos sobre a matéria.

Os pesquisadores recomendam que, nesses casos, a abordagem mais efetiva seria encorajar os alunos a criarem suas próprias conexões com a matéria e descobrirem, por si próprios, a relevância daquilo para suas vidas.

Esse método de autonomia dá ao estudante a oportunidade de conectar os tópicos e áreas estudados aos campos de interesse em suas vidas.

Gostou do artigo? Quais estratégias você usa para manter a motivação dos alunos? Comente!

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7 formas de humanizar as redes sociais da sua escola

Para construir uma boa imagem e fortalecer as relações da escola com seu público alvo, você deve saber como engajar a audiência de forma significativa.

Dessa forma, a comunicação virtual da escola com os pais e alunos acontecerá de forma mais humanizada e menos mecânica.

Para sua instituição atingir esse objetivo, adaptamos para a realidade das escolas um manual com 9 maneiras de humanizar marcas através das mídias sociais, como Twitter, Facebook e Instagram.

Caso você ainda não esteja totalmente familiarizado com esse tipo de marketing focado nas redes sociais, confira alguns de nossos guias a respeito:

Agora, confira os 7 passos para ter redes sociais mais humanas:

1) Tenha senso de humor

O humor é uma forma fácil e efetiva de conectar-se com o público nas redes sociais. Tenha em mente três fatores quando for utilizar humor nas mensagens: diversão, informação e controle. É importante ter certeza que a forma de humor utilizada não vai ofender outras pessoas. Ironias também não são recomendadas, visto que nem todos poderão entendê-la.

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Nesse exemplo, o Colégio NAP usou o humor para quebrar a seriedade da mensagem da páscoa – e ao mesmo tempo reforçá-la.

2) Use a linguagem do dia a dia

Muitas pessoas entram nas redes sociais para se sentirem entretidas. Ao entrar no Facebook, por exemplo, o público não está interessado em posts enormes que tomem seu tempo e possuam linguagem rebuscada ou jargões enquanto navegam.

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O Colégio Atual Caruaru utilizou a linguagem cotidiana para cativar os alunos a curtirem o post, mas sem ser informal demais – e de quebra ainda divulgou o Instagram da escola na legenda!

3) Mescle o virtual ao real

Não permita que as postagens das redes sociais sejam apenas fachada. É preciso que o mundo online seja fiel ao virtual. Por exemplo, se um futuro pai ou mãe acessar o Facebook e ver um post de incentivo da escola à reciclagem, eles possam ver, ao visitar a instituição, que esse incentivo acontece também na prática – ou seja, que a coleta seletiva e a reciclagem estejam presentes (e visíveis) também na própria escola.

4) Intereja e converse

Quando sua audiência faz uma pergunta, ela quer (e deve) ser ouvida. Mas você pode, também, falar com as pessoas apenas para interagir, sem grandes propósitos por trás. Pequenos gestos podem fortalecer sua relevância nas redes sociais.

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No exemplo acima, a escola de línguas EnglishTown propôs um quiz em seu Twitter e, em seguida, parabenizou os seguidores que acertaram. Mostrar que se importa com o cliente vale muito!

5) Promova Soluções

Se você entende bem as necessidades do seu público alvo, fica mais fácil de conectar com eles nas redes sociais. Promova soluções para os problemas e angústias dos pais e alunos de forma que eles começarão à enxergar a escola de forma mais amigável, como aliada em suas vidas.

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O Colégio Cognitivo, por exemplo, propôs um debate com um especialista da Polícia Federal diante de uma grande questão enfrentada por pais e alunos, que é a problemática dos cibercrimes e fraudes que podemos enfrentar no mundo virtual.

6) Surpreenda seu público

Todos nós adoramos surpresas, especialmente qual vêm de quem gostamos. Assim como na vida real, você pode fazer seu público feliz tratando-os de maneira especial.

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O Colégio Bandeirantes surpreende seus alunos periodicamente com ingressos para filmes em cartaz nos cinemas e divulgando a iniciativa nas redes sociais, por exemplo.

7) Desenvolva uma campanha marcante

Cada pessoa têm um jeito singular de falar, que lhe faz único. Da mesma forma, a marca da sua escola precisa de uma personalidade própria nas redes sociais.

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O Colégio GGE fez uma série de posts enfatizando o slogan da sua mais recente campanha pré-Enem (“Educação Preto no Branco”), aumentando a relevância desta.

Conclusão

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O marketing via redes sociais funciona quando a marca consegue se conectar com seu público alvo. Algumas escolas conseguem fazê-lo de forma efetiva, outras não. O motivo para essa disparidade fica claro após a leitura de hoje: muitas empresas querem se comunicar  através de uma linguagem formal, como numa reunião de trabalho, em vez de uma forma humana e linguagem do dia a dia.

Para construir uma relação mais significativa nas redes sociais, é preciso humanizar a marca. E o mais importante nesse processo de humanização da escola nas redes sociais é fazer com que os valores e ideais do mundo real sejam replicados no virtual.

O que você achou da lista? Comente!

6 maneiras de levar construções para a sala de aula

Foto: MakerEd.org

 

Você já ouviu falar em Maker Education?

É uma iniciativa que surgiu no governo Obama, dentro do programa “Educate to Innovate” (Educar para Inovar), como uma iniciativa para melhorar a educação nos EUA.

Adotada por diversas instituições estadunidenses, ela se baseia numa vertente educacional que foca na realização de projetos e construções integrados ao currículo escolar.

Esses projetos podem ser de grande porte como um workshop de robôs no ensino médio, ou de menor escala, como uma construção de maquetes na escola primária.

A proposta não é apenas sobre integrar ferramentas e equipamentos na educação, mas promover uma educação com espaço para os estudantes criarem, colaborarem e desenvolverem a criatividade com projetos.

A Maker Education intercala a curiosidade das crianças pela exploração de novidades com a execução de projetos. Cada projeto exige um nível diferente de planejamento e esforço. As vezes pequenos projetos organicamente evoluem para projetos maiores, a depender da empolgação da turma.

Quer experimentar essa técnica? Comece com esses projetos que já foram testados e aprovados em salas de aula:

Projetos em menor escala

Torres de Poder

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Materiais:

  • Papel
  • Fita Adesiva

Ferramentas:

  • Tesoura

Ideal para quem está começando a experimentar a Maker Ed, essa atividade permite que os alunos construam “Torres de Poder” feitas com papel e fita adesiva. Eles também podem construir uma torre mais alta usando outros materiais – estimule-os a usar palitos, canudos e clipes de papel para torná-la mais divertida. Essa atividade em grupo ajuda os alunos à trabalharem melhor em grupo, estimula liderança e planejamento. Melhor ainda, existem inúmeras variações disponíveis, como papel colorido e fitas adesivas decoradas, materiais fáceis de achar.

Catapultas

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Materiais:

  • Ratoeiras
  • Colheres de pau (de madeira)
  • Borrachas
  • Blocos de madeira
  • Bolas de pingue pongue
  • Cola quente

Ferramentas:

  • Pistolas de cola quente

A catapulta é uma atividade que apresenta aos alunos os princípios da engenharia e da física de forma divertida. A catapulta permite que os alunos busquem o melhor ângulo e proporção entre a força de lançamento e a largura dos braços. Não tem aluno que não se divirta tentando acertar algo com a catapulta!

Desafios de construção

Com esses desafios, você pode testar as construções e refletir com os alunos sobre elas no dia seguinte!

Ponte

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Materiais:

  • Palitos de madeira (tipo picolé)
  • Cola quente
  • 5 baldes com peso dentro

Ferramentas:

  • Pistolas de cola quente
  • Alicates

Planeje a ponte com mais o menos um metro de distância e arrojada o suficiente para aguentar peso!

Barco flutuante

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Materiais:

  • Papel alumínio
  • Palitos de madeira (tipo picolé)
  • Espetos de Bambu
  • Papel
  • Cola quente
  • Argila
  • Palitos de churrasco
  • Canetas e pilotos

Ferramentas:

  • Tesouras
  • Pistolas de cola quente

Projete o barco para suportar cargas, se mover rápido pela água e possuir uma proporção eficiente entre peso e carga. Encontre a melhor forma para colocar as velas, um casco resistente e um ponto de equilíbrio ideal para flutuar.

Brincando com a luz

Esses projetos envolvem materiais mais complexos e eletricidade.

Eletromagnetos

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Materiais:

  • Parafusos de metal
  • Fios de cobre
  • Baterias

Ferramentas:

  • Alicates
  • Tesouras

Eletromagnetos ilustram a conexão entre eletricidade e magnetismo. Na vida real, eletromagnetos são a espinha dorsal de múltiplos aparelhos eletrônicos, como campainhas, alarmes de assalto e portas eletrônicas em carros. Alunos podem usá-los para apanhar moedas ou outros objetos de ferro através do magnetismo.

Circuitos maleáveis

eletromagnetos

Materiais:

  • Farinha
  • Água
  • Sal
  • Componentes eletrônicos como LED e motores

Ferramentas:

  • Pratos e jarras quentes

Circuitos maleáveis resolvem um dos maiores enigmas dos jovens alunos: Como construir componentes eletrônicos reais com mãozinhas tão pequenas? Devido à frágil coordenação motora das crianças, use massinha de modelar e farinha para conectar as partes eletrônicas.

Fonte e imagens: WoodShopCowboy

Se inspirou e vai fazer com os seus alunos? Conta pra gente o resultado nos comentários! 

5 Erros Comuns ao Trazer Tecnologia Para a Sala de Aula

Quando ouvimos a palavra “erro”, geralmente pensamos que ela implica uma série de coisas ruins: falhas, julgamentos, impossibilidades.

Mas, muitas vezes, esses erros acontecem apenas porque estamos iniciando algo, dando os primeiros passos e experimentando coisas novas. Nesse contexto, o campo de possibilidades para quem está “errando” é muito mais positivo.

A mestra em educação com ênfase em tecnologia Silvia Tolisano acredita que os erros cometidos ao integrar tecnologia na sala de aula acontecem principalmente pela falta de experiência com a tecnologia dentro do ambiente escolar.

Silvia listou, então, o 5 erros mais comuns que costuma ver, ouvir e ler a respeito quando viaja pelo mundo para trabalhar com escolas, professores e alunos ao redor do globo:

1. Quando a tecnologia não tem propósito

A intenção da tecnologia na educação é atingir objetivos que, sem ela, seriam impossíveis ou muito mais difíceis.

É preciso que ela tenha propósito e planejamento e não seja usada por usar. Quando ela se torna apenas uma substituta de algo que já era feito normalmente pelos alunos, a tecnologia é subutilizada e não agrega nada de novo.

 

2. Quando a tecnologia é usada como passatempo

Silvia conta que já viu professores que permitiam os alunos acessarem programas, aplicativos e a internet em geral apenas como um “prêmio” por terem feito algum trabalho ou para passar o tempo enquanto a aula não termina.

Isso descaracteriza o uso da tecnologia como ferramenta educadora e tira do aluno as chances de aprender com ela, caindo no senso comum de que a tecnologia só pode ser usada como entretenimento.

 

3. Quando a tecnologia é vista como uma matéria à parte

O correto seria que a tecnologia fosse integrada ao currículo de todas as matérias, e não vista como uma matéria isolada.

Entretanto, em vez de ser um usada como um caminho para ensinar e aprender, muitas vezes é usada como parte de uma aula de informática separada, onde alunos ficam passando o tempo nos iPads e praticando digitação.

Enquanto alunos precisarem esperar um dia na semana para ver tecnologia apenas no laboratório com horário reservado, os projetos digitais nunca serão implantados como devem, diariamente, na rotina do aprendizado.

 

4. Quando a didática não condiz com a tecnologia

Segundo o autor Alan November, o real problema com tecnologia na escola não é adicioná-la à sala de aula, mas mudar a cultura de ensino e aprendizado dos professores.

Para November, a tecnologia nas mãos de alguém que não sabe ensinar é apenas um lápis de mil dólares, pois de nada adianta um bom material tecnológico sem alguém que saiba ensinar com ele.

Ainda que existam diversos aparelhos na sala de aula, não existe educação sem bons (e bem treinados) professores que possuam técnicas e estratégias de ensino.

 

5. Quando a tecnologia é vista, sozinha, como catalisador da motivação

É verdade que os alunos se sentem mais motivados e instigados a aprender com tecnologia, mas sem um professor que guie as diretrizes daquele projeto educacional, essa energia se dissipa.

“Os aparelhos não fazem nada sozinhos”, afirma Silvia.

A realidade é que os alunos ficam engajados com a tecnologia na sala de aula, mas é preciso uma estratégia pedagógica que suporte essa motivação, como uma espécie de plano que conecte a tecnologia com as metas de ensino.

Sem elas, os estudantes estarão motivados apenas pelos aparelhos, e não pelo aprendizado.

Conhece outro erro que possa contribuir com a lista? Não deixe de comentar!