por Americo N. Amorim | jan 23, 2015 | Geral
Um grande dilema enfrentado por educadores é estimular a criatividade dos alunos em sala de aula. O tempo limitado para a alta demanda de conteúdo, a necessidade de padronizar provas e manter a disciplina acaba tornando difícil a tarefa de instigar os alunos em atividades criativas.
É importante saber que a criatividade forma cidadãos mais comunicativos, que sabem se expressar melhor por conseguirem escolher as palavras certas em determinadas ocasiões, facilitando seus relacionamentos – inclusive no trabalho. Além disso, a confiança nas próprias ideias faz com que eles tenham mais coragem de colocá-las em prática. Pensando nisso, Shelley Carson (PhD da Universidade de Harvard) deu algumas recomendações sobre como introduzir criatividade no dia-a-dia dos alunos, mesmo com limitações de tempo e recursos.
Para ela, expor os alunos à material criativo, promover a curiosidade e fornecer uma atmosfera onde o esforço criativo é valorizado são pequenas maneiras de fazer a diferença.
Independente da matéria que seja ensinada, disponha de arte e música na sala de aula
Faça com que estas estejam periodicamente disponíveis aos alunos.Também deixe-os cientes de por que você escolheu aquele material. Outras formas de associar o conteúdo com a criatividade é incluindo posteres, produções teatrais e cinematográficas que se relacionem com o assunto.
Estimule o interesse dos alunos em trabalhos criativos com aulas de campo
Leve-os para um dia de aprendizagem diferente em museus, parques ou instituições. Alguns tours estão disponíveis on-line. Trabalhe nelas o olhar criativo. Por exemplo, antes de chegarem à alguma exposição de arte ou concerto musical, ensine-as sobre o artista e/ou obras em questão.
Faça perguntas instigantes durante a aula
Melhor do que apenas passar informação é ensinar métodos para que eles busquem a informação sozinho. Perguntas desafiadoras ajudam a salientar o instinto explorador dos alunos, de forma que eles compilem as informações juntos.
Curiosidade é sempre bom
Conduza a aula de forma que a curiosidade dos alunos seja endossada como uma atitude positiva, reforçando internamente neles a busca por conhecimento. Valorize suas ideias e dê parabéns públicos quando eles atingirem objetivos.
Permita falhas
Se o aluno produzir uma pergunta “errada”, ajude-os à pensar o que é possível aprender a partir daquele erro. Encorajá-los a aprender com os erros é sempre melhor do que reprimí-los por isso.
Quais os artifícios usados na sua escola para estimular a criatividade nos alunos?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 22, 2015 | BYOD, Gestão escolar
Apesar de remeter ao entretenimento por grande parte da população, a tecnologia móvel (tablets e celulares) vem protagonizando diferentes formas de aprendizagem, indo além da sala de aula, quebrando paradigmas que definem como o conhecimento deve ser compartilhado.
Um dos desafios do aprendizado móvel para os educadores é justamente filtrar o que de fato importa numa educação móvel de qualidade. No “olho do furacão” da revolução digital, um grande número de informações e aplicativos são divulgados diariamente – e é aí que entra o papel do professor: direcionar o que realmente vale a pena para seus alunos.
Como identificar os aspectos mais úteis dos aparelhos, otimizando o tempo e a tecnologia para aprender? A professora Christy Knable desenvolveu as cinco dicas abaixo, afim de encorajar o uso da tecnologia móvel na educação:
1. O equipamento não é o mais importante
Na era da tecnologia, somos bombardeados por propagandas de todos os lados, afirmando que seus aparelhos são sempre os melhores, usando até a escolha de celebridades como forma de promover as marcas. Na sala de aula, essas coisas pouco importam, pois um aparelho pode ser bom para um aluno e não para outro. Cada um deles possui uma característica única, uma inovação em particular, novas capacidades. A dica quanto à escolha do aparelho é não agonizar em busca do aparelho perfeito e sim trabalhar em desenvolver tipos diferentes de aprendizado com cada um.
2. Mexa-se!
Parece óbvio, mas muitas pessoas passam batido num dos principais componentes da aprendizagem móvel. Para aprender com ela, você precisa ser móvel também! Apesar de ser possível acessar a tecnologia móvel e suas possibilidades de conhecimento disponíveis no sofá de casa, é usando-a tecnologia na rua que o compartilhamento de informações em tempo real torna-se ainda mais interessante. A dica é sair da zona de conforto e levar seu aparelho com você aonde for, para atingir altos níveis de aprendizado. Aguce seu faro por conhecimento e vá, curioso, à museus, palestras, lojas – sempre haverá algo interessante para fotografar, filmar, tweetar ou mostrar para seus alunos via Facebook, quebrando as barreiras físicas das salas de aula tradicionais.
3. Compartilhe
Praticamente todo artigo, vídeo ou página postado na web diariamente possui várias maneiras de ser compartilhado nos dias de hoje. Seja via Facebook, email, blog, ou simplesmente através de comentários, o aprendizado móvel demanda interação digital.
4. Aja como uma criança de 11 anos
Você já percebeu como na pré-adolescência as crianças são extremamente curiosas? Como suas mentes estão em desenvolvimento, elas nunca deixam de perguntar sempre o porquê de tudo. Muitas vezes as perguntas soam bobas, mas depois de alguma reflexão é fácil perceber como elas são, muitas vezes, brilhantes. Para promover um ensino móvel de qualidade, é preciso que o educador seja tão curioso e questionador quando a criança, em busca de atingir competências no máximo de tecnologias possíveis. Pergunte-se sempre: Por que falhei no upload desse vídeo? Por que esse novo app é melhor que o anterior? Qual a utilidade dessa ferramenta de busca?
Outra característica para se copiar das crianças é que elas sabem perder e sabem experimentar. Se não deu certo, é preciso tentar de novo, talvez de outra maneira. E nunca deixar de ter e sanar dúvidas, pois elas naturalmente podem surgir à medida que vamos descobrindo o potencial da tecnologia móvel.
Professores: já desbravaram a tecnologia móvel além da sala de aula?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 21, 2015 | Gestão escolar
Diversos de estudos já provam que a educação com arte e música aprimora o desempenho escolar. De acordo com uma pesquisa do Departamento de Artes da Universidade da Flórida (UFL), os alunos que estudaram música e arte durante pelo menos 4 anos na escola obtiveram maiores notas em geral do que aqueles que estudam por metade de um ano ou menos.
A formação envolvendo música e arte vem se mostrando uma grande facilitadora da inovação em sala de aula, devido ao estímulo à criatividade. De acordo com a pesquisa, os alunos que aprenderam música e arte na escola desenvolveram um pensamento crítico e uma atitude positiva diante as adversidades da formação.
Além disso, o aprendizado musical torna os alunos mais propensos ao engajamento para atingir objetivos acadêmicos além de promover o desenvolvimento de um senso de disciplina saudável. Isso resulta em benefícios à longo prazo, que acompanham o estudante pelo resto de suas vidas, como um melhor vocabulário, uma atividade neural mais forte em sua língua nativa e maior facilidade para iniciar e dar continuidade à leituras.
A pesquisa também afirma que 90% das crianças do pré-escolar demonstraram alto desenvolvimento na inteligência verbal depois de apenas 20 dias de treino musical, entre eles uma melhor e mais focada habilidade em escutar/ouvir aulas. Também foi observado um aperfeiçoamento nas memórias auditivas e à longo prazo, além de um menor índice de falta de atenção na escola, devido ao foco trabalhado na aula de música.
Os benefícios não param por aí: A coordenação motora também é aprimorada no treino musical, uma vez que desenvolve as partes do cérebro associadas às funções motoras e sensoriais. Uma coordenação motora bem desenvolvida garante que os alunos escrevam melhor e interajam com mais qualidade no ambiente de aprendizado.
A música também fortalece as partes do cérebro usadas para resolver cálculos matemáticos complexos. Estudantes que receberam formação musical tiveram um desempenho superior aos demais em álgebra e estavam mais dispostos à aprender matemática em geral.
Outra grande vantagem neurológica do ensino musical deu-se principalmente na vida de crianças com distúrbios de atenção e aprendizado, como DDA/TDAH (Déficit de Atenção/Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade). Esses alunos são facilmente distraídos por estímulos sonoros do ambiente – já com o treinamento musical, suas habilidades de escuta são aprimoradas e direcionadas para um foco, permitindo que eles filtrem mais efetivamente os sons importantes em sala de aula.
A vida dos alunos de baixa renda também pôde ser beneficiada pelo ensino da música. Muitas vezes estes experienciam vivências pouco acolhedoras no ambiente em que vivem ou até mesmo em suas próprias casas. Depois das aulas de música e artes, essas crianças criaram uma maior disposição à socialização em atividades extracurriculares, além de atingirem maiores notas e possibilidades de ingresso em faculdades conceituadas.
Além dos benefícios escolares, o treinamento musical ampliou os horizontes sociais das crianças presentes na pesquisa. Foram observadas melhorias em suas auto estimas, maior atenção e perseverança, aumento de seus pensamentos criativos e otimização de seus hábitos de estudo.
A sua escola já conta com educação musical no currículo?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 20, 2015 | Geral, Gestão escolar, Marketing Escolar
Uma das grandes vantagens do marketing digital é a possibilidade de testar qual mensagem consegue obter um maior e melhor retorno do público alvo – é o que defende o especialista no assunto Mike Leembruggen. Outro benefício, principalmente para os diretores e gestores escolares, é a facilidade em alcançar e prospectar este mesmo público, visto que as redes sociais e emails são diariamente acessadas por vários pais e tutores de alunos em potencial.
A questão é: se a mensagem da escola possui maneiras efetivas de ser entregue através do marketing digital, por que nem sempre ela atinge o resultado esperado? Mike afirma que quando as escolas não conseguem os resultados esperados, muitas vezes pecam em dois quesitos:
Não definem pontos fortes efetivos na mensagem:
Nas propagandas, as escolas tendem a dizer os mesmos jargões: que cuidam de seus alunos, educam para o futuro, unem tradição à modernidade, entre outros. Essas ideias fazem sentido quando o diretor está conversando com pais de futuros alunos numa visita de prospecção na instituição de ensino, ou numa conversa informal sobre escolas entre famílias – mas tais conceitos não podem ser considerados o diferencial numa campanha de marketing digital. É preciso desenvolver campanhas baseadas em algo realmente único, diferente, de preferência que apenas a sua escola tenha alcançado. Algo que chame atenção, como por exemplo, um feito que a instituição atingiu ou uma conquista de seus alunos que tenha se destacado e recebido reconhecimento externo.
Tentam falar tudo em uma só mensagem:
Outro problema encontrado pelo especialista é quando os diretores ou gestores encontram-se tão empolgados em exaltar as qualidades da escola que acabam poluindo a mensagem da campanha, fazendo com que ela não seja marcante por conter muitas informações. O ideal seria lançar uma campanha de cada vez, dizendo uma coisa em cada uma, do que uma campanha muito grande tentando impressionar com todos os pontos fortes ao mesmo tempo.
Hajam vista esses dois pontos, o próximo passo é converter a mensagem em poucas palavras. Depois de bem desenvolvidas, as campanhas devem ser veiculadas pelas redes sociais e principalmente por e-mail, através de mailings (listas enviadas periodicamente), uma vez que e-mails frequentes ajudam à manter a imagem da escola na mente dos pais – criando confiança e laços mais estreitos entre a instituição e as famílias.
E a sua escola, já tem uma estratégia de marketing digital definida?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 19, 2015 | Gestão escolar
Você já conhece o adaptive learning? Numa tradução literal, o termo pode ser lido em português como “aprendizagem adaptada” e parte do princípio de que se os alunos não são iguais, a educação também não precisa ser.
No adaptive learning, o conteúdo é adaptado para o nível em que o estudante se encontra em determinado conteúdo, através de um software especializado, proporcionando atividades diferentes para cada aluno. É uma forma de personalizar o ensino, respeitando o tempo de absorção de cada um.
Em suma, ele abrange o amplo conjunto de tecnologias capazes de propor ensino personalizado na área da educação. O estudante é imerso num ambiente virtual onde cada decisão sua é capturada e contextualizada num banco de dados e segue direcionado para um processo de aprendizado diferente.
Os programas adaptam o conhecimento a partir de testes de nivelamento ao fim de cada unidade escolar. Dependendo do resultado do quiz, o programa pode movê-lo para um nível mais difícil ou reconstruir o aprendizado do início (disponibilizando um reforço no conteúdo), a depender do seu desempenho na coleta de dados disponível naquele sistema.
O interessante é que os softwares criam desafios internos. Por exemplo, caso um aluno responda corretamente uma pergunta sobre a República Café com Leite no teste de história, o programa espera um intervalo de tempo para fazer outra pergunta sobre este mesmo assunto, pondo em prova se ele realmente dominou o conteúdo ou acertou “no chute”. Além disso, quando há uma resposta incorreta, o programa oferece materiais suplementares para ele revisar o conteúdo que não aprendeu.
Essa tecnologia prospera a partir do momento em que lida com uma das maiores dificuldades pedagógicas entre estudantes, que é adquirir conhecimento significativo em todas as áreas. Muitos alunos conseguem uma aprendizagem efetiva em determinadas áreas, mas, paralelamente, acabam indo mal em outras – e o adaptive learning visa driblar essa dualidade.
Ele também ajuda os professores (que possuem pouco tempo e muita demanda, além de muitos alunos) à darem uma atenção especial aos pontos fracos de cada aluno – uma vontade de muitos educadores, o que contribui para um impacto pedagógico mais tangível.
Mas é necessário compreender que, apesar das vantagens, os softwares devem ser criados e adquiridos com muita atenção. Eles precisam ser desenvolvidos por profissionais sérios, a fim de garantir resultados de confiança e dados precisos, uma vez que por trás de toda grande tecnologia existe o esforço de especialistas competentes.
A presença do professor em todos os aspectos da educação também é indispensável, visto que sem conteúdos didáticos e auxílios pedagógicos de qualidade não é possível, para o software, nivelar o que foi apreendido pelo aluno.
O que você achou deste novo conceito em educação?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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