O passo a passo para desmistificar a matemática

O que você faria se tivesse anos de experiência em sala de aula e visse, ano após ano, alunos com as mesmas dificuldades em matemática, a matéria mitificada como “o terror” pela maioria deles?

Reforço já não adianta, os alunos só procuram por eles em época de prova. Visando mudar esse cenário, a professora Benedita Amélia Batista criou o Projeto Desenrolando a Matemática, que tinha a intenção de deixar as aulas mais descontraídas e principalmente apresentar a matemática como uma amiga, e não inimiga.

Veja como você pode aprender com esse projeto:

1. O Uso de Jogos (tornar lúdico)

O pontapé inicial do projeto de Benedita foi extrair da matemática toda a parte lúdica do aprendizado através de jogos. Para criá-los, a criatividade não tem limites – ela usa, uma vez por semana, games online no laboratório de informática, mas quando não há horários disponíveis, utiliza sucata para criar carrinhos de um jogo de corrida, onde a cada cálculo acertado, ele pode avançar um pouco mais para perto da linha de chegada.

O segredo dos games para educação está em tornar simples algo complicado, e segundo a própria professora, “as crianças não gostam da matemática porque não aguentam mais ouvir “abra o livro na página tal”, mas com ajuda dos jogos, conseguem, sim, entender com facilidade.”

2. Seja amigo de seus alunos

Benedita criou uma relação de confiança com seus alunos, sendo gentil e amiga para que eles pudessem corresponder aos jogos desde o primeiro dia de aula. Ela usou uma estratégia para se aproximar dos estudantes (e aproximar a matemática deles também), apresentando crachás com números de identificação para cada um deles representarem aqueles números em cubos e barras. Por exemplo, com o número 1225, ela pegaria um cubo grande, duas placas, duas barras e cinco cubinhos.  Enquanto isso, os outros devem ir até a lousa para escrever o número.

3. Ser multidisciplinar

Para emplacar um projeto que visa desmitificar a matemática, um dos segredos de Benedita foi unir outra área à matemática, reforçando o conceito de interdisciplinaridade.

Unir a matéria à outra como a arte fez com que alunos desmotivados se aproximassem mais da matemática, criando uma afinidade nova a partir de uma já existente.

4. Levar os projetos para o conhecimento dos pais

Uma das razões para o sucesso do projeto foi ele ter chegado ao conhecimento dos pais em reuniões. Dessa forma, há um apoio e um estímulo a mais, ele ganha força externa e as crianças se sentem mais motivadas. Com esse conhecimento e reconhecimento é até possível aprimorar ainda mais o projeto.

O que você tem feito para mobilizar seus alunos em sala de aula? Conte pra gente e volte para conhecer mais casos de sucesso 🙂

Divirta-se! Veja como 5 professores levaram alegria e descontração para suas escolas

Educação é coisa séria. Mas quem é sério o tempo todo? Divertir-se é essencial no ambiente de trabalho, e principalmente numa escola, onde lidamos com jovens cheios de energias, dúvidas e inseguranças. Além do mais, permitir que os alunos aprendam brincando é o sonho de todo educador. Escolas lúdicas se deixam levar, ocasionalmente, por brincadeiras – onde não só os alunos divirtam-se, mas os professores, coordenadores e toda a equipe de funcionários.

Confira nos vídeos abaixo 5 professores que quebraram a seriedade da rotina e se entregaram à diversão: o resultado são alunos instigados e um ambiente de trabalho mais descontraído!

1. Os professores que pregaram peças nos alunos

Nesse vídeo, vários alunos de turmas do ensino médio foram convocados à dar uma entrevista sobre o que eles achavam da escola – se o seu tamanho era satisfatório ou se eles preferiam estudar num lugar maior. A realidade é que a entrevista era apenas parte de um plano arquitetado pelos professores e funcionários para “zoar” seus alunos: enquanto eles respondiam as perguntas da “entrevista” falsa, os professores apareciam ao fundo dançando ao som da clássica “Everybody dance now”. Hilário!

2. O professor que brincou com o aluno dorminhoco

“O Michael costuma dormir em todas as aulas. Então resolvi pregar essa peça nele” – é o que diz o professor ao iniciar o vídeo abaixo, onde ele conta com a ajuda dos outros estudantes e mobiliza a sala inteira para “dar uma lição” divertida em seu aluno dorminhoco.

3. O professor que ensinou perfeitamente os passos da música no final da aula

Um professor, ao fim de sua aula, resolveu coreografar direitinho os passos da música “Show das Poderosas”, que foi hit aqui no Brasil em 2013. Segundo os próprios alunos, são momentos assim que marcam a vida escolar e são esses os professores que “a gente lembra pra sempre”.

4. O professor que ensinou sobre a Inconfidência Mineira com música

Com uma paródia da música “Whisky à go-go”, da Banda Roupa Nova, esse professor de história cantou sobre a Inconfidência Mineira com um refrão super legal: “De Portugal, se separar não faz mal…”. Usando a música, ele chamou a atenção dos alunos e tornou a aprendizagem muito mais divertida!

5. O professor que mobilizou os alunos para fazer um videoclipe

Neste vídeo, o professor reuniu os discentes para dançar a música “Uptown Funk”, do Mark Ronson com o Bruno Mars. No vídeo, ele integra todo os alunos numa atividade mais que divertida,  onde a escola virou palco de um lindo espetáculo de dança com vários passos coreografados! A criatividade do professor foi vista por mais de 3 milhões de pessoas no YouTube em menos de um mês:

E você, o que faz para tornar a rotina na escola mais divertida? 🙂

4 novidades do Twitter que você precisa experimentar

Por Simon Hepburn, traduzido pela Escribo

Apesar de ser uma das redes sociais mais utilizadas pelas escolas e dispor de uma forma de comunicação altamente dinâmica com o público alvo, o Twitter faz com que muitos gestores de mídias sociais precisem se desdobrar para dizer algumas mensagens em apenas 140 caracteres. Com o objetivo otimizar essa característica, o microblog chegou em 2015 cheio de inovações super úteis para seus usuários tornarem a comunicação através dos tweets ainda mais efetiva. Confira como sua escola pode usar essas 4 novidades do site para melhorar ainda mais o engajamento dos pais e alunos:

1. Vídeo via Twitter

Ainda que fosse possível anexar vídeos do Youtube e do Vimeo aos tweets, agora ficou ainda mais fácil transmitir mensagens em vídeo no Twitter: desde janeiro de 2015 o aplicativo está permitindo que seus usuários filmem vídeos pelo próprio smartphone e postem diretamente no twitter, como já funcionava com as fotos. Confira exemplos de como algumas escolas usaram esta ferramenta:

“O segundo ano compartilhando o que aprenderam sobre arte e ciência. É como se eles nunca perdessem nenhuma informação :)”

“Dia adorável para filmarmos nosso novo vídeo! E testar o mecanismo de vídeos do Twitter pela primeira vez.”

2. Twitter Cards

Essa novidade é menos recente, está disponível desde 2012, mas por envolver códigos HTML é desconhecida por muitos. A vantagem dos Twitter Cards é de fato adicionar informações extras e mais completas (fotos, galeria de fotos, vídeos e weblinks) em forma de “cartão” nos tweets, estendendo-os. Jornais e organizações que promovem promoções costumam usar essa ferramenta de metainformação, e você também pode aprender a utilizá-lo nesse passo a passo com a ajuda do assistente de TI responsável pelo site da escola. Veja um exemplo de Twitter Card abaixo:

3. Twitter Widget no site da escola

O Twitter da escola é uma boa forma de mostrar a infinidade de atividades acontecendo em sua escola – mas apenas para os pais, alunos e demais pessoas que sejam usuárias do Twitter. Como fazer a conta da sua escola no Twitter visível para aqueles que não acessam o microblog? Colocando um widget que mostre os seus tweets diretamente no blog ou site de sua escola! Aqui você pode gerar automaticamente o widget que mostrará seus tweets numa “caixinha” disponível para todos que acessarem o site da instituição de ensino. Depois é só colar lá no blog! 

exemplo

Exemplo de widget com os tweets

4. Múltiplas imagens, um só tweet

Depois de permitir fotos anexadas ao tweet, o Twitter agora disponibilizou a adição de até quatro fotos por tweet via smartphones, possibilitando também ferramentas de edição para as imagens antes de enviá-las. Postar 4 fotos permite que você mostre mais detalhes de determinado evento ou atividade e também conte uma história através das fotos em um só tweet, evitando o flood (alto número de postagens). Veja exemplos:

“Turma do preparatório num tour pelo Brugge: explorando a história, escalando a torre do sino e presos numa fábrica de chocolate”

“Alguns de nossos talentosos pupilos estão expondo suas artes no Museu McLean. Visite-o! #ProfessorOrgulhoso”

Você pode adquirir outras dicas interessantes para sua conta no Twitter clicando aqui, onde estão disponíveis nossos posts sobre o tema.

Qual é o Twitter da sua escola? Mostre pra gente, queremos seguir!

Aprender a escrever à mão ainda é essencial para o desenvolvimento, diz pesquisa

Na era digital, todos sabemos que é de bom senso ter a destreza no teclado e a alfabetização digital já é prioridade na maioria das escolas. Mas, por mais avançada que seja a tecnologia, desenvolver habilidades de digitação na primeira infância não substitui a alfabetização escrita.

É o que diz a neurocientista cognitiva Karin James, que realizou uma pesquisa com crianças que ainda não sabiam escrever, mas sabiam identificar letras. Cada uma ficava responsável por reproduzir letras de alguma forma, umas no computador, usando o teclado, e outras escrevendo num papel. Após a pesquisa, elas passaram por uma análise de ressonância magnética para mapear as áreas do cérebro em atividade.

O resultado mostrou que as crianças que escreviam no papel ativavam mais áreas do cérebro, desenvolvendo padrões cerebrais parecidos com o de crianças já alfabetizadas. Isso ocorre porque o exercício da repetição das letras, o olhar e reproduzir, demanda muito mais esforço da mente das crianças, o que torna-as mais engajadas à aprender. Apenas apertar os botões do teclado pode prejudicar esse desenvolvimento cerebral.

Além disso, o exercício de reproduzir a letra no papel faz com que a fluidez das ideias seja atenuada, ajudando a criança a pensar, o que foi provado em outro estudo da Dra. James: dessa vez, ela colocou um grupo de crianças para de fato escrever letras enquanto outro grupo apenas as observava.

Depois da ressonância, ela percebeu que apenas o grupo que praticou a escrita desenvolveu atividade cerebral, pois o real esforço em colocar “a mão na massa” fazia as áreas motoras do cérebro se engajarem, liberando os benefícios do aprendizado da escrita à mão.

A qualidade da leitura também é estimulada quando a criança escreve à mão. De acordo com os dados da primeira ressonância, escrever prepara um sistema no cérebro, que permite facilitar a leitura a partir do processo da própria escrita. E tem mais: trabalhar as habilidades motoras sofisticadas é benéfico para outras áreas do desenvolvimento cognitivo, pois as crianças estimulam mais a memória e fazem ativações neurais produtivas,  o que gera boas ideias, por exemplo, na hora de escrever uma história ou redação.

Em suma, nada parece substituir a alfabetização da escrita à mão até o dado momento. Muito do desenvolvimento cerebral da criança é perdido quando as atividades relacionadas à escrita cursiva são negligenciadas.

Uma possibilidade para as escolas mais modernas é atrelar tablets que simulem o aprendizado escrito do papel de forma paralela no ensino da criança, agregando as qualidades da tecnologia à necessidade cerebral da escrita cursiva. Outra dica da pesquisadora é não apressar o uso dos computadores antes das crianças estarem completamente alfabetizadas.

Pesquisas como essa colocam em cheque decisões como a da Finlândia, que a partir de 2016 não estará mais ensinando caligrafia para os seus alunos.

Você concorda com a pesquisa?

Conheça os 7 componentes do ecossistema de aprendizado na era digital

Um ecossistema é, por definição, formado pela interação de organismos vivos em comunidades. Quando visitamos uma sala de aula na era digital, é possível traçar um paralelo com a ideia de ecossistema, pois vemos alunos usando ativamente diversas ferramentas de tecnologia com o objetivo de adquirir mais informações. Nesse ecossistema, vemos estudantes e professores como os organismos vivos que interagem entre si e com o ambiente da sala de aula de forma orgânica, visando construir um aprendizado baseado em experiências.

Quais são os componentes desse ecossistema de aprendizado na era digital? Quais são as instalações necessárias para formar um ambiente de aprendizado sustentável, que perdura através do tempo e das adversidades? O doutor em tecnologia educacional Tim Clark listou algumas das medidas essenciais em um ecossistema de aprendizado sustentável na era digital, a fim de estimular professores e diretores à otimizarem seus espaços pedagógicos:

1. Senso de comunidade

Professores nutrem intencionalmente um senso de comunidade nos ecossistemas de aprendizagem na era digital. Essa nova geração de educadores conhece os interesses, pontos fortes e desafios de seus estudantes, e está ansiosa para aprender junto com eles. Em vez de se colocarem como os experts e guardiões de todo o conhecimento, os professores do ecossistema de aprendizado na era digital possuem uma metodologia horizontal, que lhes oferece a oportunidade de aprender e desenvolver habilidades ao explorar com seus alunos os conteúdos digitais. Nesse ecossistema, uma das tarefas do professor é arraigar a cidadanida digital às salas de aula, pois muitos estudantes trazem de casa, já desenvolvidas, suas próprias normas e formas práticas de coexistir com a tecnologia, que nem sempre são ideais – logo, os professores precisam encorajar e estimular o uso saudável da tecnologia e destacar quais devem ser as principais fontes de pesquisa, agindo como mediadores neste mundo de conteúdos sem fim.

2. Perguntar é essencial

Professores devem desenvolver aulas e unidades de estudo com uma postura essencialmente aberta para receber perguntas. Na era digital, essa estratégia é necessária no ecossistema de aprendizagem pois provoca um interesse mais profundo dos alunos pelos conteúdos, maior reflexão das ideias expostas em aula, e principalmente encoraja os alunos à desenvolverem, sozinhos, soluções para futuros problemas. A medida que as aulas são moldadas buscando a interação dos alunos através de perguntas, mais é promovida e estimulada a cultura da inovação e da pesquisa empírica na sala de aula.

3. Conteúdo digital instigante e cativante

Não basta o conteúdo ser digital, ele precisa ter qualidade. Senão será apenas mais um livro dentro de um tablet, o que ajuda a diminuir o peso nas mochilas, mas em nada inova ou instiga. Estudantes do ecossistema de aprendizado digital precisam acessar conteúdos ricos em recursos multimídia, como jogos interativos e animações. Professores podem modelar suas estrategias conduzindo, por exemplo, pesquisas inteligentes para encontrar aquela informação necessária na questão. Tal informação pode ser revisada e autenticada por eles mesmos, estimulando desde cedo pesquisas bem feitas, nos portais ideais, de forma que futuramente eles já estejam aptos à lidar com a vasta infinidade de literatura digital disponível na web. O conteúdo digital de qualidade também permite que o conhecimento seja upado e compartilhado com outras salas de aula, promovendo novas atividades e experiências pedagógicas.

4. Avaliar para Aprender

Uma vez que o conteúdo digital é algo novo, o modo de avaliação não pode ser velho. O professor deve direcionar sua avaliação para práticas que estimulem o surgimento de ideias e habilidades inéditas para resolução daqueles problemas, utilizando discussões participativas, conteúdos produzidos pelos próprios alunos a partir daquela tecnologia educacional e apresentações multimídia, garantindo sucesso nas avaliações.

5. Múltiplas ferramentas tecnológicas

Sejam os tablets e celulares que os próprios estudantes trazem de casa ou os computadores e plataformas oferecidos pela escola, cada tecnologia desenvolverá novos propósitos para o ecossistema de aprendizagem na era digital. Cada uma será o meio de construir conexões entre professores, estudantes e conteúdos. Quanto mais opções de ferramentas, mais opções de tarefas para realizar com elas surgirão. Nesse contexto, haverão situações em que um smartphone ou um tablet serão a mais apropriada plataforma, seja para tirar uma foto, responder uma questão ou acessar conteúdo, mas em outros momentos o uso de um laptop ou computadores desktop deve ser mais indicado. O importante é que não faltem opções: quadros interativos multimídia, equipamento de vídeo, aulas com material em 3D. Aprender quando e como usar a ferramenta certa para determinada atividade é essencial para favorecer o ecossistema de aprendizado na era digital.

6. Design que contemple a diferença e a acessibilidade

Os professores da nova geração precisam atentar para um fato ignorado por muitos anos na educação: cada estudante é único. Logo, no ecossistema de aprendizado na era digital não há nenhum modelo “certo” e excepcional que contemple todos os alunos no processo pedagógico. Cada aluno tem diferentes pontos fortes e desafios, então suas experiências de aprendizagem devem ser adaptadas com base em suas diferenças pessoais. Personalizar o aprendizado deve incluir suportes para estudantes com dificuldades acadêmicas como TDAH ou deficiências físicas,  favorecendo a inclusão. Ferramentas de acessibilidade bem pensadas também são capazes de engajar todos os alunos, por reduzir fatores que poderiam diminuir ou limitar o sucesso, impedindo que a participação seja igualitária.

7. Ambiente divertido e boa infraestrutura para aprender mais

A sala de aula ideal contempla o ambiente digital mas inclui, igualmente, uma variedade de espaços e ferramentas à disposição da necessidade que cada atividade gera. Uma área com uma cesta de livros e alguns pufes coloridos, espaços para discussão e trabalho colaborativo, mobília vibrante e de fácil mobilidade (para ser facilmente arranjada de outra forma) são algumas ideias de como tornar o ambiente acolhedor e funcional, possibilitando múltiplas situações de aprendizado.

Apesar de descritos separadamente, Tim afirma que cada componente do ecossistema de aprendizado na era digital são partes integradas, que com o suporte ideal criam vida à medida que professor e alunos desenvolvem um senso de propriedade e orgulho pelo sistema sustentado por eles mesmos, e orgulho pelo sucesso alcançado.

O que você achou desses componentes? É possível transformar sua sala de aula em um ecossistema de aprendizado na era digital também?