por Americo N. Amorim | jan 30, 2015 | Geral
Já imaginou poder levar seus alunos a uma aula de campo em qualquer lugar do planeta? O Skype está tornando isso mais próximo da realidade. Com o programa Skype in the Classroom, você pode conectar virtualmente a sua sala de aula com um especialista sobre determinado assunto, para que os alunos entendam os conteúdos melhor e de forma mais abrangente.
O programa é grátis e de fácil acesso e oferece aos professores a possibilidade de conectar os estudantes aos cenários mais inusitados ao redor do mundo. Em março de 2013, por exemplo, o explorador polar Mark Wood fez uma expedição pelo lado nepalês da cordilheira do Himalaia, para tentar chegar ao topo do Monte Everest. Durante a subida, ele se conectou com dez escolas de dez países diferentes via Skype, para que elas acompanhassem a aventura.
Segundo Mark, conectar-se com as escolas via Skype permitiu que ele compartilhasse não apenas a experiência da subida, mas os problemas que os nativos do Nepal enfrentam devido às mudanças climáticas. Ele convidou especialistas sobre clima para falar sobre as calotas polares em deslocamento e como aquilo afetava os moradores locais e consequentemente o resto do planeta.
Especialistas em diversas áreas ao redor do globo facilitam o aprendizado, criando novas experiências para os estudantes em sala de aula. A iniciativa é global e está com vários projetos disponíveis em inglês, espanhol, francês e português abertos para participação. É possível acessar mais projetos como esse e realizar o cadastro neste link.
Já usou a ferramenta? Conte para nós como foi!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 29, 2015 | BYOD, Geral
Já foi provado que a tecnologia em sala de aula é benéfica para alunos e professores dentro e fora da sala de aula. Mas muitos profissionais da educação ainda não conseguem atingir resultados com sucesso na integração da tecnologia às suas aulas. Mas por que? A coach em tecnologia educacional Aditi Rao defende que muitos professores falham neste processo pois estão apenas usando-a e não integrando-a de fato à sua rotina – e muitos nem chegam a perceber que estão subaproveitando o potencial da tecnologia em aula. Para ela, a grande diferença entre usar e integrar a tecnologia está no impacto que ambas atitudes podem causar na aprendizagem.
Visando ajudar os professores à entenderem melhor as diferenças na forma de aplicar tecnologia em sala de aula (e como essas formas têm diferentes resultados no processo de aprendizagem), Aditi criou a seguinte tabela, delimitando e destacando as divergências entre “usar tecnologia” e “integrar a tecnologia”.
Créditos: Aditi Rao | Tradução: Escribo
Assim como Aditi Rao, Devita Villanueva, assistente técnica em tecnologia da American School of Dubai, acredita que tecnologia não deve ser pensada como uma metodologia separada, distinta da educação. A tecnologia e suas habilidades devem fazer parte do currículo escolar, inserida dentro da aprendizagem do aluno.
Em suma, as escolas devem unir a pedagogia e o método como um todo na aprendizagem: o aluno deve ter o conhecimento de como manejar a tecnologia, mas também deve manejá-la para ter conhecimento – e os professores somam à esse processo com conhecimento pedagógico, integrando-o também à tecnologia. Para isso acontecer, as escolas precisam tentar e dar chances às novas tecnologias, assumindo seus riscos e minimizando-os através de um planejamento bem feito e materiais de qualidade.
Devita defende que a boa educação é aquela que prepara para o futuro, e nosso futuro não pode fugir da tecnologia. Ela se baseia na frase do filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey:
“Você não pode ensinar hoje da mesma forma que ensinou ontem se seu objetivo é preparar os alunos para o amanhã.”
Você concorda? Como a tecnologia é empregada na sua escola?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 28, 2015 | Geral, Gestão escolar, Marketing Escolar
Existem muitas formas de divulgar os eventos escolares. Formas mais clássicas, como propagandas no rádio, anúncios no ônibus e outdoors, e formas mais modernas, como e-mails e mídias sociais. Apesar do esforço, essas divulgações nem sempre rendem a quantidade esperada de pessoas no dia do evento. Muitos esquecem ou passam batido pelos anúncios.
O problema é que, em muitos casos, a divulgação massiva deixa passar alguns princípios básicos do marketing. As dicas abaixo são do especialista Simon Hepburn, e devem ajudar você à construir uma divulgação mais personalizada e menos negligente, atraindo o maior número possível de convidados para seu evento escolar:
1. Reveja a mensagem que você quer passar
Lembre-se da visão e dos valores que marcam a instituição. O que você está dizendo sobre a sua escola para torná-la diferente das outras? Você pode claramente articular por que alguém deve mandar suas crianças para sua escola? Este post pode ajudá-lo quanto à isso.
2. Pense em como o evento está comunicando essa mensagem
Agora é a hora de atrelar essa mensagem ao evento. É importante planeja-lo de forma que o que for apresentado naquele dia seja fiel à propaganda de divulgação. No evento, os convidados terão a chance de conhecer os felizes e satisfeitos estudantes, professores e pais que você menciona naquele anúncio? Haverá a chance deles verem que atividades extracurriculares como as aulas de música, teatro, dança ou esportes são realmente valorizadas? Ou ainda a chance de conhecer ex-alunos que agora são universitários de sucesso ou jovens profissionais bem sucedidos? Faça questão de se mostrar acessível à esses pais para que eles façam perguntas e oriente os seus funcionários a fazer o mesmo. Lembre-se que se você não pode oferecer o que a propaganda diz, é preciso rever o que você realmente tem para expor em sua escola.
3. Torne o evento atrativo em seus anúncios
Não adianta planejar um super evento e gastar com propagandas suntuosas se estas só dizem quando e onde tal evento vai começar. É importante explicar na mensagem o máximo possível sobre o que estará acontecendo. Crie expectativas, estimule a curiosidade, use imagens que chamem atenção e transmitam a mensagem.
4. Comunique sua mensagem com clareza, abrangência e inovação.
Reflita sobre quem é seu público alvo e pense em meios de chegar até eles. Qual é o perfil dos pais que você quer atingir? É interessante saber os lugares que eles frequentam e divulgar o evento colocando pôsteres e cartazes nesses locais. Explore as redes sociais e tenha certeza que seu site e newsletter irão passar a mesma mensagem que a da propaganda, criando uma identificação. Acima de tudo, avalie onde e como a mensagem é melhor direcionada para que no ano seguinte seja possível melhorar a divulgação nos futuros eventos.
5. Dê aos pais de futuros alunos a chance de descobrir tudo sobre o evento
Dedique (e destaque) um espaço em seu site falando sobre o que acontecerá naquele dia em especial. Deixe disponível ali um contato caso eles tenham alguma dúvida. Peça-os também que se cadastrem na lista de email (newsletter) e mande informações à medida que o evento for se aproximando, para deixá-lo sempre fresco na memória dos pais e mães.
6. Proponha alternativas
Pais e mães são naturalmente ocupados e muitos podem não poder comparecer no dia específico do evento. Se este for, por exemplo, um evento para prospectar pais e mães, a alternativa é oferecê-los um tour exclusivo na escola em algum dia possível para eles.
7. Não esqueça de lembrar.
É comum para muitos pais e mães prometerem ir ao evento mas perderem a data ou esquecerem a hora. Um email ou ligação alguns dias antes é uma forma excelente de previnir que isso aconteça – e ainda estreita laços com eles para o futuro, ao demonstrar que se importa com eles. Outra forma de manter a marca da escola na lembrança para o futuro é oferecendo brindes, como canetas ou agendas durante o próprio evento.
Como você organiza os eventos de sua escola? Compartilhe estratégias aqui:
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 27, 2015 | Geral
Despejar textos em alguns slides no PowerPoint. Usá-los como um roteiro que dê sequência às aulas enquanto você fala. Ler o que está escrito no slide no decorrer da aula. Essa fórmula simples e usada por muitos professores não é nada efetiva. Na verdade, a maioria dos alunos não estará aprendendo nada com ela.
É isso que afirma a professora Mary Jo Madda. Segundo ela, os erros mais cometidos pelos professores ao produzirem apresentações de slides (independente da disciplina) é o excesso de carga cognitiva, ou seja, muitas informações para o estudante processar de uma vez só e a redundância ao passar a mensagem. Entenda:
Sobrecarga cognitiva
O segredo para entender o que é a sobrecarga cognitiva é imaginar o cérebro do seu aluno como um container. Quanto mais pedras você vai jogando para preenchê-lo, mais pesado o container fica. Logo, mais difícil para o aluno carregá-lo. Basicamente, é assim que funciona o que Mary chama de “carga cognitiva”: ou seja, a capacidade do seu cérebro trabalhar a memória, suportá-la e enfim processá-la em pequenos pedaços de informação.
Como seres humanos, temos uma capacidade limitada de memorizar informações. Quando precisamos lidar com informações de muitas maneiras e vindas de muitos lugares, nossa carga cognitiva fica muito pesada e difícil de lidar. Na sala de aula, a carga cognitiva de um estudante é afetada diretamente pela origem da informação – ou seja, a forma com que ela é passada para ele.
Todo professor, instintivamente, sabe que existem meios bons e ruins de apresentar o conteúdo. Isso acontece, dizem as pesquisas, devido à consciência de que quando a carga de conteúdos é mais leve, fica mais fácil para o estudante capturar a informação e memorizá-la. Dar uma aula baseada em textos dispostos em slides do PowerPoint enquanto os lê, infelizmente, é uma forma de colocar muitas pedras no container do aluno – e causar uma regressão em seu aprendizado.
O efeito da redundância
Uma pesquisa feita na Austrália em 1999 concluiu que a ,b>utilização de palavras nos slides (como estímulo visual) durante uma apresentação oral (que já utiliza palavras por si só) aumenta a carga cognitiva em vez de diminuí-la, visto que a mesma informação vem de meios diferentes ao mesmo tempo, causando efeito negativo na aprendizagem e sobrecarregando o estudante.
Mary usa como exemplo uma aula de ciências para crianças, cujo conteúdo é cadeias alimentares. A medida que um slide aparece com a definição de cada termo, o professor começa a ler sequencialmente a definição que está ali. A duplicação da informação em meios diferentes – fala e escrita – não vai endossar positivamente uma a outra, mas sobrecarregar as habilidades do estudante em absorver aquela informação devido ao excesso.
Como aliviar a carga cognitiva
Para evitar os erros acima, a professora dá as seguintes recomendações para suas próximas apresentações:
1. Efetivar a sua oralidade
Quando o discurso chama a atenção do jeito certo, o aluno estará focando exatamente no que você quer passar, sem precisar desviar a atenção para outros meios. Assim, seu cérebro não fica saturado e a energia gasta no aprendizado é otimizada.
2. Aprenda o “princípio de personalização”
Esse princípio, desenvolvido na teoria de ensino multimídia, visa engajar o estudante repassando os conteúdos em tom de conversação. Esse agente pedagógico aumenta o foco do aluno, aumentando seu rendimento. Por exemplo: Usar exemplos do dia a dia e usar muitos “eus” e “vocês” para criar uma relação menos hostil entre educador e educando, visto que estes se identificam mais com a comunicação informal.
3. Elimine o máximo de elementos textuais
O ideal é ter os tópicos na memória e falá-los, compartilhando apenas imagens ou gráficos com os alunos. Richard Mayer, neurocirurgião e autor do livro “Multimedia Learning (Aprendizado Multimídia)” afirma ser mais efetivo utilizar imagens como conceitos-chave nos slides do que textos como palavras-chave. Por exemplo: mostrar imagens da dentição de um leão em comparação com a de uma zebra, para explanar a diferença entre carnívoros e herbívoros.
4. Se for usar palavras, limite-se à uma por slide.
Caso esteja definindo conceitos ou termologias, tente colocar a palavra associada à um conjunto de imagens, estimulando a dedução dos alunos.
Quais são as ferramentas que você utiliza para otimizar o aprendizado audiovisual em sala de aula?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | jan 26, 2015 | Geral, Gestão escolar
Desenvolvido pelo The Economist Intelligence Uni, o estudo chamado “The Learning Curve”, ou “A Curva de Aprendizado”, está em sua segunda edição e visa traçar um panorama sobre o que está sendo feito na educação mundial através de rankings educacionais de vários países combinados. Além disso, a pesquisa também sugere o que pode ser melhorado no futuro a partir dos dados coletados.
O resultado que mais chama a atenção é que, apesar das habilidades cognitivas como leitura, escrita e aritmética serem de extrema importância – afinal, são a base de toda educação -, elas cada vez mais vêm se mostrando insuficientes ante às demandas do século XXI.
É preciso ir além do básico e cultivar habilidades à longo prazo, que acompanhem os alunos durante a vida inteira e trespassem o essencial. As seguintes habilidades não-cognitivas precisam ser ensinadas desde cedo, mas principalmente praticadas ao longo da formação do indivíduo, pois algumas aptidões são perdidas com a chegada da idade adulta – essa perda, porém, é muito mais ostensiva quando as habilidades não são utilizadas regularmente.
Na lista abaixo, seguem as 8 habilidades essenciais na interação social no século XXI apontadas pela pesquisa:
1. Liderança
2. Alfabetização digital
3. Comunicação
4. Inteligência emocional
5. Empreendedorismo
6. Cidadania global
7. Solução de problemas
8. Trabalho em equipe
O valor econômico das habilidades na nossa sociedade vem de como podemos empregá-las à nossa força de trabalho durante a vida adulta. Andreas Schleicher, diretor para Educação na OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), coloca: “A economia mundial não paga mais pelo que a pessoa sabe, mas pelo que pode fazer com o que sabe”.
Além disso, dados da OECD afirmam que metade do crescimento econômico em países desenvolvidos durante a última década veio de uma melhor capacitação do indivíduo na escola, deixando claro que o estímulo das habilidades extra-ordinárias possui um valor significativo para o crescimento das nações e o futuro dos seus cidadãos.
O Brasil, apesar de ter subido uma posição no ranking global de Habilidades Cognitivas e Desempenho Escolar desde a última pesquisa (realizada em 2012), figura queda de qualidade no mesmo índice – ou seja, apenas subiu pois os países que estavam na sua frente no índice anterior pioraram. É possível conferir a pesquisa na íntegra, em português, clicando aqui. E a sua escola, já trabalha habilidades diferenciais?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
Comentários