Tecnologia e ensino de qualidade precisam andar juntos, segundo pesquisa

Apenas incentivar a tecnologia em sala de aula nem sempre leva a um melhor desempenho educacional para os alunos, é o que diz um novo estudo publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O relatório analisou níveis de desempenho entre alunos com base no uso da tecnologia em casa e na sala de aula. Segundo a pesquisa, enquanto o desempenho dos alunos melhora quando eles usam a tecnologia com moderação, a superexposição aos computadores e à Internet faz com que os resultados educacionais caiam.

“A tecnologia pode amplificar um bom ensino, mas não pode substituir o ensino de má qualidade“, disse Andreas Schleicher, diretor de Educação e Habilidades da OCDE, ao apresentar os dados. Se os estudantes estão apenas sentados na frente de computadores copiando e colando a partir do Google, eles provavelmente poderiam gastar esse tempo de forma mais eficaz em outros lugares, disse ele.

Os dados são baseados em uma avaliação em 2012, que acompanhou alunos de mais de 40 países com testes escritos e digitais, realizando também entrevistas sobre hábitos de uso do computador.

De acordo com o relatório “apesar de consideráveis ​​investimentos em computadores, conectividade e softwares para uso educacional, há pouca evidência sólida de que apenas uma maior utilização de computadores entre os estudantes leva a melhores pontuações em matemática e leitura”.

A pesquisa sugere que isso tem acontecido porque apesar das adições tecnológicas advindas com o século 21, as práticas de ensino do século 20 acabam estagnando o potencial proporcionado por essas tecnologias, diminuindo a eficácia do ensino.

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O estudo relatou também que estudantes com exposição moderada a computadores obtiveram resultados melhores do que aqueles com pouca exposição a computadores, mas a OCDE advertiu sobre tirar conclusões com base nesse resultado.

Os dados poderiam simplesmente refletir que os sistemas escolares que investem em tecnologia também acabam investindo em melhores professores e tem como base alunos de uma classe sócio econômica mais elevada, que tendem se sair melhor na escola.

“Os países com baixas despesas de educação e baixo rendimento per capita tendem a ter menos computadores por aluno”, segundo a publicação.

Nesse sentido, enquanto o acesso dos estudantes aos computadores leva a uma melhor performance geral na sala de aula, o modo como os computadores são utilizados e a quantidade de tempo gasto com eles têm grande efeito sobre esse desempenho.

De acordo com a pesquisa, estudantes que utilizam computadores para realizar atividades na escola, cumprido-as em valores de tempo ligeiramente abaixo da média geral gasta, obtiveram desempenhos acima da média geral em ambos os testes, escrito e digital, de leitura.

Por outro lado, alunos que gastam uma quantidade de tempo acima da média na frente de um computador em atividades na escola apresentaram perfomances piores do que outros estudantes, incluindo aqueles que não utilizaram computadores.

Em testes de matemática, a pesquisa constatou que quase todo o tempo gasto no computador levou a um pior desempenho em ambos os testes, escrito e digital.

Os mesmos resultados foram encontrados pelos pesquisadores quanto a utilização de computadores para trabalhos e atividades de casa.

O diretor de Educação e Habilidades da OCDE Andreas Schleicher não sugeriu que os sistemas de ensino devam cortar o financiamento a tecnologia; comentou na verdade, que a escola desempenha um papel importante na introdução de tecnologia para as crianças, mas que os computadores devem ser usados ​​de maneira mais prudente. “Ter uma estratégia pensada é importante”.

A conclusão que emerge é que as escolas e sistemas de ensino de uma maneira geral não estão prontos para aproveitar o potencial da tecnologia. Muitas vezes tecnologia aumenta a eficiência dos processos já eficientes, mas também pode tornar os processos ineficientes ainda mais.

A tecnologia não pode ajudar os alunos sem apoio adequado e um bom plano de aula, segundo Lan Neugent, diretor executivo interino do Estado de Tecnologia Educacional Directors Association, uma organização sem fins lucrativos que foca o uso tecnologia nas escolas.

“Se você dá às crianças uma ferramenta e não mostra como usá-la de forma eficaz, então ela não vai fazer muita diferença”, disse Neugent. “Por que as pessoas acham que apenas colocar um computador na frente de um criança que vai mudar isso?”

Como já mencionamos em diversos textos da Escribo, a tecnologia por si só dificilmente conseguirá resultados satisfatórios, é preciso suporte pedagógico para dar vazão às potencialidades dessas ferramentas.

E na sua escola, como se dá o uso da tecnologia?

Como você imagina a educação brasileira no futuro?

Como você imagina a educação brasileira daqui a 17 anos?

Desenvolvido num contexto de pós-aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014–2024, os Cenários Transformadores para a Educação Básica no Brasil compreendem 4 perspectivas diferentes acerca do que podemos esperar para educação no Brasil em 2032.

Para sua elaboração foram ouvidos 71 representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais, governos, formadores de opinião, organizações internacionais, institutos e fundações empresariais, sindicatos, professores, gestores, pais, estudantes e acadêmicos.

Além disso, a partir do material coletado através das entrevistas foram realizadas três oficinas presenciais com 40 pessoas, onde se discutiu e debateu o conteúdo produzido e suas implicações para construção dos cenários.

Sua elaboração, longe de trazer previsões certeiras ou recomendações e ânsias, projeta, na verdade, os possíveis caminhos que a educação brasileira poderá seguir, pela análise das múltiplas variáveis envolvidas e através da ótica de atores diversos.

Dessa forma, seu objetivo final não era a construção negociada de uma agenda a ser cumprida, ou mesmo um pacto de ação entre os seus participantes. Constituiu-se, na verdade, num espaço de encontro e de escuta ativa para provocação do tema e estímulo a discussão entre todos àqueles interessados na construção cidadã do futuro da Educação Básica em nosso país.

Os 71 atores foram indicados por representantes da Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, Instituto Reos), Todos Pela Educação e Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), grupo que norteou as discussões iniciais.

Para o planejamento dos cenários, foi utilizada uma metodologia já empregada ao longo dos últimos 20 anos em contextos diversos e complexos, como por exemplo na transição do apartheid na África do Sul, nos momentos de maior conflito na Colômbia, ou mesmo no pós-guerra civil na Guatemala.

O processo metodológico de caráter rigoroso, mas também analítico e criativo consiste em inicialmente identificar os principais temas, definir então um horizonte de tempo suficiente para as mudanças, mapear as forças que agem sobre cada contexto e por fim classificar o seu grau de previsibilidade e impacto.

A partir daí os diferentes cenários eram agrupados seguindo critérios de serem relevantes, desafiadores, plausíveis e claros. Sendo nomeados com referência a pássaros brasileiros: Canário-da-Terra, Beija-Flor, Falcão-Peregrino e Tico-Tico. Cada um deles traz tanto aspectos positivos e negativos, bem como apresenta suas implicações sociais.

Canário da terra

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No primeiro Cenário chamado Canário da Terra, o sistema educacional brasileiro passa por mudanças importantes. Quase todas as metas do PNE são cumpridas pelo Estado, que agora é pressionado e cobrado pela sociedade civil. As políticas públicas são dessa forma, melhor construídas e negociadas pela interação Estado-Sociedade civil.

É rompida, ainda, a cultura de descontinuidade das políticas educacionais e o Estado assume um papel fundamental e estratégico para garantia do direito à educação.

Nesse cenário a gestão da escola é democrática e os planos de educação são construídos, acompanhados, monitorados e aperfeiçoados de forma participativa, por meio dos fóruns de educação e das conferências. Alguns saltos na qualidade de ensino são percebidos mas a escola segue em formato tradicional, com apenas algumas experiências inovadoras.

Beija flor

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Esse cenário é caraterizado por reformas profundas no sistema de educação, com base em experiências bem-sucedidas no país e no exterior, e motivadas por mudanças sociais, tecnológicas e ambientais.

Há um forte estímulo a inovação que rompe com muitos preceitos da escola tradicional e é apoiada por políticas públicas estatais. O Estado é fomentador e indutor, garantindo as condições do padrão de qualidade previsto na legislação educacional e estimulando as escolas a desenvolverem experimentações e a relação com as comunidades.

Nesse cenário há um equilíbrio na relação público-privada e a concepção de educação é pautada por princípios de equidade, justiça social e sustentabilidade socioambiental. A escola tem portanto, a função social de formar sujeitos de mudanças cotidianas e globais, fortalecendo a relação com os territórios, em uma perspectiva intersetorial e de trabalho em rede.

Falcão-Peregrino

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O Falcão peregrino é marcado por uma forte influencia da iniciativa privada. O Estado mantém o papel de provedor, regulador, avaliador e financiador, mas abre mão de ser o principal executor das políticas e de se responsabilizar pela oferta educacional. Existem avanços quantitativos, mas não qualidativos e há um enfraquecimento do sistema de participação social.

A educação é voltada para a formação de capital humano: mão de obra qualificada e especializada para trabalhar no mercado. O modelo de gestão é por resultados e por desempenho dos alunos, e o ranqueamento é um conceito forte nesse cenário. Para os profissionais de educação, a remuneração agora é variável, com bônus e premiações.

Tico-tico

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Entre os cenários, esse modelo é o mais parecido com a continuidade da educação que visualizamos hoje. Nele vislumbramos uma educação massificada e medíocre, com tentativa de considerar as diversidades, porém de forma periférica.

Há um descontentamento com o serviço público ofertado, que não é capaz de garantir a pauta da qualidade dos direitos. O Estado tem presença, principalmente com a manutenção das políticas sociais compensatórias, e busca a universalização do direito à educação. Contudo, faz isso com baixa vontade política para enfrentar as desigualdades estruturais, o que reproduz padrões desiguais de qualidade.

Ele também tem o papel de expandir o acesso e – quando muito – avaliar a educação, porém não consegue ser regulador e tampouco garantir o essencial. Predomina a concepção de escola formal, posta na legislação, com quase nenhuma inovação.

Concretização dos cenários

De acordo com a diretora administrativo-financeira do movimento Todos pela Educação o que vai determinar a concretização de cada um dos cenários são as escolhas que o país está fazendo e fará para os próximos anos.

Para Para Daniel Cara da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, hoje estamos mais próximos do cenário Falcão-Peregrino e Tico-Tico. Segundo ele, o caminho para superar esses cenários passa pela implementação do Plano Nacional de Educação. “ A fronteira para impactar no futuro da educação é o país começar a levar a sério as leis que aprova”, comenta.

Embora seja natural atribuir apenas as decisões do Estado para o futuro da Educação no país, Cleuza Repulho, ex-presidente da Undime ressalta a importância da sociedade civil na concretização dos cenários “A gente tem um papel importante e cada um com a sua entidade precisa dar conta da sua parte, e não achar que o governo sozinho resolve os problemas.”.


Como dito anteriormente a publicação não apresenta respostas ou indica o cenário ideal. Com isso, qual cenário você imagina como o mais provável para educação brasileira?

O que você gostaria de ver na educação do país?

Para conferir mais detalhes da publicação é só acessar o site dos Cenários Tranformadores.

O que é mais importante nas escolas? Programação ou espanhol?

No Reino Unido, uma notícia recente ganhou notoriedade. A linguagem de programação “Python” ultrapassou o francês como língua mais popular ensinada nas escolas primárias, segundo pesquisa divulgada nesse último mês.

De acordo com o estudo, seis em cada dez pais preferem que seus filhos em idade escolar aprendam a linguagem de codificação no lugar de francês. Enquanto 75% das crianças afirmaram que preferem aprender a programar um robô do que estudar uma língua estrangeira.

A pesquisa analisou respostas de 2000 estudantes divididos entre as faixas etárias de 5 a 11 anos e 11 a 16 anos, e cerca de 1000 pais com filhos em idade escolar. Realizada pela Ocado Technology, ela visava avaliar e entender os progressos realizados com o novo currículo de computação nos colégios do Reino Unido, cuja implantação completou um ano semana passada.

Em resposta aos resultados, a Ocado Technology está pedindo ao governo para tornar a matéria de ciência da computação obrigatória como matemática e Inglês, e aumentar a formação de professores para ministrar o currículo.

A pauta não é exatamente uma surpresa. Nos últimos anos temos visto uma tendência crescente por uma educação que atenda melhor as novas demandas da sociedade atual. No Brasil, por exemplo, tivemos em 2008 a inserção de música nos currículos escolares brasileiros como matéria obrigatória aos anos iniciais.

Mas seria uma linguagem de programação tão – ou mais – importante que o aprendizado de uma segunda língua?

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Controvérsias à parte, o ensino de programação no colégios vem ganhando diversos aliados. Bill Gates, Mark Zuckerberg e outros executivos na área de tecnologia num vídeo chamado What Most Schools Don’t Teach (O que a maioria das escolas não ensinam, em tradução livre) comentam justamente sobre importância desse aprendizado.

Eles relatam a escassez atual de bons programadores, e demonstram apoio a linguagem de programação como disciplina tão importante quanto outras presentes nas atuais grades curriculares dos colégios.

A ideia central no vídeo gira em torno, principalmente, do seguinte fato: enquanto computadores estão em toda parte e a tecnologia é – ou tem se tornado – base de apoio a qualquer área de atuação, a linguagem de programação continua sendo estudada por parcela pouco significativa da sociedade.

Segundo o clipe, temos um déficit (a nível mundial) estrondoso de profissionais especializados, e isso não pode ser mudado sem o estímulo crescente de investimentos no setor.

Tal como esportes ou aprender a tocar um instrumento a linguagem de programação pode aparentar ser um desafio, mas se trata, sobretudo, de aplicar um conhecimento básico de matemática para conseguir soluções. É preciso apenas determinação para aprender.

Ainda sobre o vídeo, Satya, CEO da Microsoft, comenta que a ciência da computação leva às melhores oportunidades no mundo. Enquanto o instituto que promoveu o clipe, chamando CODE, defende que todos os alunos, em todas as escolas, devem ter a oportunidade de aprender ciência da computação.

Diante desses argumentos e de volta a nossa discussão, o estudo da linguagem de programação encontraria, portanto, maior justificativa em detrimento ao aprendizado de uma segunda língua?

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Bom, talvez. Em países cuja língua materna é o inglês, a resposta é provavelmente mais fácil. Além do inglês ser a linguagem universal, é também ele o mais usado em códigos de computação. Dessa forma, o estudo de outro idioma nessas condições, acabaria sendo minimizado em detrimento ao estudo da linguagem de programação.

Por outro lado, quando pensamos no Brasil e em outros países cujo primeiro idioma não é o inglês, a história já não é tão simples. O estudo da linguagem de programação por si só exigiria um conhecimento básico do inglês, causando uma relação de dependência de um sob o outro.

E que ganha dimensão ainda maior aqui no país, já que ocupamos a 38º posição no ranking de proficiência em inglês entre nações que não possuem esse idioma como língua nativa.

Independente, porém, de qualquer conexão estabelecida entre o ensino de uma segunda língua e a linguagem de programação, é coerente afirmar que os largos avanços em tecnologia e a importância atual dos computadores em nosso cotidiano não pode ser ignorada.

Desse modo, a adição da linguagem de programação aos currículos escolares nada mais é do que uma resposta as necessidades da sociedade contemporânea. Enquanto o estudo de outros idiomas (ao menos em países com proficiência em inglês), segue como complemento de aprendizagem, sem acumular, porém, o peso do estudo de programação.

Como visto, a linguagem de programação está sendo defendida e adotada nos currículos escolares de diversos países.

Você acha que em breve teremos essa adoção na grade curricular brasileira? Concordaria com ela?

E com relação ao aprendizado de uma segunda língua: valeria a pena adicionar programação em detrimento do ensino do espanhol no contexto atual da educação brasileira?

3 dicas simples para elaborar um bom plano de aula

3 dicas simples para elaborar um bom plano de aula

Como você elabora seus planos de aula?

Tão importante quanto o conteúdo em si a ser estudado em classe, os planos de aula são uma ferramenta importantíssima ao professor. Muito mais do que planejar o assunto, é ele que definirá o modo como essa troca de conhecimentos acontecerá.

Um bom plano de aula consegue conter o conteúdo programático da disciplina, define as didáticas adequadas, bem como as melhores formas de avaliação. É o guia que permite ao professor organizar de forma sistemática seus objetivos, e, em seguida, estruturar como eles serão realizados na prática.

Embora não precise seguir um padrão fixo, nem seja um roteiro fechado a alterações, é interessante considerar que planos de aula precisam ser encarados como ferramentas indispensáveis a aulas mais produtivas e dinâmicas.

Sem eles, qualquer docente estará propenso a momentos de incerteza em classe (eles acabaram a atividade muito rápido, e agora?) e dificuldades para gerenciamento de tempo (estamos na metade do ano e não consegui atender todo conteúdo programático que deveria!).

Elencamos a seguir, três dicas simples, mas que poderão potencializar a estruturação dos seus planos de aula de forma mais eficiente

1. Sinta a turma

Foto de uma sala de aula mostrando diversos alunos de costas sentados em carteiras olhando para o quadro negro. Nas carteiras, estão caixas repletas de materiais.

Planejar e organizar seus objetivos e metas para cada aula compõem a tarefa mais básica na realização de qualquer plano. É importante lembrar, porém, que não é toda a classe que vai receber o plano da mesma maneira, ou demandará a mesma abordagem.

Imagine a regência da aula como uma dança, e quem conduz os passos é a turma. São eles que dizem ate onde você pode ir, se deve recuar, acelerar, mudar determinada didática…Então mesmo com o plano, esteja aberto para novas possibilidades e seja flexível a possíveis alterações de emergência.

2. Explore a Interdisciplinidade

Foto de uma prateleira repleta de livros.

Uma das etapas no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula é elencar o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto. É uma estratégia proveitosa pois cria um canal de diálogo pela introdução mais facilitada de novos conteúdos.

O método tem escopo e retornos positivos porque além do conhecimento cotidiano adquirido, disciplinas com história e geografia, por exemplo, acabam trabalhando conteúdos bastantes similares, em perspectivas diferentes.

Por isso, na elaboração de qualquer plano de aula, é importante considerar a interdisciplinidade entre as matérias. Converse com outros professores sobre o conteúdo programático deles, e estude a possibilidade de unir abordagens.

Além de garantir a construção de um conhecimento mais integral, pela compreensão da realidade em sua complexidade, muito provavelmente essa estratégia irá proporcionar ainda, uma otimização de tempo de aula, aumentando a eficiência no cumprimento do conteúdo programado para o ano.

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5 Dicas Para Lidar Com Crianças Indisciplinadas

3. Utilize novas metodologias

Foto de diversos lápis de madeira coloridos alinhados à direita.

Tal como a interdisciplinidade, a utilização de diferentes tipos de metodologias pode influenciar diretamente no aprendizado do aluno.

A utilização de música, poesia, dinâmicas, tecnologias e táticas similares frequentemente traz mais energia a sala de aula, e garante um melhor engajamento entre os alunos.

Embora nem toda aula possa abranger métodos no âmbito, é interessante elaborar planos de aula que intercalem ao longo do ano estratégias diversificadoras.

Como o desenvolvimento de aulas criativas nem sempre ocorre com facilidade, uma boa ideia é deixar a possibilidade de opinar e oferecer sugestões aberta aos alunos . Dessa forma, a busca por novas formas de aprendizado será parte da rotina deles.

Extra: Sites com planos de aula gratuitos

Se você deseja se inspirar ou aumentar seu acervo pedagógico, alguns sites oferecem planos de aula gratuitos! Confira abaixo alguns.

Gente que educa

Uol Educação

Portal do Professor


E você?
Tem alguma dica sobre planos de aula?
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Oportunidade de curso online ajuda professores a otimizarem aulas

Destinado a professores e gestores educacionais interessados em melhorar o rendimento em sala de aula, a Fundação Leman em parceria com a Elos educacional está oferecendo gratuitamente o curso “Gestão da Sala de aula” a profissionais de todo o Brasil.

O objetivo é capacitar professores para lidar melhor com os desafios cotidianos oferecidos pelas escolas, garantindo uma cultura escolar mais engajada e ativa. O curso foi elaborado a partir dos princípios do livro “Aula Nota 10: 49 Técnicas para Ser um Professor Campeão de Audiência”, escrito pelo pesquisador norte-americano Doug Lemov e traduzido pela Fundação Lemann.

Com experiência de observação em mais de cinco mil salas com índices elevados de aprendizagem, o autor identificou e mapeou boas práticas em ensino, aprendizado, planejamento e avaliação, a serem estudadas e praticadas durante o curso.

A edição desse ano está sendo oferecida apenas a professores do ensino básico de redes públicas de educação, com inscrições abertas até 12/08, nesse link. As vagas, porém, são limitadas: a seleção é realizada através da análise de respostas no questionário de inscrição.

O início do curso acontece no dia 15 de agosto com término previsto para o dia 4 de dezembro. Com aproximadamente 54 horas de duração, ele é dividido em atividades onlines e práticas. Videoaulas, leituras, fóruns de discussões e exercícios pela plataforma moodle contemplam as atividades online.

As atividades práticas, por sua vez, acontecem na própria sala de aula dos docentes, com a realização de quatro planejamentos no modelo proposto pelo curso, e quatro filmagens de aulas que apliquem as técnicas estudadas. O curso contará ainda, com suporte de tutores que acompanharão as atividades realizadas oferecendo feedback.

Gestão da Sala de aula
Realização: Fundação Leman e Elos educacional
Início: 15 de agosto
Término: 4 de dezembro
Inscrições aqui até o dia 12 de agosto.

5 Motivos Para Inserir Música nas Escolas

5 Motivos Para Inserir Música nas Escolas

Tratada como linguagem universal, a música é atualmente parte do cotidiano de qualquer pessoa. Sendo incorporada e encontrada nos mais variados contextos: por meio de fontes de entretenimento como novelas, filmes ou festas; ou até mesmo em ambientes de trabalho, na busca por uma atmosfera convidativa e favorável.

Desde criança brincadeiras de roda e cantigas propiciam nosso contato inicial com melodias e canções, contato esse que ganha dimensão cada vez maior com o passar dos anos. Música é, afinal, parte de qualquer cultura e reflete valores e costumes de toda sociedade.

Mas sendo algo que agrada a todos os gêneros e gostos, independente de idade ou qualquer outro fator, por que não integra-la e usufruir dos seus benefícios num dos ambiente mais básicos a nossa formação educacional, isto é, nas escolas?

Desde 2008 a lei nº 11.769 tornou obrigatório o ensino de música no ensino fundamental e médio. A medida tem caráter não exclusivo: música não deve ser necessariamente uma disciplina exclusiva no rol de matérias, mas uma linguagem adotada no ensino conforme as propostas político pedagógicas de cada colégio.

Mas por que afinal incluir música nas escolas? Que tipo de benefícios e vantagens estão envolvidos? Visando responder estas perguntas, listamos aqui 5 motivos pelos quais você educador deve implementar a educação musical em seu colégio, independentemente da tática escolhida, ou seja, pelo ensino independente de música como matéria, ou sua integração com as demais disciplinas.

1. Música ensina de forma lúdica e divertida, aumentando o desempenho do aluno

Menina toca piano enquanto é orientada por professor de música. Acima do piano, há uma partitura sendo lida pela menina.

Não é raro vez ou outra professores e alunos enfrentarem dificuldades em de sala de aula. Seja a didática escolhida, o grau de complexidade do assunto, ou mesmo determinadas características pessoais a cada um deles; nem sempre a transmissão e aprendizagem da matéria consegue acontecer e fluir facilmente.

Para esses momentos a música pode atuar como elemento auxiliador e potencializador do ensino. A composição de melodias sobre a temática, utilização de determinada canção relacionada ao assunto, ou adoção de estratégias similares contribuem para descontrair o ambiente e quebrar a tensão em classe.

Unindo o lúdico ao processo de aprendizado, os alunos poderão ter um desempenho melhor, dada a atmosfera mais acolhedora e estimulante. Além disso, a grande vantagem é que independente da matéria, a música poderá atuar no processo de troca de conhecimentos, justamente por conta da diversidade de maneiras e táticas para seu emprego.

2. Música pode refletir contextos históricos e inserir os alunos dentro da cultura local e regional

Imagem de um violino impressa em um papel velho e desgastado.

Como mencionado anteriormente, a música reflete os valores e costumes de qualquer sociedade. Dessa forma, sua utilização dentro do cenário escolar poderá contribuir e possibilitar ao aluno conhecer as raízes da música brasileira e preservar nosso patrimônio. Maximizando, por consequência, seu entendimento cultural.

Ademais, como é retrato de nossa sociedade, poderá contribuir em disciplinas tais como história e literatura, através da análise de canções cujo tema seja reflexo do período histórico estudado.

3. Música pode ajudar a integração e interação entre alunos

Seja pela criação de grupos específicos como corais, orquestras ou mesmo pela utilização cotidiana em sala de aula, se tratando de algo de comum interesse entre os alunos, a música poderá estimular a cooperação e proatividade entre eles, reforçando o sentimento grupal e auxiliando a interação mesmo entre aqueles mais tímidos.

No caso do seu ensino como disciplina, ou através do desenvolvimento de projetos, ela poderá introduzir o sentido de parceria, pela necessidade de harmonização de vozes e instrumentos, o que contribui, ainda, no desenvolvimento de conceitos como sincronia e estilos.

4. Pesquisas apontam que música melhora a leitura e a compreensão de textos e também o desempenho em matemática

Diversos estudos já comprovaram a correlação da música no tocante à aptidão escolar. Pesquisas realizadas por estudiosos alemães concluíram, por exemplo, que pessoas que analisam tons musicais possuem determinada área do cérebro 25% maior em comparação àquelas que não desenvolvem qualquer trabalho com música.

Além disso, outro estudo conduzido pela parceria entre o Instituto ABCD – que ajuda na identificação e tratamento de distúrbios de aprendizagem – e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) entre grupos de estudantes com e sem contato musical também apresentou resultados positivos.

Na pesquisa, realizada pela análise entre um grupo de alunos que possuia contato semanal com música recebendo aulas três vezes por semana durante cinco meses, e outro que servia apenas como base de controle não recebendo qualquer tipo de atenção especial; foram percebidos no estudantes que recebiam as aulas, aumentos de nota significativos em português e matemática em relação aos que não possuiam esse contato.

Sons e melodias atuaram, portanto, como auxiliares nas capacidades de leitura, concentração e memorização.

5. Música estimula novas habilidades e formas de expressão

Diversas aptidões conseguem ser aprimoradas pelo uso da música. Enquanto o uso de sons estimulará habilidades auditivas, e os gestos e danças derivados poderão influenciar no desenvolvimento motor, a prática do canto será determinante para o aprimoramento das capacidades de respiração e concentração.

No campo cognitivo, os benefícios também são múltiplos, já que o estimulo a criatividade promoverá o impulsionamento de novas formas de expressão, atuando por consequência na melhoria da auto estima dos alunos.

Para sua implementação nos colégios, porém, educadores e professores devem estar atentos as características e particularidades da realidade local. A diversidade musical e cultural do Brasil precisa ser respeitada. Táticas diferentes, para contextos diferentes. Favorecendo, portanto, um modelo de pluralidade que tanto englobe aspectos e contextos abrangentes, quanto nuances regionais.

Além disso, seria interessante a realização não apenas de projetos e/ou oficinas esporádicas, mas o ensino perene e busca pela integração com as demais matérias.

Na hipótese da decisão do ensino de música como disciplina, os gestores educacionais devem estar atentos a professores que integrem domínio musical com didática adequada, gerando uma aplicabilidade de conhecimentos de fato efetiva.

Num quadro geral, a educação musical promoverá ao colégio, ainda, melhorias significativas na sua cultura escolar, com a integração e aperfeiçoamento do desempenho dos alunos e otimização do ensino como um todo.

Tais benefícios servirão de indicadores de qualidade e poderão ser determinantes no grau de credibilidade percebido dentro da região em que o colégio atua, atraindo cada vez mais pais e alunos.

E você? Conhece mais algum benefício proporcionado pela utilização de música em sala de aula? Tem alguma experiência que gostaria de compartilhar? Não deixe de comentar!