por Americo N. Amorim | mar 18, 2015 | Geral
Era um evento clássico: a Semana Jurídica da Escola de Direito e de Comunicação do Centro Universitário Newton Paiva acontecia tradicionalmente todos os anos com várias palestras quase nunca interessantes. Alguns alunos já não viam sentido no evento por achá-lo vazio.
Até que o professor Bernardo Gomes recebeu a incumbência da semana e resolveu fazer mais do que isso: repensá-la. Daí surgiu a ideia de inovar a programação, que culminou na realização de uma Semana Jurídico-Cultural, com inserções artísticas na programação. Havia shows e peças de teatro tratando do tema, dando uma nova roupagem ao que já era visto de forma ortodoxa nos anos anteriores.
Assim, os alunos ficaram mais engajados e saíram do óbvio, adentrando em novas realidades proporcionadas pela arte e a música. Uma das atitudes do professor Bernardo foi colocar um músico e DJ com canções ligadas à direitos humanos para tratar do tema de forma jurídica.
Um dos segredos foi quebrar a metódica comum dos eventos jurídicos, mostrando que o conhecimento de verdade precisa ser compartilhado de forma ostensiva. Em vez de um palestrante proferindo monólogos e passando slides, uma mesa de DJ completa, música e diálogo direto com o público. Claramente a atividade foi um sucesso, contando com a presença de professores e 380 alunos.
Como ficou a atividade com o DJ Negralha, músico da banda “O Rappa”. (Crédito: Divulgação/Porvir)
O que podemos aprender com esse caso para dentro da sala de aula?
A maior vantagem da música na escola é sua característica interdisciplinar, ou seja, a capacidade dela permear entre diversas disciplinas.
1) Música e arte promovem diálogos entre mundos diferentes
A música tem a vantagem de levantar debates através das letras. Temas vistos nas disciplinas podem ser explorados a partir de analogias e interpretações das canções, criando paralelos sobre diversas áreas ao mesmo tempo. A letra da música “Se essa rua fosse minha” pode levantar debates sobre a identidade dos bairros, a criação de novos espaços na cidade e a territorialização numa aula de geografia, por exemplo. A música pode aproximar as crianças de outras realidades, e diminuir também as diferenças entre elas.
2) Inserção social pela arte
Muitas escolas possuem mais do que o papel educador. Elas são, nesses casos, um refúgio da realidade difícil vivida nas casas de muitas crianças brasileiras. Através da música e da arte, a escola assume o papel de inserir socialmente os estudantes com cultura e conhecimento, ampliando horizontes e habilidades – e até dando a oportunidade de que elas descubram talentos que fora dali não iriam aflorar. Além disso, estimula a motivação para que elas permaneçam na escola e construam um futuro melhor.
3) Novas formas de realizar “o de sempre” são possíveis
O maior feito de Bernardo foi conseguir realizar a Semana Jurídica de uma forma inovadora, unindo a música e a arte ao que já era feito tradicionalmente. A maior vantagem disso é agregar duas esferas que geralmente são postas como distintas e torná-las um conhecimento só, que se complementa a medida que é formado – afinal, de nada adiantam conhecimentos isolados. Isso, na sala de aula, pode ser feito com gincanas ou jogos, como fez esta professora que ensinou matemática com um game divertido e a Escribo com o Curso de Flauta, que mescla o aprendizado pedagógico da música com jogo.
“Como sempre afirmo, não há conhecimento compartimentado. Levar ideias com metodologias não-ortodoxas e linguagens distintas nos alinha a um pensamento de que o aluno deve desenvolver sua habilidade particular. Se não oferecemos possibilidades e encerramos o conhecimento na didática da sala de aula, uma parcela dos alunos não será atingida. A música e a arte são universais e essa união busca trazer para dentro do saber o maior número de alunos.” Bernardo Gomes
4) Trazer o novo para a sala de aula abre possibilidades
O elemento da novidade pode levar muitos alunos a desenvolver outras habilidades que talvez não seriam descobertas sem que eles se sensibilizassem com aquela novidade em questão. Podemos descobrir futuros músicos numa aula com flauta, futuros artistas numa aula que estimule a pintura, novos engenheiros numa aula de robótica. A questão aqui é semear para que se colham os frutos no futuro.
E você, como usa a música para inovar e catalisar bons resultados na escola? Nos conte nos comentários!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 17, 2015 | Geral
A escola como ela é está prestes a entrar em crise no século XXI. Mas isso não é uma coisa ruim.
Muitas pessoas tendem a ver a crise como algo negativo, mas essa palavra advém da palavra latina krisis, e significa nada menos do que momento de escolhas. Escolhas que são fundamentais para que saiamos de um estado de saturação e morbidez, de forma que as coisas possam se renovar. Ou seja, podemos entender a crise nas escolas do século XXI como um momento de mudanças.
Muitos alunos se sentem desmotivados com os métodos tradicionais de ensino, que envolvem apenas textos corridos em quadros brancos e leituras em voz alta pelos professores. Isso se dá porque eles nasceram numa era de muitos estímulos – visuais, auditivos, sensoriais. São os nativos digitais, a geração que já nasceu inclusa no mundo da internet e dos computadores.
Como exigir no presente a atenção dos alunos do futuro com uma didática do passado?
Um dos sete componentes do aprendizado na era digital é o conteúdo digital instigante. E não basta o conteúdo ser digital, ele precisa ter qualidade. Senão será apenas mais um livro dentro de um tablet, o que ajuda a diminuir o peso nas mochilas, mas em nada inova. Os estudantes do século XXI precisam de conteúdo multimídia que contemple diversas áreas cerebrais e cative sua atenção. E é aí que entra a gamificação, que é sobre o que falaremos no post de hoje.
Pode-se definir a “gamificação” como o uso da tecnologia e elementos dos videogames fora da área de entretenimento, ou seja, focando na educação. A estratégia é a principal aposta dos especialistas para ensinar de maneira personalizada, de acordo com os princípios do ensino adaptativo – que leva em conta as peculiaridades e ritmos de cada aluno. Em suma, é utilizar de jogos para ensinar (ou aprender brincando).
“Jogos nos fazem felizes porque eles são trabalho duro que escolhemos fazer. E acabamos descobrindo que quase nada nos faz mais feliz do que a realização de um bom trabalho, por mais duro que seja.” Jane McGonigal
Confira abaixo porque a gamificação é importante para as salas de aula:
As vantagens da gamificação
Crianças brincando com video games de ação e movimentos na Escola Primária St. Patrick’s School, no estado de Virginia, nos Estados Unidos. (Créditos: Newsday / Thomas A. Ferrara)
1. Atende as necessidades de uma educação moderna
Segundo o professor Rodrigo Ayres, o uso de games é uma das várias formas da educomunicação atrair a atenção dos estudantes e desenvolver habilidades e conhecimentos em diálogo com as diversas disciplinas.
2. Motivação e Finalidade
A lógica de funcionamento de jogos apresenta grande capacidade de promover o engajamento de seus participantes, a curiosidade, a colaboração, o aprendizado pelos erros, etc. A interação é a chave do sucesso, tanto é que a partir desta percepção, algumas empresas passaram a aplicar jogos como parte de sua estratégia, a fim de conhecer, fidelizar e melhor atender seus clientes.
3. Múltiplas opções de metodologias, favorecendo a adaptação
Os jogos podem ser aplicados tanto pelo método de entrega liderado por instrutor ou baseado no uso de computadores. No primeiro, a aplicação pode acentuar a interatividade e prática, reduzindo o esforço do instrutor em seu papel de engajamento e monitoramento dos estudantes. No método baseado no uso de computadores o papel de instrutor pode ser substituído por artifício que ajuda o participante quando este tem uma dúvida ou precisa de ajuda.
4. Engajamento e resultados visíveis
Projetos pilotos como da Khan Academy, na California, ou da Fundação Bill e Melinda Gates, em Nova York, demonstram melhorias no ensino de crianças e jovens. Os estudos na área indicam que aplicação prática em um jogo/simulação aumenta a taxa de retenção do conhecimento e motiva os estudantes e gera resultados. Ainda há o efeito multiplicador dos jogos, que consiste em realizar uma tarefa (conhecimento tácito) que motiva os estudantes a estudar mais (conhecimento explícito) para desempenhá-la ainda melhor , o que é exemplificado no mundo dos esportes e da música.
5. Renovação e rapidez na forma de aprendizado
A gamificação consegue tornar conteúdos que já foram/são trabalhados tradicionalmente por muitos anos em assuntos completamente novos, devido a nova atmosfera promovida pela abordagem diferenciada. Um exemplo interessante: A Escribo fez uma pesquisa com alunos de uma escola que iria adquirir o nosso Curso de Flauta, sobre educação musical. O interesse dos alunos pré-curso em aprender flauta doce foi de 49%. Isso já era esperado – raramente alguma criança sonha em tocar flauta. Se o instrumento em questão fosse uma guitarra, uma bateria, talvez houvesse mais gente interessada. Mas a flauta tem um importante papel pedagógico, e isso é uma questão importante. Para minar o desinteresse, as aulas de flauta foram trabalhadas usando um jogo educativo que é muito parecido com video games como Guitar Hero e Rock Band, que as crianças já conhecem e apreciam. Isso fez com que elas mergulhassem na atmosfera do game de flauta. No final do ano 87% dos alunos queriam aprender a tocá-la. Isso acontece, principalmente, em consequência da velocidade do aprendizado oferecido pela tecnologia.
Crianças aprendendo música e se divertindo com o Curso de Flauta da Escribo.
Você pode aprender mais sobre gamificação e se especializar com a cartilha Gamificação – aplicação da lógica de jogos na educação, do Sebrae. Não deixe de comentar sobre a sua experiência com games na sala de aula!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 16, 2015 | Geral
Créditos da imagem: thyblackman.com
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) revelou em 2012 dados preocupantes para os educadores: 49% dos estudantes brasileiros na faixa dos 15 anos apresentam baixo desempenho em leitura.
E a situação é ainda mais desanimadora: o Movimento Todos pela Educação realizou um estudo evidenciando que apenas 44,5% das crianças que concluíram o 3º ano do ensino fundamental apresentam uma aprendizagem adequada de leitura e interpretação de acordo com a Prova ABC, também em 2012.
Segundo a doutora em educação pela Universidade de Brasília (Unb) Ana Luiza Amaral, esse quadro precisa ser revertido para que a meta 5 assumida pelo Governo Brasileiro no Plano Nacional de Educação (PNE) seja cumprida. A meta visa alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o (terceiro) ano do ensino fundamental nos próximos dez anos.
Mas como podemos fazer nossa parte?
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra” Paulo Freire
A alfabetização deve ser garantida para todas as crianças até o 3º ano do ensino fundamental, segundo meta do Governo Federal.
De acordo a psicologia, seres humanos agem por condicionamento a partir de estímulos. Se queremos crianças leitoras, a leitura precisa virar hábito. E para esse hábito não virar apenas uma obrigação, é preciso estímulos que tornem a leitura prazerosa e benéfica para elas.
Logo, o papel do adulto e do educador está em apresentar o mundo da leitura de forma positiva para as crianças. Sendo assim, vejamos como começar:
- Primeiro passo: Identificar a fase em que a criança se encontra
- Segundo passo: Integrar a leitura à rotina de acordo com a fase para que ela se torne um hábito com mais facilidade
A idade e fase educacional que a criança se encontra irão definir a forma de como seu cérebro absorve conhecimento. Pensando nisso, Ana Luiza Amaral bolou cinco estratégias transformadoras para cada uma dessas fases, desde a pré-alfabetização, para os pais.
A Escribo adaptou cada uma dessas para os educadores e a realidade da escola. Confira:
15 dicas para estimular a leitura em crianças
Antes da alfabetização:
Créditos: KisforKids.com
1. É fundamental possibilitar à criança entrar em contato com os livros desde cedo
A criança pecisa se familiarizar com o livro. Seja tocando, manuseando, brincando. Muitas editoras oferecem livros diferenciados para esta fase, com material apropriado – plástico, texturas diferentes e cores variadas compõe as opções para crianças pequenas no mercado atual. As escolas precisam disponibilizar esse material em sala, em cestas de livros ou criando um “cantinho da leitura” com o auxílio dos professores. Além disso, aulas e visitas periódicas na biblioteca é essencial para essa familiarização. Aulas de campo em espaços em que elas entrem em contato com os livros, como feiras e bienais, também são importantes.
2. Perceber o interesse dos adultos em relação à leitura favorece o interesse da criança
Nessa fase, as crianças adoram imitar adultos, brincar com essa realidade. Se os professores e funcionários gostam de ler e têm o hábito de levar livros para a escola, esse comportamento tende a influenciar a criança, contribuindo para que ela também desenvolva o gosto pela leitura. Crie campanhas e reforce a importância da leitura e dessas pequenas atitudes entre professores e funcionários. Professores que falam sobre livros também contribuem nessa influência positiva.
3. É essencial ler para as crianças
O interesse pela leitura começa nesse vínculo, nessa troca. A criança entra no universo das histórias, se envolve, se encanta e começa a desenvolver o desejo de se apropriar da leitura, de se tornar um leitor. Uma dica é ler uma história por semana para a turma no final da aula, por exemplo.
4. Além de ler, é muito importante conversar com a criança sobre a história
Perguntar sobre o que ela entendeu, sobre qual personagem gostaria de ser,se ela daria um final diferente. Ler é muito mais do que decodificar, dar um som para letras, ler é construir sentido, é encontrar significado. Ao conversar sobre o que leu, a criança pensa, reflete, e desenvolve a sua capacidade de compreensão.
5. Os livros devem ser organizados em um local de fácil acesso para as crianças
A criação de um “cantinho da leitura” na sala de aula, como mencionado na primeira dica, pode ser organizada de forma simples, como em baús ou estantes baixas, possibilitando a sua busca, quando elas quiserem. A ideia é tornar o material acessível nas horas de intervalo e recreio ou na espera pelos pais na saída, por exemplo.
Durante a alfabetização:
Créditos: YogaGangsters.wordpress.com
6. Incentivar a leitura em conjunto
A leitura em conjunto encoraja a criança nessa jornada inicial rumo à alfabetização. Por exemplo: a criança lê uma parte com o professor em sala de aula, e outra em casa, até que ela tenha fluência para ler um livro inteiro sozinha. Outra forma é dividir a sala em grupos, onde cada um dos integrantes lê um parágrafo da história.
7. No início do aprendizado da leitura, oferecer livros com muitas imagens e pouca escrita
Quando a criança tem um desafio para além do que está preparada, pode ficar desestimulada. É importante oferecer livros de acordo com a faixa etária da criança e com seu nível de leitura. Sendo assim, o professor deve começar apresentando livros coloridos, com imagens, e depois ir aumentando a quantidade de escrita conforme o desenvolvimento da turma.
8. Incentivar a criança a ler externamente
Pedir para as crianças listarem o que viram nos outdoors durante o fim de semana é uma atividade possível para que a criança leve o aprendizado e a leitura para fora da sala de aula. Outra dica interessante é pedir que elas coletem (com o auxílio dos pais), nos jornais e revistas, temas do seu interesse. Existem cadernos e setores especiais para as crianças na grande parte das publicações atuais.
9. Mostrar a importância da leitura para a compreensão do mundo
A leitura de placas e tudo que está a sua volta, como embalagens, instruções e marcas, também é uma forma de chamar a atenção – e complementar o incentivo da 3ª dica.
10. Promover atividades que envolvam a leitura
Uma ideia divertida é atrelar a leitura à culinária. Incentivar a turma a ler a receita e fazer junto com ela algo simples e popular como brigadeiro ou bolo. É importante que a leitura seja algo prazeroso e não uma obrigação.
Depois da alfabetização:
Créditos: BarisGurka.com
11. A leitura para a turma deve continuar
Mesmo alfabetizada, é importante que a criança continue ouvindo histórias dos pais e professores, pois a troca afetiva que se estabelece no contato com os livros favorece o envolvimento com a leitura. Basta diminuir a periodicidade.
12. É interessante estimular a criança a inventar histórias e criar os próprios livros
O MEC possui, no portal do professor, um módulo ensinando como as crianças podem criar um livro de histórias na sala de aula. Confira aqui!
13. Incentivar a troca de livros
Favorecer o contato com uma diversidade maior de títulos ajuda a criança não só na leitura, mas na socialização – conversar com os coleguinhas sobre as histórias trocadas ajuda a turma a desenvolver as relações interpessoais. A ideia pode ser aplicada no mês dos paradidáticos, onde elas podem ir revezando as leituras com os outros.
14. Familiarizar a criança com diferentes gêneros literários
É importante que elas conheçam os diversos gêneros literários existentes e não deixem de ampliar os horizontes na leitura, podendo buscar coisas novas sempre que possível. Veja o que a pesquisadora em educação Maria Zélia Versiani Machado, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), diz a respeito dos gêneros literários na alfabetização infantil:
“A literatura infantil que hoje se publica para crianças bebeu em fontes variadas da tradição literária, que se atualizam criativamente a cada geração de leitores – daí a importância de identificá-las. […] Falar de gêneros da literatura pressupõe, assim, o diálogo com a tradição e com formas orais e escritas do texto literário, produzidas para crianças em diferentes épocas.”
15. Dosar o tempo de leitura
Por fim, para não sobrecarregar a criança, é importante que a leitura tenha seu tempo reservado nas aulas – mas que ele seja respeitado e não ultrapassado, deixando sempre um gostinho de quero mais.
DICA EXTRA:
Você sabia que ferramentas interativas auxiliam na alfabetização? Sim: tablets, jogos e aplicativos e outras tecnologias contribuem efetivamente para a alfabetização das crianças.
Para a educadora Renata Aquino, doutora e pesquisadora de tecnologias na educação na PUC-SP, existe uma necessidade de integrar o uso de recursos tecnológicos na escola, inclusive no processo de alfabetização. “A tecnologia já está presente na forma como o aluno lê o mundo hoje”, aponta, ao mencionar que eles fazem parte da chamada geração de nativos digitais (ou seja, já nasceram na era da tecnologia).
Segundo ela, os tablets e dispositivos móveis são ótimas ferramentas por conterem elementos visuais que incentivam a leitura e a escrita. Além disso, os games e as redes sociais educativas também ajudam a engajar e despertar o interesse do aluno. No entanto, ao utilizar a tecnologia como aliada durante o processo de alfabetização, a pesquisadora faz uma ressalva. “O professor precisa investir muito em planejamento. Para qualquer instrumento, ele deve pensar no contexto em que irá utilizar.”
“É importante que a leitura seja algo prazeroso e não uma obrigação”, afirma a doutora em educação Ana Luiza Amaral
O que você achou das dicas? Caso saiba mais, por favor não deixe de adicioná-las nos comentários, para que mais educadores sejam contemplados!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 13, 2015 | Geral, Gestão escolar
Como adquirir base em tecnologia educacional no Brasil?
A maneira mais efetiva é conhecendo projetos e pessoas por trás deles, ouvindo suas histórias e aprendendo com elas. É para isso que os congressos estão aí: para que se crie uma rede de network e conhecimentos cada vez maior – e com um assunto tão cheio de novidades e desafios, como a tecnologia educacional, não podiam faltar bons eventos sobre isso para reunir e engajar educadores.
“Professores precisam ser seus próprios gurus” – Ewan McIntosh
Essa semana o blog da Escribo escreveu sobre o III Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. Hoje, vamos falar sobre outro evento muito importante para o gestor e educador que está sempre atento aos benefícios da tecnologia educacional: o Bett Brasil Educar, maior evento de tecnologia educacional do país, que trás para a sua edição de 2015 o tema “A escola dos nossos sonhos: horizontes possíveis, desafios imediatos”.
Definido pela consultora em educação Vera Cabral como “a base para informação e atualização de muitos educadores brasileiros”, o congresso conta com mais de 250 expositores, e trás também uma vasta gama de palestras sobre educação tecnológica, com temas como o impacto das mídias sociais na educação, ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) e como os eBooks estão revolucionando o material didático para os alunos de hoje.
Além das palestras, a nova edição também trás como novidade workshops e seminários exclusivos, com stands e exposições que trarão em primeira mão as principais tendências da educação na era da tecnologia. Estão programadas, também, 165 atividades ministradas com grandes nomes do cenário educacional brasileiro e internacional, entre diretores, gestores, CEOs e professores. Você pode conferir a lista completa de palestrantes aqui.
O evento Bett Brasil Educar é uma fusão entre Bett Brasil, Feira Educar e o Congresso Educador, e ocorre entre os dias 20 e 23 de maio, em São Paulo, no Expo Exhibition & Convention Center. A inscrição é gratuita e já pode ser feita na internet através deste link, preenchendo um formulário com dados como nome completo, email e CPF. Para mais informações, os interessados podem acessar o portal do congresso, as redes sociais Twitter e Facebook ou o canal do evento no Youtube.
E você, o que aprendeu nos últimos congressos que participou? Não deixe de compartilhar conosco abaixo.
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | mar 12, 2015 | Geral
O que você faria se tivesse anos de experiência em sala de aula e visse, ano após ano, alunos com as mesmas dificuldades em matemática, a matéria mitificada como “o terror” pela maioria deles?
Reforço já não adianta, os alunos só procuram por eles em época de prova. Visando mudar esse cenário, a professora Benedita Amélia Batista criou o Projeto Desenrolando a Matemática, que tinha a intenção de deixar as aulas mais descontraídas e principalmente apresentar a matemática como uma amiga, e não inimiga.
Veja como você pode aprender com esse projeto:
1. O Uso de Jogos (tornar lúdico)
O pontapé inicial do projeto de Benedita foi extrair da matemática toda a parte lúdica do aprendizado através de jogos. Para criá-los, a criatividade não tem limites – ela usa, uma vez por semana, games online no laboratório de informática, mas quando não há horários disponíveis, utiliza sucata para criar carrinhos de um jogo de corrida, onde a cada cálculo acertado, ele pode avançar um pouco mais para perto da linha de chegada.
O segredo dos games para educação está em tornar simples algo complicado, e segundo a própria professora, “as crianças não gostam da matemática porque não aguentam mais ouvir “abra o livro na página tal”, mas com ajuda dos jogos, conseguem, sim, entender com facilidade.”
2. Seja amigo de seus alunos
Benedita criou uma relação de confiança com seus alunos, sendo gentil e amiga para que eles pudessem corresponder aos jogos desde o primeiro dia de aula. Ela usou uma estratégia para se aproximar dos estudantes (e aproximar a matemática deles também), apresentando crachás com números de identificação para cada um deles representarem aqueles números em cubos e barras. Por exemplo, com o número 1225, ela pegaria um cubo grande, duas placas, duas barras e cinco cubinhos. Enquanto isso, os outros devem ir até a lousa para escrever o número.
3. Ser multidisciplinar
Para emplacar um projeto que visa desmitificar a matemática, um dos segredos de Benedita foi unir outra área à matemática, reforçando o conceito de interdisciplinaridade.
Unir a matéria à outra como a arte fez com que alunos desmotivados se aproximassem mais da matemática, criando uma afinidade nova a partir de uma já existente.
4. Levar os projetos para o conhecimento dos pais
Uma das razões para o sucesso do projeto foi ele ter chegado ao conhecimento dos pais em reuniões. Dessa forma, há um apoio e um estímulo a mais, ele ganha força externa e as crianças se sentem mais motivadas. Com esse conhecimento e reconhecimento é até possível aprimorar ainda mais o projeto.
O que você tem feito para mobilizar seus alunos em sala de aula? Conte pra gente e volte para conhecer mais casos de sucesso 🙂
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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