Tão importante quanto o conteúdo em si a ser estudado em classe, os planos de aula são uma ferramenta importantíssima ao professor. Muito mais do que planejar o assunto, é ele que definirá o modo como essa troca de conhecimentos acontecerá.
Um bom plano de aula consegue conter o conteúdo programático da disciplina, define as didáticas adequadas, bem como as melhores formas de avaliação. É o guia que permite ao professor organizar de forma sistemática seus objetivos, e, em seguida, estruturar como eles serão realizados na prática.
Embora não precise seguir um padrão fixo, nem seja um roteiro fechado a alterações, é interessante considerar que planos de aula precisam ser encarados como ferramentas indispensáveis a aulas mais produtivas e dinâmicas.
Sem eles, qualquer docente estará propenso a momentos de incerteza em classe (eles acabaram a atividade muito rápido, e agora?) e dificuldades para gerenciamento de tempo (estamos na metade do ano e não consegui atender todo conteúdo programático que deveria!).
Elencamos a seguir, três dicas simples, mas que poderão potencializar a estruturação dos seus planos de aula de forma mais eficiente
1. Sinta a turma
Planejar e organizar seus objetivos e metas para cada aula compõem a tarefa mais básica na realização de qualquer plano. É importante lembrar, porém, que não é toda a classe que vai receber o plano da mesma maneira, ou demandará a mesma abordagem.
Imagine a regência da aula como uma dança, e quem conduz os passos é a turma. São eles que dizem ate onde você pode ir, se deve recuar, acelerar, mudar determinada didática…Então mesmo com o plano, esteja aberto para novas possibilidades e seja flexível a possíveis alterações de emergência.
2. Explore a Interdisciplinidade
Uma das etapas no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula é elencar o conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto. É uma estratégia proveitosa pois cria um canal de diálogo pela introdução mais facilitada de novos conteúdos.
O método tem escopo e retornos positivos porque além do conhecimento cotidiano adquirido, disciplinas com história e geografia, por exemplo, acabam trabalhando conteúdos bastantes similares, em perspectivas diferentes.
Por isso, na elaboração de qualquer plano de aula, é importante considerar a interdisciplinidade entre as matérias. Converse com outros professores sobre o conteúdo programático deles, e estude a possibilidade de unir abordagens.
Além de garantir a construção de um conhecimento mais integral, pela compreensão da realidade em sua complexidade, muito provavelmente essa estratégia irá proporcionar ainda, uma otimização de tempo de aula, aumentando a eficiência no cumprimento do conteúdo programado para o ano.
Tal como a interdisciplinidade, a utilização de diferentes tipos de metodologias pode influenciar diretamente no aprendizado do aluno.
A utilização de música, poesia, dinâmicas, tecnologias e táticas similares frequentemente traz mais energia a sala de aula, e garante um melhor engajamento entre os alunos.
Embora nem toda aula possa abranger métodos no âmbito, é interessante elaborar planos de aula que intercalem ao longo do ano estratégias diversificadoras.
Como o desenvolvimento de aulas criativas nem sempre ocorre com facilidade, uma boa ideia é deixar a possibilidade de opinar e oferecer sugestões aberta aos alunos . Dessa forma, a busca por novas formas de aprendizado será parte da rotina deles.
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Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
Recentemente diversos países têm surpreendido quanto a qualidade dos seus sistemas educativos. A Finlândia, conhecida por possuir um dos melhores sistemas de educação do mundo, balançou o cenário global ao noticiar a abolição das disciplinas do seu sistema de ensino.
Dessa vez a surpresa vem por conta do Vietnã.
Publicado no relatório global divulgado pela OCDE esse ano, o Vietnã foi destaque quanto as notas obtidas em leitura, ciências e matemática. Os índices, superiores aos conquistados por países desenvolvidos como Estados Unidos e Grã-Bretanha, surpreenderam autoridades locais e externas.
O país participou pela primeira vez do PISA – Programa para a Avaliação Internacional de Alunos, em 2012, desde então alcançando notas elevadas nas disciplinas citadas. No ranking de 2015, que avaliou apenas ciências e matemática, o Vietnã obteve o 12º lugar geral. Os Estados Unidos ocuparam o 28º lugar enquanto o Brasil ficou em 60º .
O feito é fruto de um plano de educação de longo prazo implementado pelo país. Em 2010, quase 21% dos seus gastos públicos foram dedicados a educação, proporção superior a qualquer outro país membro da OCDE – grupo que integra os países mais desenvolvidos do mundo.
Além do comprometimento do governo, outros dois fatores tem influenciado as notas elevadas conquistadas pelo Vietnã: um plano de estudos bem elaborado e o investimento massivo nos professores.
Enquanto países da Europa e América do norte costumam implementar sistemas de ensino com uma ampla quantidade de conteúdo, mas em sua maioria abordados superficialmente, o Vietnã tem apostado no domínio das habilidades básicas, aliado ao conhecimento aprofundado nos conceitos centrais das disciplinas.
A estratégia espera que os alunos deixem de apenas memorizar assuntos, mais saibam aplicá-lo e comprendê-lo em diferentes contextos. A didática vietnamita inclui, ainda, um nível de rigor elevado em sala de aula, com perguntas desafiadoras que estimulam o avanço dos alunos.
Para os professores é delegado um alto grau de autonomia, espera-se, por exemplo, que eles invistam por conta própria em seu desenvolvimento profissional. Além disso, no sistema educativo vietnamita, muito mais do que ensinar e passar atividades, os professores realizam funções de apoio ao estudante, preocupando-se com seu bem-estar cotidiano e rendimento.
Os resultados da prova PISA, aplicada a alunos na faixa etária dos 15 anos, são baseados os jovens que vão as escolas e estão dentro do sistema educativo. Infelizmente 37% dos vietnamitas de mais de 15 anos ainda não estão escolarizados, o que traz questionamentos quanto a manutenção da qualidade do ensino com a ampliação da demanda escolar.
É necessário, dessa forma, que o governo do Vietnã adote medidas para absorver aos colégios as crianças desfavorecidas pelo sistema de ensino, sem desequilibrar a gestão educativa atual. Um desafio bastante razoável, mas que dado os resultados alcançados pelo país até então, parece disposto a ser cumprido.
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Como visto, a realidade pobre e o nível de desenvolvimento bem aquém do nosso país não tem sido um impedimento para o Vietnã até agora.
Você acredita que ele conseguirá manter seus níveis educacionais elevados?
O que você acha que podemos aprender com o Vietnã?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
Destinado a professores e gestores educacionais interessados em melhorar o rendimento em sala de aula, a Fundação Leman em parceria com a Elos educacional está oferecendo gratuitamente o curso “Gestão da Sala de aula” a profissionais de todo o Brasil.
O objetivo é capacitar professores para lidar melhor com os desafios cotidianos oferecidos pelas escolas, garantindo uma cultura escolar mais engajada e ativa. O curso foi elaborado a partir dos princípios do livro “Aula Nota 10: 49 Técnicas para Ser um Professor Campeão de Audiência”, escrito pelo pesquisador norte-americano Doug Lemov e traduzido pela Fundação Lemann.
Com experiência de observação em mais de cinco mil salas com índices elevados de aprendizagem, o autor identificou e mapeou boas práticas em ensino, aprendizado, planejamento e avaliação, a serem estudadas e praticadas durante o curso.
A edição desse ano está sendo oferecida apenas a professores do ensino básico de redes públicas de educação, com inscrições abertas até 12/08, nesse link. As vagas, porém, são limitadas: a seleção é realizada através da análise de respostas no questionário de inscrição.
O início do curso acontece no dia 15 de agosto com término previsto para o dia 4 de dezembro. Com aproximadamente 54 horas de duração, ele é dividido em atividades onlines e práticas. Videoaulas, leituras, fóruns de discussões e exercícios pela plataforma moodle contemplam as atividades online.
As atividades práticas, por sua vez, acontecem na própria sala de aula dos docentes, com a realização de quatro planejamentos no modelo proposto pelo curso, e quatro filmagens de aulas que apliquem as técnicas estudadas. O curso contará ainda, com suporte de tutores que acompanharão as atividades realizadas oferecendo feedback.
Gestão da Sala de aula
Realização: Fundação Leman e Elos educacional
Início: 15 de agosto
Término: 4 de dezembro Inscrições aqui até o dia 12 de agosto.
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
A Escribo mais uma vez foi destaque na mídia, dessa vez em matéria publicada no caderno de economia do Jornal do Commercio no último dia 2 de agosto.
A matéria fala sobre o lançamento do livro “Os Três Segredos para Transformar sua Escola com Tecnologia” publicado recentemente por Giordano Cabral, professor do Centro de Informática da UFPE, em conjunto com Américo Amorim, Doutorando em Educação pela Johns Hopkins University ; ambos gestores da Escribo.
O livro, lançado mês passado, é o primeiro da lista da loja virtual da Apple na categoria de livros para professor. Em entrevista exclusiva, Américo Amorim relatou sobre os detalhes da obra, principais motivações e o recente crescimento do uso de tecnologias nas salas de aula.
“Não é uma publicação acadêmica. Nem de teorias. É de prática pedagógica com gestão de projetos, porque percebemos que a utilização de tecnologia é uma atividade rara na escola”
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
O estudo, que analisou mais de 200 vídeos publicados no Youtube, comprovou que entre 12 e 17 meses cerca de 50% das crianças já sabem utilizar o aparelho “moderadamente”, o que os pesquisadores definiram como precisar de ajuda para abrir os aplicativos, mas depois realizar interações básicas sozinho com ele. Aos 2 anos de idade esse percentual salta para 90%.
Uma das maiores diferenças verificadas pelo time de pesquisadores entre crianças com idade inferior e aquelas a partir dos 12 meses, é o inicio da interação com o tablet utilizando apenas um dos dedos, como os adultos.
A pesquisa foi a pioneira realizada sobre a adaptação de bebês aos dispositivos móveis, e os cientistas esperam que esse estudo influencie o desenvolvimento de aplicativos que incentivem a educação interativa para bebês e crianças.
No Brasil, alguns dados complementam essa interação precoce com os aparelhos. De acordo com uma pesquisa divulgada pela AVG, 76% das crianças entre 3 e 5 anos já sabem ligar e desligar um tablet ou computador. Além disso, 42% já sabem fazer um ligação telefônica, embora 43% não serem capazes de escrever o próprio nome.
Sabemos que a revolução tecnológica tem alterado nosso cotidiano de maneira expressiva, e consequentemente está inserida no contexto familiar, mas seria proveitosa a utilização tão precoce desses aparelhos?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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