Entendendo os processos de aprendizagem: como os alunos aprendem?

Você com certeza já viu esse tipo de profissional:

Um professor ou professora inteligentíssimos, com um particular talento intelectual, diversos cursos no currículo, mestrado, doutorado e até PhD. Não é segredo para ninguém que aquela pessoa não apenas sabe muito, mas que domina um vasto conhecimento na sua área.

Só que, chegando na sala de aula, ela se comunica mal, não consegue se expressar e tão pouco transferir o conhecimento. A linguagem corporal é nula, as falas são incompreensivas. Tecnologia? nem pensar. No máximo alguns slides enormes num datashow que levou quarenta minutos para ser montado.

Isso prova que é essencial para os educadores dominar não apenas o conteúdo, mas a habilidade de passá-lo adiante de forma efetiva.

Para auxiliar os professores nessa missão, hoje vamos mostrar como o ocorre processo de aprendizado, com 6 fatos que o professor precisa saber à respeito de como seus alunos aprendem: 

1. Alunos aprendem melhor através de múltiplos ângulos

Apesar de parecer óbvio na teoria, na prática poucas escolas e professores adaptam o ensino para atingir todos os tipos de aluno.group of teens students hanging out at school

Alguns alunos aprendem melhor com estímulos visuais multimídia, outros escutando exemplos e histórias. É preciso ajustar as formas de ensino para que todos sejam contemplados – tendo isso em mente, o professor já consegue desenvolver atividades mais variadas, tanto no método como no nível de dificuldade.

2. A melhor forma de fixar informação é reforçando-a

Group of students in a libraryE a melhor forma de reforçar a informação é repassando-a de formas diferentes, em momentos diferentes.

Usar, além dos tradicionais exercícios, mapas, esquemas ou painéis, depois músicas, e em outro momento jogos e filmes ajuda a manter a informação ativa em várias áreas do cérebro.

3. Use a interdisciplinaridade 

behind the booksEm vez de separar as matérias, por que não usar uma para contribuir com a outra? Mesclar o aprendizado torna tudo mais divertido e engajador, além de reforçar e memorizar o que está sendo aprendido em cada matéria simultaneamente.

Por exemplo: Se o conteúdo em história é a história do Antigo Egito, é possível incorporar isso à linguística,  falando de hieróglifos ou propondo uma redação sobre qual monumento egípcio é mais interessante.

4. Ensine sobre o próprio processo de aprendizado

O próprio conceito de aprendizado é algo abstrato.asian male thinking

Ajudando seus alunos a arte de aprender, as técnicas necessárias para um bom aprendizado, assim como explorar os diferentes estilos de aprendizagem, você estará empoderando-os nesse processo. Quando um tópico ou assunto for mais difícil ou invasivo, o estudante que entende como aprender vai ter mais paciência para encarar o desafio.

Uma dica interessante é esta história em quadrinhos que ensina formas de evitar a procrastinação: “Uma longa noite aprendendo: como Sofia aprendeu a aprender melhor“.

Outras técnicas são:

  • Memorização
  • Análise de fatos e processos
  • Entendendo a realidade

5. Crie espaços 

salle de classe

Essa é uma sugestão psicológica e logística – criatividade é o berço do aprendizado, onde um estudante pode semear pensamentos, ideias, problemas e fazer conexões entre conceitos.

A criatividade depende da ativação do lado direito do cérebro, e determinados espaços são oportunos para a criatividade aflorar.

Dê aos estudantes um espaço para se alongar, se mover, observar o ambiente e as janelas. Passeie pela sala, entre as cadeiras, para chamar a atenção deles.

6. Use tecnologia

Nunca antes na história da humanidade informações e conhecimento estiveram tão acessíveis. Com um toque no tablet ou no smartphone, um estudante pode conseguir respostas às questões que, antes, precisariam de uma ida à empoeirada sessão de enciclopédias na biblioteca.

Isso significa que memorizar não tem mais a mesma importância que um dia teve 100 anos atrás. Tradições orais e o hábito de Boy spending time with notebook and modern technologypassar a informação à frente verbalmente estão quase extintos.

Melhor do que resistir ao avanço da tecnologia é vê-la como a ferramenta perfeita de ir além com os estudantes, desde que eles não precisam desperdiçar tempo investigando informações que estão à um toque de distância.

Explore temas, encoraje a inovação. Você pode se inspirar com outros artigos à respeito:

O pedagogo Andrianes Pinantoan, autor da lista, afirma ainda que estimular a curiosidade também é uma forma de fazer o processo de aprendizado acontecer:

“Quando os alunos têm interesse em algo, seu aprendizado cresce. Eles têm mais foco, iniciativa, engajamento no material. Fazer com que eles pesquisem, investiguem e explorem suas curiosidades sobre conteúdos que gostam aumenta a motivação da sala de aula.”

E os seus alunos, como estão aprendendo?

Finlândia vai abolir disciplinas do seu sistema de ensino

Créditos da imagem: filehippo.com

Você consegue imaginar uma escola que não divide o ensino em disciplinas específicas, como matemática, história e biologia?

Ela está prestes a existir. E se você acha que é uma ideia de eficácia questionável, pense de novo, pois este futuro modelo advém do país com um dos melhores sistemas de educação do mundo: a Finlândia.

Com posições de topo em matemática, línguas e ciências no ranking PISA da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o país é referência para educadores de todo o mundo, que vêem a Finlândia como exemplo e tentam adaptar seu ensino aos valores do país nórdico.

Mas, como podemos ver, a Finlândia não descansa nos próprios méritos e mais uma vez resolveu inovar seu sistema de ensino.

Agora, a mais nova revolução na educação finlandesa consiste em abolir o tradicional ensino por disciplinas e substituí-lo pelo ensino através de tópicos.

Disciplinas como Literatura Inglesa e Física já foram eliminadas das turmas de alunos com 16 anos (que seriam do ensino médio aqui no Brasil) na capital Helsinque.

Em vez disso, os estudantes finlandeses estão aprendendo “fenômenos”, ou seja, vêem em uma única aula toda a aprendizagem englobada em economia, história, línguas e geografia, etc.

A ideia desse novo sistema visa evitar a maior angústia dos estudantes no mundo inteiro: “Qual o sentido de aprender isso? Em que esse aprendizado pode servir?”

Agora, cada matéria está ancorada à sua razão de ser aprendida.

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Helsinque, a capital da Finlândia. (Créditos: Viagem Fotos)

 

Mas o novo sistema é polêmico:

Para o desenvolvedor do projeto Pasi Silander, o mundo mudou muito com o desenvolvimento da tecnologia e a maioria dos antigos métodos de ensino do passado não possui mais nenhum propósito prático.

“Jovens usam computadores com tecnologia avançada diariamente. No passado, por exemplo, os bancos tinham diversos funcionários somando contas, mas agora isso não é mais necessário – tudo mudou”

Entretanto, muitos professores na Finlândia estão em oposição ao futuro modelo. Não é difícil entender seus motivos: a maioria desses professores ensinou apenas uma disciplina durante toda a sua carreira, e com esse tipo de sistema eles seriam forçados a trabalhar de forma colaborativa e interagir de maneiras totalmente diferentes do usual, a fim de criar um novo currículo juntos.

Marjo Kyllonen, gestora de educação de Helsinque e principal responsável pela reforma do sistema na capital, considera esse novo modelo como um “co-ensino”.

Kyllonen afirma que as escolas que estão ensinando da forma antiquada:

“O ensino que era benéfico no começo dos anos de 1900 não é o mesmo que se ajusta às necessidades do século XXI.”

O novo sistema já está sendo testado na capital, mas ela afirma que a intenção dos responsáveis é tornar o sistema vigente em todo o país até o ano de 2020.

Será que os outros países do mundo também vão seguir os passos da Finlândia? E você, concorda com esse novo conceito educacional?

Como engajar alunos distraídos em 3 passos

Créditos da imagem: Fotolia

Indisciplina. Faltas. Desinteresse. Conversas paralelas. Essas características são recorrentes nas suas turmas?

Se a resposta for sim, fica claro que é preciso mudar alguma coisa nesse cenário.

Geralmente os alunos que passam pelas situações acima são alunos distraídos, que já carregam esse problema em outras esferas da vida. Basta um pássaro pousar na janela que a aula inteira já foi arruinada para ele.

Mas é possível fazer esses alunos participarem ativamente das aulas  – e não é difícil.

Primeiro, vamos identificar algumas coisas:

  • Será que o problema está apenas no conteúdo?
  • O que você pode estar fazendo errado?

O problema não reside no conteúdo, mas na abordagem. É possível fazer os alunos distraídos se sentirem estimulados com qualquer conteúdo se este for abordado de maneira assertiva, lúdica e interessante.

A chave aqui é captar a atenção e o interesse. E talvez seja aí que a maioria dos professores peca.

Créditos: naturallyhealthyparenting.com

Créditos: naturallyhealthyparenting.com

A questão é que essas situações são comuns, mas fáceis de resolver. Ainda assim, pouca gente sabe sair do famoso “feijão com arroz” nas salas de aula.

Com o guia abaixo, iremos simplificar em alguns passos como você pode engajar os alunos distraídos usando tecnologia:

Os 3 passos para engajar alunos distraídos

Créditos: Annie Tritt for The New York Times

Créditos: Annie Tritt for The New York Times

1) Criar aulas atrativas

Eu tenho certeza que todo professor cria sua aula com carinho e esmero. O problema é que muitos não percebem que os alunos dessa geração se distraem muito mais facilmente devido ao grande número de estímulos advindos do século XXI.

Alunos dessa geração são empurrados para diversas atividades extracurriculares para “ocuparem seu tempo”, não brincam mais na rua e não têm o que fazer em casa. Essa realidade nova (e não necessariamente boa) deve ser pensada na hora de criar as aulas.

Mas o que atrai essa nova leva de estudantes?

Pesquisadores da Uneb investigaram que jogos e videogames são algumas das ferramentas mais atrativas para crianças distraídas e outros garantem que não há oposição entre videogames e aprendizado. O necessário é usá-los de forma correta, pois aprender demanda concentração, tempo e paciência.

As crianças encaram jogos como desafios e apresentam muito interesse em vencê-los. E a medida que ela joga, o interesse vai se convertendo para o conteúdo, o aprendizado e para a proposta pedagógica.

2) Enfatizar a importância das regras

Como citado anteriormente, aprender demanda concentração, tempo e paciência. É o que diz a pesquisadora Angela McFarlane, da Universidade de Bristol (Grã-Bretanha). Ela faz uma analogia com chocolate e brócolis:

Para muitas crianças, aprender é ruim como comer brócolis e jogar é bom como comer chocolate. Mas cobrir o brócolis de chocolate para torná-lo mais atrativo não é a solução, pois elas não vão comer (aprender) do mesmo jeito.

Ou seja, os jogos devem ser planejados para focar no aprendizado e não no entretenimento.

E isso é ainda mais importante tratando-se de crianças indisciplinadas, que não possuem limites e precisam aprender a obedecer as regras.

Uma dica é usar os próprios jogos para transmitir noções de importância sobre as regras. Esse conceito é aprendido enquanto se joga, pois sem seguir as regras os alunos não poderão enfrentar o desafio. O segredo é mostrar que isso se aplica à outras esferas da vida também.

3) Utilizar movimentos a favor da aula

Jovens carregam muita energia, quase sempre acumulada. E quando são distraídos ou indisciplinados, dificilmente param quietos em suas cadeiras. Costumam correr pela sala e conversar com outros alunos.

Essa energia em demasia pode ser um fator distrativo, mas também pode ser trabalhada contra ele.

A energia pode cair como uma luva na hora dos jogos pedagógicos. Levá-las para uma aula ao ar livre ou criar um jogo que demande o movimento delas, como levantar e ir para o quadro escrever algo ou realizar uma mímica são algumas das estratégias possíveis.

Até em jogos digitais a energia é descarregada, uma vez que elas estão trabalhando o cérebro de formas diferentes do habitual – logo, gastarão mais energia resolvendo aqueles desafios.

O professor mexer-se junto pela sala enquanto dá aula também é importante. Um professor estático no canto da sala não chama tanta atenção como um professor que está transitando entre as cadeiras, pois o cérebro dos estudantes é rápido e vai querer acompanhar a agilidade dos movimentos.

Como você lida com a distração de seus alunos?

Compartilhe conosco suas experiências abaixo!

 

Capacitação online é alternativa diferencial para professores

Créditos da imagem: GettingSmart.com

Há, em cada profissional da educação, uma vontade de gerar mudanças impactantes na sala de aula, uma sede de inovação. O problema é que muitas vezes essa vontade se perde no tempo ora pela falta de recursos, ora pela falta de habilidades. O que fazer? Há uma tendência crescente na internet que pode contribuir para ampliar os horizontes das salas de aula e o conhecimento dos professores – os cursos online gratuitos.

Também conhecidos como MOOCs, que em inglês significa “Massive Open Online Courses” (Cursos Online Abertos e Massivos, em português), esses cursos são abertos via web, por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), ferramentas da Web 2.0 ou Redes Sociais.

Grandes universidades brasileiras já oferecem esses cursos, que através da tecnologia agrega diversas vantagens aos profissionais que não têm muito tempo, mas têm muita vontade de aprender: são grátis, não exigem vestibular e nem mobilidade em meio ao caos do cotidiano, visto que é possível estudar em casa – evitando perda de tempo, trânsito e desgaste.

Além disso, a escola ainda sai ganhando – com professores cada vez mais qualificados, as aulas ficam melhores e os alunos aprendem mais, deixando pais satisfeitos e produzindo rendimento e resultados à longo prazo. Confira abaixo algumas opções interessantes para professores aprimorarem suas habilidades e currículos, impactando ainda mais o aprendizado dos alunos:

Na USP:

Através da plataforma Veduca, os docentes podem ampliar seus conhecimentos nas seguintes áreas:

  • Fundamentos da administração
  • Escrita Científica
  • Ética
  • Eletromagnetismo
  • Ciência Política
  • Física Básica
  • Probabilidade Estatística

Na FVG:

  • Sociologia e Filosofia para docentes do Ensino Médio
  • Sustentabilidade para os professores do Ensino Fundamental
  • Inovação e Empreendedorismo

UnB:

  • Os docentes da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias podem inovar na sala de aula com o curso de Bioenergética, que explica os fênomenos do organismo vivo.

UFMG:

  • Para fortalecer o ensino inclusivo, é interessante para os docentes conferirem a plataforma Dislexia Brasil, que oferece conhecimentos sobre o assunto e dá dicas de como trabalhar com alunos disléxicos em sala de aula.

Unisinos:

  • Para professores que visam a criação de turmas inclusivas em suas escolas ou estão se preparando para vagas em uma escola com alunos com necessidades especiais, a Unisinos oferece o curso de iniciação de libras. Há, também voltado para docentes, o curso de como fazer um jornal em sala de aula junto com os alunos.

Unesp:

  • Através da plataforma Unesp Aberta, é possível acessar 70 cursos disponibilizados online, divididos em biológicas, exatas e humanas. Para os professores, é interessante conferir os cursos sobre didática e aprendizagem, disponíveis para diversas disciplinas, desde geografia à língua portuguesa.

Unicamp:

A universidade oferece minicursos especialmente para aqueles que querem aprimorar ainda mais o uso da tecnologia, ensinando técnicas como:

  • CSS (Cascading Style Sheets)
  • HTML ilustrado
  • Tecnologia XML.

Para acessar os links dos cursos aqui citados, acesse este link. No mundo da educação, não há hora para deixar de aprender. Você já fez um curso online? Conte sua experiência para nós!

Estudantes camponesas inovam com material reciclável na Bolívia

Créditos da imagem: facebook.com/internetdotorg

Semana passada, na Bolívia, duas meninas camponesas conquistaram o primeiro lugar na 4ª Olimpíada Científica Nacional, na categoria de Robótica, por inovarem com a criação de um braço hidráulico feito com material reciclável. O prêmio, que conta com mais categorias como biologia, matemática e informática, foi criado há 4 anos pelo governo plurinacional da Bolívia, a fim de incentivar o uso da tecnologia na educação de crianças e adolescentes.

O projeto vencedor nasceu quando as alunas do sexto ano Esmeralda Quispe e Eirika Mamani, de 12 e 11 anos respectivamente, observaram como funcionava a retroescavadora do campo e assimilaram seu funcionamento com o aprendizado adquirido sobre o funcionamento dos músculos do corpo humano nas aulas de ciências. Com a ajuda do professor da escola, conseguiram descobrir quais seriam os materiais ideais para o funcionamento da peça, que anteriormente seria feita com cartões e fibras.

Construído em três semanas, o braço funciona com água e conta com 19 peças de material reciclável, entre eles madeira, latas, seringas e tubos de soro. O aparato pode simular movimentos tais como esquerda, direita, pra cima e para baixo, abrir e fechar. A escola das meninas, a Unidad Educativa Franz Tamayo, possui apenas 100 alunos e pertence ao pequeno povoado ribeirinho de Ancoraimes, que fica há três horas da cidade de La Paz, capital da Bolívia. Mesmo pequena, agora a instituição ostenta uma medalha nacional.

A conquista de Esmeralda e Eirika viralizou nas redes sociais, mas elas não sabem disso – no povoado em que vivem, não há acesso à internet. Aparentemente isso não as impediu de finalizar o projeto com esmero. Essa história prova que, unida com a educação, a tecnologia pode ser inclusiva – mudando vidas, dando esperanças de um futuro melhor e estimulando a busca por novos horizontes nos jovens, independente do lugar de onde eles vêm.

A sua escola também está construindo novas oportunidades para os alunos?

Fonte: TeleSUR