por Americo N. Amorim | abr 28, 2015 | Geral
Hoje, 28 de abril, é 0 dia da educação!
Para homenagear a data e todos os educadores, o movimento Todos Pela Educação criou a iniciativa “5 Atitudes Pela Educação”, que visa apoiar e incentivar a população brasileira a acompanhar de perto a Educação e a ajudar crianças e jovens a aprender cada vez mais, por toda a vida.
Através do engajamento de todos, tanto por ações cotidianas quanto por valores colocados em prática, a iniciativa busca contribuir para a missão do movimento Todos Pela Educação, que é assegurar a todas as crianças e jovens do Brasil uma educação básica de qualidade até o ano de 2022 – bicentenário da independência do Brasil.
FOCO
O foco das 5 Atitudes são os alunos, mas essa iniciativa visa também envolver a família, a escola e a comunidade no processo de corresponsabilização, devido à participação direta ou indireta desses lugares e pessoas no dia a dia das crianças e jovens. Descubra abaixo quais são as atitudes e como podemos colocá-las em prática:
5 Atitudes pela Educação Segundo o Movimento TPE
1. Valorizar os professores, a aprendizagem e o conhecimento
Hoje já sabemos que é importante que as crianças e os jovens estejam na escola, mas é preciso que passemos a acompanhar o que eles aprendem, que valorizemos cada vez mais o conhecimento.
E não há como promover o conhecimento e a aprendizagem sem valorizar o professor.
2. Promover as habilidades importantes para a vida e para a escola
É importante trabalhar para que nossas crianças e jovens desenvolvam habilidades fundamentais em todas as esferas da vida, especialmente na escola.
Responsabilidade, criatividade, persistência, concentração, disciplina, comunicação e trabalho em equipe são habilidades que podem ser desenvolvidas ao longo da vida escolar e no convívio social. Se estimuladas desde cedo, têm maior probabilidade de ser incorporadas e praticadas no dia a dia.
3. Colocar a educação escolar no dia a dia
Para que a Educação seja uma prioridade nacional, é preciso que ela faça parte do dia a dia da sociedade, que seja incorporada como um valor.
O que se espera é que as famílias e a comunidades próximas, independentemente da escolaridade e da localidade onde estão inseridas, consigam ajudar as crianças e os jovens a entender a Educação como parte fundamental do desenvolvimento integral.
4. Apoiar o projeto de vida e o protagonismo dos alunos
O que os jovens brasileiros querem para o próprio futuro? Como ajudá-los a abrir portas para ele?
O objetivo dessa atitude é ajudar a sociedade a cuidar do projeto de vida dos adolescentes e estimular o protagonismo juvenil, promovendo a ideia de que todos são capazes de se desenvolver plenamente por meio da Educação, como cidadãos e como profissionais.
5. Ampliar o repertório cultural e esportivo das crianças e dos jovens
Diversos estudos mostram que parte do impacto negativo do baixo nível socioeconômico na aprendizagem das crianças é decorrente da falta de exposição a situações culturais e de formação de repertório que ajudem a compreender o mundo e o que é ensinado na escola.
O propósito dessa atitude é ajudar a família e a comunidade a buscar e aproveitar atividades e espaços que possam ampliar o repertório cultural e esportivo das crianças e jovens, contribuindo assim para a ampliação da sua formação cidadã – através de aulas de música, capoeira, leitura, etc.
No site da iniciativa você pode conhecer histórias de quem vem colocando as 5 Atitudes em prática e descobrir mais dicas de como exercitá-las, seja você educador, familiar ou membro comunitário 🙂
Que outra atitude você adicionaria à lista do Movimento Todos Pela Educação? Comente!
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | abr 14, 2015 | Geral
Organizar os pensamentos parece uma tarefa difícil num mundo onde somos estimulados freneticamente ao longo do dia por fatores externos e, ao mesmo tempo, nosso cérebro opera ínumeras sinapses.
Com alunos e professores, a organização é, além de difícil, necessária, devido à demanda de conteúdos necessários para aprender . A falta de um meio que organize nossos pensamentos e ideias pode nos levar ao estresse, confusão mental e fracasso no aprendizado.
Uma alternativa para driblar a desorganização mental é utilizando mapas mentais, para que você e seus alunos possam atingir todo o seu potencial na absorção de conteúdos.
Mas primeiro: o que são mapas mentais?
Créditos: Thais Godinho (VidaOrganizada.com)
Em meados de 1970, o psicólogo inglês Tony Buzan criou os Mapas Mentais (Mind Maps) para facilitar a aprendizagem e memorização por meio do encadeamento não-linear de informações, motivado pela necessidade de aprender de outra forma que não fosse a tradicional organização por meio de anotações linha por linha.
Um mapa mental é um diagrama elaborado para representar ideias, tarefas ou outros conceitos que se encontram relacionados com uma palavra-chave ou uma ideia central através de linhas, relacionando as informações em seu redor.
Sua função, além de uma melhor organização de ideias, é visualizá-las e classificá-las melhor, ajudando o indivíduo a tomar decisões, estudar e escrever melhor.
Benefícios e vantagens do mapa mental
De acordo com o coach Flavio Souza, existem mais de 20 vantagens na utilização de mapas mentais, que você pode conferir aqui. No nosso post, vamos destacar os principais benefícios para alunos e professores:
1. Redução significativa do volume físico de papel relativo a notas e material de estudo.
2. Redução significativa do tempo de planejamento, elaboração e revisão de tarefas escritas e preparação de apresentações.
3. Facilidade para reestruturar qualquer grupo de informação interligada.
4. Em geral, possibilitam um aumento da produtividade e da competência.
1. Facilitam a memorização e a lembrança por serem organizados, conter imagens e somente idéias essenciais.
2. Desenvolvem a busca e a percepção de múltiplos aspectos do um assunto ou situação.
3. Estimulam a visão de uma ideia em um contexto mais amplo, ao invés de isolada, proporcionando uma compreensão mais abrangente.
Benefícios para times, grupos e turmas:
1. Facilitam a coordenação dos integrantes por meio de melhor e mais fácil divisão de tarefas, aumentando a probabilidade de que as metas do grupo sejam atingidas.
2. Facilitam a comunicação em grupos, dando um foco de concordância ou divergência e colocando todas as contribuições em um contexto.
3. Facilitam o compartilhamento de conhecimento, pela distribuição de mapas mentais.
Agora que você já sabe o que é um mapa mental, como ele foi criado e quais são seus benefícios, veja 5 plataformas de mapas mentais disponíveis online, para os alunos estudarem pelo computador e tablet e para os professores utilizarem nas salas de aula:
Ferramentas digitais para criar mapas mentais
O MindMup é altamente simples e possui inúmeras formas de compartilhamento e publicação de mapas. Seu visual clean permite que os mapas deslizem pela tela e a plataforma pode ser agregada às ferramentas do Google Drive, podendo também contar com a colaboração de várias pessoas em um só mapa. O serviço é gratuito. Pode ser acessado em iPads e computadores.
O ExamTime possui um visual limpo, gratuito e fácil de manusear. Pode ser acessado em tablets, celulares e computadores, além de possuir uma variedade de cores e a possibilidade de ser inserido em sites e blogs e convertido em PDF.
O Coggle divide por cores a cadeia hierárquica de informações, além de permitir que colaboradores acessem um mesmo mapa para trabalharem juntos. Como diferencial, o Coggle permite que o usuário adicione imagens em seus mapas e disponibiliza um histórico de alterações, possibilitando o rastreamento nas mudanças ocorridas durante a feitura do mapa.
Wise Mapping é simples e rápido, garantindo um manejo fácil na hora de criar os mapas no site. É fácil de publicar onde você quiser e possui inúmeras formas de compartilhamento, facilitando a disseminação do conhecimento para várias pessoas ao redor do mundo.
Mindomo é um app que cria mapas mentais de forma personalizada, em português e possui versões grátis e pacotes pagos. Pode ser acessado em todas as plataformas: Linux, Windows, Mac, Ipads, Tablets e celulares com sistema Andoid.
3 dicas de como usar mapas mentais na sala de aula:
Revisões
Um mapa mental ligando os conhecimentos pode servir como uma ótima revisão dos temas tratados em sala de aula, pois relembra as palavras-chaves do conteúdo e reforça os pontos mais importantes ligados à elas.
Atividades extras
Explore a vontade de saber com uma atividade extra, valendo pontos ou não, onde o aluno vai criar seu próprio mapa mental para provar o que aprendeu naquela aula. Pode acontecer também uma competição, onde quem fez o mapa mais elaborado é o vencedor.
Aguçando a criatividade
Numa sala de aula nova, você pode pedir que os alunos criem mapas onde as palavras chaves são os seus interesses com aquela disciplina. O que ele espera aprender? Como quer aprender? Permita que eles abusem de cores e desenhos para a criatividade aflorar ainda mais.
E você, está pronto para utilizar mapas mentais na sua sala de aula?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | abr 10, 2015 | Geral
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) estabeleceu seis metas de educação há 15 anos, para serem batidas de 2000 à 2015.
As metas foram estabelecidas em 2000 na Cúpula Mundial de Educação, em Dakar, no Senegal. Com 164 países, a cúpula tinha como objetivo global que todos esses pudessem chegar a 2015 tendo cumprido as seis metas abaixo:
META 1 – Primeira Infância
META 2 – Educação Primária
META 3 – Jovens e Adultos
META 4 – Analfabetismo
META 5 – Meninos e Meninas
META 6 – Educação de Qualidade
Mas, segundo o G1, apenas um terço dos países alcançou todas, e de acordo com o relatório emitido pela própria Unesco, o Brasil obteve resultados em somente duas metas – a segunda, Educação Primária, que por definição visava alcançar a educação primária universal, particularmente para meninas, minorias étnicas e crianças marginalizadas, e a quinta, Meninos e Meninas, cuja intenção era alcançar a paridade e a igualdade de gênero nas escolas.
Nesse contexto, fica claro que algumas metas poderiam ser solucionadas com a ajuda da tecnologia.
Antes de julgar a tecnologia algo “extra” para a educação, o Ministério da Educação deveria alinhá-la ao básico no ensino, por diversos motivos, como engajamento, motivação e resultados, como podemos conferir ao longo do post abaixo:
Analisando possíveis soluções tecnológicas para as 4 metas da Unesco não realizadas no Brasil
META 1 – PRIMEIRA INFÂNCIA
Definição: Expandir a educação e os cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis. Entre os países, 47% alcançaram o objetivo e outros 80% quase conseguiram. Apesar do Inep ter contestado, pois o número de creches públicas no país aumentou ostensivamente, o Brasil não atingiu a meta segundo a Unesco.
Como a tecnologia ajudaria: Para que essa meta seja batida, é preciso que bons líderes e profissionais de educação elaborem soluções para a primeira infância, pois a fase é crucial e decisiva no que diz respeito a capacidade de aprendizagem que as crianças carregam para os resto de suas vidas.
Para capacitar e engajar formuladores de políticas públicas e representantes da sociedade civil em um diálogo a respeito do tema, existem cursos com modalidade à distância que o governo poderia bancar aos interessados, como o Curso de Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância, oferecido pelo Núcleo Ciência Pela infância.
Ele acontece em dois módulos presenciais, com um momento a distância entre esses. Durante esse período, os participantes trabalham divididos em pequenos grupos para desenvolver e refinar Planos de Ação de promoção do desenvolvimento infantil completamente online, supervisionados por uma equipe técnica de especialistas e facilitadas por ferramentas digitais de conferências e sessões regulares de supervisão para os grupos.
META 3 – JOVENS E ADULTOS
Definição: Garantir acesso igualitário de jovens e adultos à aprendizagem e a habilidades para a vida. Unesco diz que 46% dos países atingiram. O Brasil não.
Como a tecnologia ajudaria: A maioria dos adultos e jovens trabalha durante o dia para poder estudar à noite. Muitos deles ajudam financeiramente seus lares, pagam a faculdade e possuem inúmeras responsabilidades ao longo do dia. No meio de tantas obrigações, ainda há o transporte público precário e os problemas de locomoção enfrentados nas pequenas e grandes cidades. Todas essas dificuldades desestimulam o jovem e o adulto à continuar estudando, o que gera evasão. Como resolver esse problema? Agregar o ensino blended no país (ou seja, parte online, parte presencial) e investir mais nos cursos EAD (Ensino à Distância), atitudes que poupariam o tempo do estudante, garantindo maior qualidade de vida.
Saiba mais sobre educação blended (ainda inexistente no país) neste artigo do Estadão.
META 4 – ANALFABETISMO
Definição: Alcançar uma redução de 50% nos níveis de analfabetismo de adultos até 2015. Apenas 25% dos países atingiram.
Como a tecnologia ajudaria: A solução estaria em integrar atividades multimídia para ajudar no processo de alfabetização, como infográficos, animações, jogos e quadros interativos. Trazer para o adulto analfabeto uma nova realidade na sala de aula pode estimulá-lo a buscar o conhecimento.
Saiba mais:
META 6 – EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Definição: Melhorar a qualidade de educação e garantir resultados mensuráveis de aprendizagem para todos. De acordo com o relatório, faltam 4 milhões de professores no mundo.
Como a tecnologia ajudaria: A resposta para solucionar esta meta está na própria Unesco, que desenvolveu um guia online, de acesso gratuito, com 13 convincentes motivos para adotar a tecnologia móvel como linha auxiliar na sala de aula.
A Unesco diz acreditar que os celulares podem expandir e enriquecer as oportunidades de aprendizado em diferentes cenários, visto que várias experiências ditas no guia evidenciam que, assim como tablets, celulares estão favorecendo as habilidades cognitivas de educadores e alunos ao redor do mundo.
Confira os 13 bons motivos para usar tecnologia móvel na educação, segundo a Unesco e o guia oficial na íntegra, em inglês.
E você, como vem mudando a educação no país? 🙂
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | abr 9, 2015 | Geral
O acadêmico finlandês Pasi Sahlberg escreveu o livro Finnish Lessons 2.0: O que o mundo pode aprender com a mudança educacional na Finlândia? em 2013, onde, entre muitas lições, contou uma em particular para o jornal The Guardian, sobre como são formados os professores em seu país.
De acordo com o OECD (Organização para Economia Cooperativa e Desenvolvimento), os rankings educacionais da Finlândia configuram o topo das pesquisas mundiais sobre aprendizado.
Isso nos leva a imaginar que o principal catalisador desses resultados são os professores bem preparados. E são. É muito difícil ser um professor na Finlândia e as vagas nas Universidades são muito concorridas. Apenas um a cada dez concorrentes é aceito por ano. Os escolhidos precisam ainda estudar cinco ou seis anos antes de lecionarem em salas de aula.
O caso contado por Sahlberg foi de sua sobrinha, que mesmo com notas exemplares e um currículo escolar impecável não conseguiu entrar na Universidade da capital Helsinque, para ser uma professora do pré-escolar como sonhava.
Você deve estar pensando que ela não entrou devido ao alto número de concorrentes para uma vaga, e que talvez ela deveria ter estudado mais para ter melhores notas e ser aprovada. Errado.
Campus da Universidade de Helsinque, capital da Finlândia (Créditos: John Welsh/Wikipedia)
A sobrinha do Sahlberg foi recusada na universidade, assim como muitos outros estudantes finlandeses, não por ser academicamente insuficiente, mas por não estar capacitada naquele momento em outras competências. Não entendeu? Vamos aos fatos:
O teste para entrar nas universidades de licenciatura na Finlândia possuem duas fases: todos devem fazer o teste escrito, nacional. Os que obtiverem melhores resultados ali são convidados para a segunda fase, onde a universidade aplica um teste de aptidão específico. E é aí que está o segredo.
O sistema educacional finlandês tem consciência de que apenas ir bem academicamente e ter boas notas não forma exatamente os melhores professores. As habilidades devem transpassar a teoria.
Basta olhar o perfil acadêmico dos calouros selecionados na Universidade de Helsinque: um quarto deles tinha notas consideradas “medianas” (entre 51 a 81 pontos numa escala de 0 a 100).
“Se os educadores das universidades da Finlândia pensassem que a qualidade de um professor está correlacionada apenas com as habilidades acadêmicas, eles teriam admitido minha sobrinha e muitos outros que, iguais a ela, tinham um desempenho superior no ensino médio”, afirma Pasi Sahlberg.
De fato, a Universidade de Helsinque poderia ter escolhido os futuros universitários com melhores notas, mas não o fazem pois acreditam que o potencial de um bom professor está escondido em de diversos tipos de alunos.
Jovens atletas, músicos e líderes de grupos da juventude, por exemplo, nem sempre têm as melhores notas, mas têm características inerentes à bons professores: liderança, energia, habilidades manuais e tecnológicas. Todas essas habilidades ajudam na didática, pois não adianta deter conhecimento se não há como repassá-lo.
O que a Finlândia mostra é que mais importante do que colocar os mais “inteligentes” (de acordo com notas acadêmicas) nas universidades é pensar em uma formação que aproveite o melhor talento de cada jovem – a paixão por ensinar (e a didática) conta mais que as habilidades acadêmicas.
Segundo Sahlberg, na Inglaterra e nos Estados Unidos ainda se acredita que as melhores notas formam os melhores professores, e que a qualidade do ofício é proporcional ao desempenho acadêmico dos futuros mestres. Para ele, isso são mitos que devem ser evitados na hora de reformar a educação mundial.
Ele ainda afirma que um passo à frente seria admitir que os melhores estudantes nem sempre são os melhores professores:
“Sistemas educacionais de sucesso devem se preocupar em encontrar as pessoas certas para seguir a carreira de professor”
Você concorda com o educador finlandês?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
por Americo N. Amorim | abr 8, 2015 | Geral
Você com certeza já viu esse tipo de profissional:
Um professor ou professora inteligentíssimos, com um particular talento intelectual, diversos cursos no currículo, mestrado, doutorado e até PhD. Não é segredo para ninguém que aquela pessoa não apenas sabe muito, mas que domina um vasto conhecimento na sua área.
Só que, chegando na sala de aula, ela se comunica mal, não consegue se expressar e tão pouco transferir o conhecimento. A linguagem corporal é nula, as falas são incompreensivas. Tecnologia? nem pensar. No máximo alguns slides enormes num datashow que levou quarenta minutos para ser montado.
Isso prova que é essencial para os educadores dominar não apenas o conteúdo, mas a habilidade de passá-lo adiante de forma efetiva.
Para auxiliar os professores nessa missão, hoje vamos mostrar como o ocorre processo de aprendizado, com 6 fatos que o professor precisa saber à respeito de como seus alunos aprendem:
1. Alunos aprendem melhor através de múltiplos ângulos
Apesar de parecer óbvio na teoria, na prática poucas escolas e professores adaptam o ensino para atingir todos os tipos de aluno.
Alguns alunos aprendem melhor com estímulos visuais multimídia, outros escutando exemplos e histórias. É preciso ajustar as formas de ensino para que todos sejam contemplados – tendo isso em mente, o professor já consegue desenvolver atividades mais variadas, tanto no método como no nível de dificuldade.
2. A melhor forma de fixar informação é reforçando-a
E a melhor forma de reforçar a informação é repassando-a de formas diferentes, em momentos diferentes.
Usar, além dos tradicionais exercícios, mapas, esquemas ou painéis, depois músicas, e em outro momento jogos e filmes ajuda a manter a informação ativa em várias áreas do cérebro.
3. Use a interdisciplinaridade
Em vez de separar as matérias, por que não usar uma para contribuir com a outra? Mesclar o aprendizado torna tudo mais divertido e engajador, além de reforçar e memorizar o que está sendo aprendido em cada matéria simultaneamente.
Por exemplo: Se o conteúdo em história é a história do Antigo Egito, é possível incorporar isso à linguística, falando de hieróglifos ou propondo uma redação sobre qual monumento egípcio é mais interessante.
4. Ensine sobre o próprio processo de aprendizado
O próprio conceito de aprendizado é algo abstrato.
Ajudando seus alunos a arte de aprender, as técnicas necessárias para um bom aprendizado, assim como explorar os diferentes estilos de aprendizagem, você estará empoderando-os nesse processo. Quando um tópico ou assunto for mais difícil ou invasivo, o estudante que entende como aprender vai ter mais paciência para encarar o desafio.
Uma dica interessante é esta história em quadrinhos que ensina formas de evitar a procrastinação: “Uma longa noite aprendendo: como Sofia aprendeu a aprender melhor“.
Outras técnicas são:
- Memorização
- Análise de fatos e processos
- Entendendo a realidade
5. Crie espaços
Essa é uma sugestão psicológica e logística – criatividade é o berço do aprendizado, onde um estudante pode semear pensamentos, ideias, problemas e fazer conexões entre conceitos.
A criatividade depende da ativação do lado direito do cérebro, e determinados espaços são oportunos para a criatividade aflorar.
Dê aos estudantes um espaço para se alongar, se mover, observar o ambiente e as janelas. Passeie pela sala, entre as cadeiras, para chamar a atenção deles.
6. Use tecnologia
Nunca antes na história da humanidade informações e conhecimento estiveram tão acessíveis. Com um toque no tablet ou no smartphone, um estudante pode conseguir respostas às questões que, antes, precisariam de uma ida à empoeirada sessão de enciclopédias na biblioteca.
Isso significa que memorizar não tem mais a mesma importância que um dia teve 100 anos atrás. Tradições orais e o hábito de passar a informação à frente verbalmente estão quase extintos.
Melhor do que resistir ao avanço da tecnologia é vê-la como a ferramenta perfeita de ir além com os estudantes, desde que eles não precisam desperdiçar tempo investigando informações que estão à um toque de distância.
Explore temas, encoraje a inovação. Você pode se inspirar com outros artigos à respeito:
O pedagogo Andrianes Pinantoan, autor da lista, afirma ainda que estimular a curiosidade também é uma forma de fazer o processo de aprendizado acontecer:
“Quando os alunos têm interesse em algo, seu aprendizado cresce. Eles têm mais foco, iniciativa, engajamento no material. Fazer com que eles pesquisem, investiguem e explorem suas curiosidades sobre conteúdos que gostam aumenta a motivação da sala de aula.”
E os seus alunos, como estão aprendendo?
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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