Três Desafios na Implantação de Tecnologias em Escolas

Nos últimos anos, métodos de ensino-aprendizado que beneficiam as particularidades e ritmos de cada aluno em detrimento ao tradicional ensino de massa têm sido desenvolvidos significativamente, proporcionados em especial pela aproximação entre tecnologia e educação no contexto escolar.

Mas apesar do número crescente de projetos implantados em salas de aula, ainda são poucos aqueles que de fato conseguem ser bem-sucedidos e propiciam transformações válidas ao processo educacional.

Isso acontece porque implementar um projeto de tecnologia nem sempre é tão simples, diversos são os fatores que devem ser analisados e verificados para o correto alinhamento dos objetivos pedagógicos de cada escola com as ferramentas digitais escolhidas por elas.

No livro “Os Três Segredos para Transformar sua Escola com Tecnologia” publicado recentemente por Giordano Cabral, professor do Centro de Informática da UFPE, em conjunto com Américo Amorim, mestre em Gestão de Tecnologia também pela Federal de Pernambuco; são relatadas as principais particularidades dessa tarefa.

A obra, direcionada especialmente a diretores e gestores educacionais, reúne as principais vantagens do uso de tecnologias, abarcando, entre outras pautas, as principais decisões envolvidas, um passo-a-passo para implementação e o detalhamento das principais dificuldades percebidas durante esse processo.

A seguir, baseado no conteúdo disposto no livro, você leitor poderá conhecer os três maiores desafios para implementação de tecnologias em escolas, compreendendo assim, as formas mais adequadas para dribla-los.

Desafio 1: Montar uma Infraestrutura adequada

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“Provavelmente, a primeira coisa que você deve ter pensado ao ler “infraestrutura” foi em computadores, tablets, lousa digital e internet. Sim, esses itens também devem ser levados em consideração e são os mais usados na hora de implantar a tecnologia educacional na sua escola. Agora, você já parou para pensar em instalações elétricas? Parece óbvio, não é? Mas, na verdade, é aí que os erros podem começar.” Pag.14

Tal como relatado no trecho é natural associarmos durante a implantação de um projeto tecnológico o termo infraestrutura apenas a compra de aparelhos eletrônicos. Esses recursos, porém, carecem de capacidades técnicas adequadas para uma correta instalação. Já imaginou uma sala de informática sem a quantidade de tomadas necessárias? Ou mesmo uma rede de internet que não propicia conectividade de qualidade aos seus usuários?

Embora essas decisões não pareçam em um primeiro momento tão óbvias para o sucesso do projeto, acabam se tornando uma grande dor-de-cabeça mais tarde, com o crescimento dos custos em medidas emergenciais.

É interessante, portanto, que gestores educacionais estejam atentos as capacidades de suporte tecnológico necessárias, de modo que o desenvolvimento dos projetos não seja atrapalhado por aspectos nesse âmbito.

Desafio 2: Qualificar os professores

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“Não estamos falando de qualificação no que diz respeito ao funcionamento de tecnologias como tablets e computadores. Não é sobre usar a tecnologia. A formação deve focar no que deve ser feito com essa tecnologia em sala de aula” Pag. 16

A maioria dos professores já está familiarizado com os mais variados tipos de tecnologia, é difícil encontrar hoje em dia profissionais que estejam completamente alheios aos uso desses aparelhos, ou não usufruam dos seus beneficios.

O que se propõe aqui, dessa forma, é uma capacitação direcionada, isto é, o correto alinhamento entre os interesses pedagógicos da escola e dos docentes com a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis, desfrutando dessas ferramentas da melhor forma possível.

Afinal, de nada adiantará um material de altíssima qualidade se sua condução em sala de aula não favorecer a exploração adequada das funcionalidades disponíveis. Para isso, professores precisam conhecer por antecedência os recursos digitais empregados, seja por meio de capacitações ou através de alguma estratégia de formação similar, garantindo que o planejamento da aula contemple a total potencialidade dessas ferramentas.

Desafio 3 : Escolha do Material digital

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“Infelizmente grande parte das editoras que oferece conteúdo digital faz apenas isso, transforma os livros físicos em versões PDF, o que não muda nada na apreensão do assunto, afinal ele só estará escrito em outra mídia (no tablet e não no papel). Conteúdo vai além disso, é preciso pensar nele como algo atrativo, flexível, de qualidade.” Pag. 17

A escolha do material digital, ademais os desafios já citados é um fator que demanda cuidado. Não significa apenas utilizar o material pedágogico tradicional em formato digital. Livro digital precisa e DEVE ser interativo. Do contrário será apenas uma replicação de material que poderia ser encontrado em formato físico e não promoverá nenhuma vantagem além de diminuir a quantidade peso na mochila do aluno.

Além disso, é necessário que esse material, tal como a capacitação dos professores, esteja dentro das propostas educacionais predefinidas pelas escolas e promova experiências que tornem o aprendizado mais dinâmico e contextualizado, oferecendo também feedback avaliativo.

As ferramentas digitais devem, por primazia, funcionar como entremeio comunicativo na troca de conhecimentos entre aluno e professor.

Ficou interessado no tema? Tenho uma boa notícia!

O livro estará disponível por R$ 59,90 nas melhores lojas do Brasil dentro de alguns dias. Até lá, você tem a chance de acessá-lo gratuitamente aqui.

Não sei por quanto tempo conseguiremos deixar essa oportunidade no ar – só até o livro entrar nas lojas. Por isso, se ficou interessado, sua chance é essa!

Três Estatísticas Alarmantes Sobre Sua Aula (E O Que Fazer a Respeito)

Melhorar o rendimento em sala de aula é um assunto de amplo interesse para educadores e professores.

É comum percebermos que a maioria das aulas não consegue manter os alunos interessados, ou não atingem o potencial esperado pelo professor.

Sem dúvida, uma boa pista é olhar para o tempo de interação professor-turma: se por qualquer motivo esse tempo é reduzido, as chances da aula ser prejudicada são altas.

Por esse ser um problema pertinente, há bastantes estudos e pesquisa feitas para entender quais fatores influenciam a qualidade das aulas.

Nem sempre é possível identificar exatamente o que está interferindo no processo de aprendizagem, mas alguns elementos podem ser condicionados para otimizar o tempo em sala.

Ao analisar estudos e pesquisas, separei os três números mais importantes para que você possa melhorar as aulas. A ideia é catalisar o processo de docência influenciando e alterando fatores que independem das particularidades de ensino (das características do professor ou da aula).

Pronto para descobrir as 3 estatísticas mais preocupantes sobre a sala de aula brasileira e o que você pode fazer a respeito?

1. +100h de aula são gastas em… nada

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Fazer chamada, apagar o quadro, distribuir ou recolher trabalhos e exercícios.

Parecem atividades simples certo? Bem tradicionais ao cotidiano de qualquer sala de aula.

Surpreendentente, segundo um estudo recém lançado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essas atividades rotineiras ocasionam a perda de 13% do tempo de aula.

Em um ano, a perda acumulada por simples aspectos ligados ao gerenciamento organizacional de ensino passa de 100h.

Apesar de parecer um número bastante elevado, é só imaginarmos, por exemplo, uma turma com 50 alunos, e o tempo desperdiçado pelo professor para marcar na caderneta a frequência ou ausência de cada um deles.

Sabemos que nem sempre é possível eliminar facilmente de atividades burocráticas, elas acabam sendo inevitáveis em determinadas situações, podendo ser minimizadas com um planejamento apropriado.

É fundamental, porém, que além de um bom preparo por parte do professor, a escola ofereça o suporte adequado aos docentes, garantindo uma estrutura escolar que acelere aspectos rotineiros.

2. Os professores passam um dia por semana pedindo silêncio

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Indisciplina e bagunça acabaram se tornando frequentes em sala de aula, casos de professores que perdem grande parte do tempo tentando controlar a turma se multiplicam de maneira preocupante no país.

E é fato comprovado por estudos: de acordo com relatório publicado esse ano também pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma pesquisa realizada entre 33 países sobre o rendimento dos alunos, apontou o Brasil como o número um do ranking em desperdício de tempo com bagunça em sala de aula.

Com cerca de 20% do tempo de aula dedicado a por a classe em ordem. O número elevado, ganha ainda maior dimensão quando somado ao tempo perdido com burocracia.

Diminuir as conversas em sala, ou mesmo maximizar atenção do aluno, são tarefas complicadas, que exigem bastante dos professores. A melhor maneira de lidar com esses fatores é através da construção um sensível, porém importante, canal de relacionamento eficaz com os alunos.

O que os interessa? De que forma esses interesses podem ser aliados as táticas de ensino?

A interatividade entre docentes e discentes precisa ser trabalhada e adaptada constantemente.

Além disso, a construção de uma cultura escolar que incentive o desenvolvimento de projetos e atividades, participação do pais ou responsáveis, troca de conhecimentos entre alunos e/ou entre salas, e estímulo ao feedback, moldam-se essenciais para a melhoria do aprendizado dos alunos.

3. Brasileiros perdem 3x mais tempo copiando conteúdo do que o país referência da América Latina

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Tanto no momento da alfabetização, quanto nas série mais avançadas é comum observarmos a utilização da cópia no processo de aprendizagem.

Enquanto para o menores a atividade acaba sendo utilizada pela repetição constante de determinadas palavras ou exercitação mecânica para memorização ou treino ortográfico.

Entre os alunos mais velhos a prática geralmente acontece pela replicação de atividades dos livros didáticos, ou transcrição de conteúdo disponibilizado pelo professor unicamente através da escrita no quadro, sem possibilidade de material de apoio disponível.

A tática, entretanto, acaba sendo bastante questionada por pesquisadores da área. Buscando compreender porque estudantes cubanos geralmente obtinham desempenhos melhores quando comparados a outros da América Latina, um economista americano realizou um estudo entre 36 escolas de Cuba, Chile e Brasil.

Entre os resultados, uma das conclusões do estudo verificou que o tempo de cópia em território nacional é o triplo do que o registrado nas salas de aula cubanas, colocando em cheque a utilização desse método.

É interessante observamos, portanto, que a utilização pedagógica da cópia só deve acontecer quando seu propósito resultar, de fato, na aprendizagem do aluno.

No caso dos alunos mais novos, se a tática favorece o desempenho de escrita e leitura, não se tratando apenas de uma transcrição vazia para preenchimento de tempo, ela pode acontecer sem grandes problemáticas.

No caso dos estudantes mais velhos, porém, o processo de cópia geralmente está ligado apenas a falta de material de suporte adequado, e interfere no tempo dedicado pelo professor a transmissão de fato dos conhecimentos da matéria.

Nessa hipótese, a melhor saída é o desenvolvimento de material pedagógico que otimize a construção do conhecimento em sala.

Há um jeito integrado de corrigir os problemas mais comuns com a sala de aula brasileira?

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Driblar os aspectos descritos são tarefa cotidiana. Mudanças e inclusão de novos processos devem ser incorporadas pouco a pouco, incrementando o processo educacional e adaptando-se a realidade de cada escola.

Ademais às alternativas citadas, hoje em dia a tecnologia consegue aprimorar de maneira bastante satisfatória o processo educacional, e nos casos descritos acima, poderia ser determinante para o sucesso dos professores em sala de aula.

Aspectos burocráticos conseguem ser acelerados facilmente por ela, com chamadas eletrônicas e automáticas, ou envio e recolhimento de atividades ocorrendo virtualmente.

A utilização de material de apoio interativo, por sua vez, poderia aumentar bastante o interesse e disposição dos alunos, reduzindo a bagunça e desatenção, além de erradicar drasticamente a cópia pela cópia.

Aliás, isto já é unanimidade entre os professores: soluções pedagógicas com um cunho tecnológico auxiliam, por reduzir o tempo gasto em planejamento de aula, em correção de atividades e aumentar o engajamento dos alunos.

A única ressalva dos professores, como mostrou uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann em parceria com a Instituto Paulo Montenegro e o Ibope Inteligência, é a necessidade de treinamento e capacitação no sistema pedagógico implantando.

Contudo, uma vez que treinados, cerca de 92% dos docentes vêem como algo positivo a disponibilização de materiais didáticos digitais de qualidade.

Para tanto, a escolha dos materiais, bem como suas formas de uso e aplicação precisam ser coordenadas e discutidas entre professores, coordenadores e diretores, de modo que sua inserção seja bem alocada e gere usufrutos positivos, alinhados aos objetivos pedagógicos e organizacionais da escola.

Onde podemos chegar se corrigirmos esses problemas?

Com o ensino de qualidade acontecendo livre de barreiras, e num cenário educacional promissor, é unanimidade a compreensão que os resultados são bastante positivos a curto e longo prazo.

O desenvolvimento da educação propicia, afinal, a redução significativa da diferença entre pobres e ricos, já que retira da marginalidade as classes sociais mais baixas.

A multiplicação de oportunidades fomenta, por sua vez, o desenvolvimento econômico: alterações significativas no sistema educacional do país promoveria ao Brasil multiplicar por 7 o valor do seu PIB.

Consegue imaginar esse cenário? Um país mais igualitário, justo e com mais oportunidades para todos? Isso está a nosso alcance.

Basta focarmos no que podemos melhorar: a educação!

Deputado Quer Levar a Educação Brasileira de Volta à Era da Pedra

Já se sabe que a educação brasileira é um grande desafio. Nós temos um país grande, rico e diverso, embora pouco disso tenha se refletido em nossa educação. O que vemos são problemas de infraestrutura, valorização insuficiente dos professores e uma falta de ação efetiva por parte dos governantes.

O caminho para mudar esse cenário é a criação de espaços de diálogo entre a população e os representantes políticos, para que possamos decidir em conjunto as prioridades e quais caminhos seguir. Infelizmente, não é assim que algumas autoridades pensam.

Sem discussão com a sociedade, sem levar em conta as pesquisas da área, saindo da inercia (típica do legislativo brasileiro em questões polêmicas) para a ação unilateral, o Deputado Alceu Moreira propôs um projeto de lei que pode jogar a educação brasileira, do estado precário em que se encontra, de volta à Idade de Pedra.

Antes de tudo, que projeto de lei é esse?

Camara de deputados - Brasil

Que a tecnologia se tornou algo universal não é mais novidade. Cada vez mais ela é parte de nossas vidas. A chegada da tecnologia na sala de aula e sua influência no aprendizado como um todo, portanto, não é uma surpresa.

Todos os anos, milhares de pesquisadores pelo mundo fazem estudos detalhados para nos ajudar a entender como melhor integrar a tecnologia à sala de aula, facilitando a vida dos professores e o aprendizado dos alunos.

Ignorando evidências sólidas e os estudos realizados nos centros de referência, um deputado quer aprovar uma lei que proíbe aparelhos eletrônicos portáteis na sala de aula. Simples assim.

O projeto de lei proposto pelo deputado Alceu Moreira é uma atualização de um projeto mais antigo, proposto em 2007 (PL 2246/07). Este sugeria a proibição de telefones celulares na sala de aula, enquanto que o novo expandiu a proibição para qualquer eletrônico portátil (o que inclui tablets).

Ao invés de abrir um espaço para debates, convidar a população e os estudiosos da área para conversar, o deputado simplesmente sugere tornar crime o uso de tecnologia na sala de aula. O que é uma ótima forma de andarmos para trás em termos de desenvolvimento, para a “idade da pedra”, num setor tão frágil quanto a Educação no Brasil.

Art. 1º Fica proibido o uso de aparelhos eletrônicos portáteis nas salas de aula dos estabelecimentos de educação básica e superior.

O texto já foi aprovado pela Comissão de Educação e Cultura, mas ainda está pendente para análise em outras duas comissões antes de ir à votação.

Parágrafo único. Serão admitidos, nas salas de aula de estabelecimentos de educação básica e superior, aparelhos eletrônicos portáteis, desde que inseridos no desenvolvimento de atividades didático pedagógicas e devidamente autorizados pelos docentes ou corpo gestor.

Um ponto que pode ter chamado sua atenção é o trecho final do parágrafo único acima, o qual abre uma exceção no caso de aulas planejadas.

“Então,  o projeto só fala da proibição de aparelhos fora do plano pedagógico. Se a escola decidir implantar um projeto com tablets, por exemplo, ela pode. O que há de errado nisso?”

O verdadeiro problema com a lei que proíbe tablets e celulares em salas de aula

O PL 104/15 justifica que a falta de atenção do aluno nas aulas é decorrente do uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos, por isso deve-se proibi-los.

Parece bem simples, certo? Se os alunos estão distraídos, então vamos proibir a fonte de distração.

O problema é que a educação não é um campo simples e direto assim; é complexa e cheia de nuances. Existem diversos fatores que distraem os alunos e a tecnologia, ao contrário do que afirma o ilustre deputado, já foi identificada em estudos como fator de engajamento dos alunos.

Sabe-se que é preciso uma melhor gerência da tecnologia na sala de aula, mas a simples proibição através de uma lei é o melhor caminho?

Pode ser que esse ambiente proibitivo deixe os estudantes e professores desconfortáveis, o que causará um impacto negativo na motivação e no aprendizado. Outra possibilidade, bastante provável, é afastarmos ainda mais os jovens de nossas escolas, aumentando a evasão escolar, que no Brasil gira em torno de 25% – terceira taxa mais alta do mundo de acordo com dados do PNUD.

O risco é alto e os benefícios não estão tão claros para que se justifique tomar uma decisão tão drástica como prega tal projeto de lei. O deputado em questão saberia disso se tivesse consultado especialistas qualificados na área ou se tivesse aberto um debate a respeito.

1. Celular na sala de aula pode dar cadeia?

Aqui fica claro como há um uso desproporcional de força legal para resolver um desafio pedagógico. Já imaginou se, cada vez que um estudante quebrasse uma regra na sala de aula, fosse preciso chamar a polícia militar para levar o aluno para a delegacia?

Não faz o menor sentido propor uma lei se não há forma prática de se coibir quem a desobedece. Aliás, isso pode ser um indício (como é, nesse caso) que a legislação foi feita sobre um assunto que deveria ser tratado de outra maneira.

2. E a autoridade do professor?

O professor, como mediador entre o estudante e a aprendizagem, sempre deteve a autoridade para utilizar os recursos didáticos necessários para sua aula. O docente procura formas de melhorar a aprendizagem e de manter os alunos atentos e interessados. Será que uma “proibição vinda de cima” vai realmente ajudar o professor em sua tarefa de ensinar?

O que algumas pessoas não percebem é que o projeto de lei “inofensivo” e “bem intencionado” abre um precedente perigoso na educação: que todo problema na sala de aula seja resolvido por uma legislação, sem debate com as partes envolvidas.

Como professor, gestor, diretor, ou mesmo aluno, você consegue imaginar como seria uma sala de aula com quase tudo regido por leis federais?

A resposta está no cultivo de boas práticas, não em leis

Tecnologia na sala de aula

Tecnologias, até mesmo pela definição da palavra, são ferramentas à disposição de quem as utiliza. Não há nenhum valor intrínseco positivo ou negativo na ferramenta em si, apenas na forma como é utilizada.

O mesmo raciocínio se aplica às tecnologias educacionais.

Inúmeros estudos são feitos todos anos demonstrando correlações positivas entre uso da tecnologia e melhor aprendizado. Se a internet, os tablets, os computadores, os aplicativos forem usados para estimular a imaginação dos estudantes e amparar o trabalho do professor, com objetivos claros, podem ter impactos positivos não apenas nas notas, mas no desenvolvimento de habilidades e no engajamento dos estudantes.

As novas tecnologias e abordagens pedagógicas estão também transformando o papel do professor em sala de aula. O mais recente relatório do NMC (New Media Consortium), mostra tendências tecnológicas que devem se difundir na educação básica com mudanças na atuação docente. O professor não será substituído, mas sim será elemento fundamental para mediar, ensinar os estudantes a aprender, a relacionar conteúdos pedagógicos com o mundo real, a pesquisar além da internet.

“Uma das imagens mais caricaturescas difundidas da tecnologia na educação representa um computador que substitui o docente, oferecendo automaticamente a informação aos estudantes. Mas isso tem levado a resultados pobres, particularmente quando a ênfase dos currículos já não está apenas nos conhecimentos, mas também nas competências”, diz Francesc Pedró, representante da Unesco para educação.

Não é uma questão de “ou professores, ou aparelhos eletrônicos” na sala de aula; mas sim de “professores e aparelhos eletrônicos” para facilitar o papel do professor e melhorar o aprendizado dos estudantes.

O Brasil não pode remar contra a maré educacional

FOTO: Iran Daily

FOTO: Iran Daily

A UNESCO acredita que as Tecnologias de Informação e Comunicação podem contribuir com o acesso universal da educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a gestão, a governança e a administração educacional ao fornecer a mistura certa e organizada de políticas, tecnologias e capacidades.

Portanto, o uso de tecnologias é uma estratégia que permite que o aluno aplique na prática o que aprendeu de maneira a conectar os conteúdos curriculares com o mundo real, auxiliado pelo professor. Não podemos deixar todo esse potencial de lado para apoiar, por mais “bem intencionada” que seja, um projeto que tenta regulamentar o uso de tecnologias através de proibição legal. O precedente negativo que isso criaria é desastroso.

Causar mudanças significativas na educação brasileira é um desafio e tanto. Não vamos tirar da mesa a tecnologia, uma de nossas aliadas mais fortes nesse projeto.

Por isso, é importante que você compartilhe esta notícia, especialmente com amigos de profissão, para que não deixe que este projeto absurdo jogue nossas crianças no passado!

3 Erros de Marketing Que Sua Escola Pode Evitar

O número de alunos matriculados na sua escola não atingiu as expectativas desse ano?

Talvez você esteja cometendo alguns erros de marketing comuns ao prospectar novos pais e alunos.

Confira como realizar uma prospecção de sucesso aprendendo a não cometer esses três erros identificados pelo presidente da Schola Consultoria de Marketing Escolar, Ralph Cochran:

Três Erros Que Escolas
Cometem Ao Prospectar Novos Pais

 

1) Não identificar quem procuraria sua escola

Pense nos pais que você está tentando alcançar na sua campanha de marketpoint-interrogationing escolar.

Caso não seja o primeiro ano de seus filhos na pré escola, é preciso perceber que a maioria desses pais está enxergando algum problema na educação de seus filhos, haja vista que eles estão considerando mudá-lo de escola.

Quais seriam esses problemas?

Imagine que você tem uma escola católica. Provavelmente uma família muito católica vai querer que seus filhos estudem lá por desejarem um ensino voltado aos valores cristãos, com atividades pastorais e que ofereça, por exemplo, crisma e primeira comunhão.

Para chegar até essa família, sua propaganda deve contemplar as necessidades dela, para que haja identificação.

O erro acontece quando você espera que a família chegue até você primeiro. Seja proativo – alcance famílias com o perfil da sua escola antes que ela busque outras alternativas primeiro. Desenvolva uma campanha de prospecção que os atraia!

2) Não criar Buyer Personas

 

buyer-personasVocê sabe o que são Buyer Personas? Numa tradução livre, podemos chamá-los de “compradores idealizados”, ou seja, uma representação simplificada do cliente ideal da sua escola.

Uma persona é de fato como um personagem, criado para ajudar sua empresa a compreender melhor quem é o cliente e quais são as suas necessidades.

Mas qual seria a utilidade de identificar o Buyer Persona? A principal função de identificá-lo é saber quais são os problemas enfrentados por ele e como sua escola pode ajudar.

Para criar um Buyer Persona, a escola não deve se basear em palpites ou suposições. São necessárias pesquisas de público, coleta sistematizada de dados e formulários de prospecção.

Para saber mais, confira este guia em português.

3) Não ouvir os pais
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Supondo que você fez uma estratégia de marketing efetiva, certamente alguns pais estarão ligando para a sua escola.

Qual será a experiência deles na ligação? Será com alguém gentil e simpático do outro lado da linha, o que contará pontos positivos na escolha da nova escola, ou alguém mal humorado, que irá cortar suas perguntas por falta de paciência para respondê-las, causando uma impressão negativa naquele pai ou mãe?

É preciso ouvi-los e sanar suas dúvidas. A escola deve ter empatia com os pais que entram em contato, descobrindo por que a instituição despertou interesse neles. Também deixe-os saber que você se importa com eles e com seus filhos.

Treinar os funcionários responsáveis pelo departamento de matrícula deve ser uma parte importante da sua estratégia de marketing.  Afinal, uma escola nova é uma decisão importante para a família.

Os pais têm todo direito de saber sobre a educação dos seus filhos, e por isso eles farão diversas perguntas, cujas seus funcionários devem estar preparados para responder. “Nenhum pai ou mãe vai simplesmente aparecer na porta da escola e matricular seus filhos de repente, no primeiro contato”, finaliza Cochran.

Conclusão

O processo de prospecção antes dos pais chegarem até sua escola. Geralmente tudo começa quando eles escutam coisas boas à respeito da instituição através de um amigo ou online. Sua missão como líder escolar é manter as boas impressões dos pais à respeito da escola, promovendo conteúdos atrativos, ajudando-os a tomar decisões. Quando sua prospecção acontece dessa maneira, você conhece melhor os objetivos desses pais e as matrículas aumentam.

Como anda sua proposta de marketing? Caso tenha enfrentado outro erro que se encaixaria nessa lista, não deixe de comentar!

7 Dicas Para Aprender Melhor Online

A educação passa por períodos de transformação. Professores já passam atividades online, utilizando Google Drive ou Dropbox, aplicativos voltados para à educação e material multimídia com vídeos, infográficos e animações.

Um desses educadores é a professora Heather Wolpert-Gawron, que desenvolveu uma lista de características inerentes aos indivíduos que desejam aprender online.

A lista é voltada principalmente para aqueles alunos que estão começando a aprender online, então não deixe de divulgar para os seus alunos!

Uma boa observação é que a maioria desses atributos à serem alcançados na lista também funcionam para quem quer aprender melhor em salas de aula tradicionais.

A diferença, logicamente, é que no mundo virtual o sucesso depende muito mais de escolhas individuais e administração da energia e tempo gastos.

1. Força de vontade

Quem aprende com sucesso possui, de forma inerente, um senso de metacognição – ele é capaz de se auto motivar, começar os trabalhos sozinho e domina suas próprias ações.

Em outras palavras, eles refletem sobre como aprender ao mesmo tempo que aprendem.

2. Administração do tempo

Vivemos num mundo com muitos estímulos visuais, sensoriais e auditivos. Para conseguir ver e fazer tudo que desejamos, é preciso administrar o tempo. Ter a capacidade de elencar hierarquicamente suas prioridades com um olhar crítico é essencial.

Planejar as atividades de acordo com a importância delas é muito mais fácil e efetivo. Daí em diante é só deixar o plano de atividades fluir com responsabilidade.

3. Senso colaborativo

Isso é muito importante. Mais do que entender tecnologia, mais do que uma escrita perfeita, a habilidade colaborativa é a mais essencial para utilizar no aprendizado online.

Compartilhar é propagar conhecimento, ajudar os outros, se importar. Com redes de compartilhamento de informações, é possível aprender mais e de forma mais fácil, colaborativamente.

4. Estabelecimento de Metas

É preciso ser capaz de visualizar o objetivo e planejar o que precisa ser feito para alcançá-lo. Os mapas mentais são bastante úteis nesse momento! Saiba mais:

5. Boa Escrita

A comunidade virtual é baseada na linguagem verbal, ou seja, no uso de palavras numa comunicação efetiva. É preciso dominar o campo da escrita para se expressar bem online.

Vale salientar que a realização de atividades escolares via web não isenta o aluno de escrever formalmente. Nada de linguagem virtual como “vc”, “blz”, entre outras.

6. Seguir as Regras

Assim como a sala de aula possui um conjunto de regras, o ambiente online também. O aluno deve agir de acordo com as normas decididas previamente e designadas pelo professor ou instrutor da atividade online.

7. Autonomia

No mundo virtual você precisa advocar por si mesmo. Afinal, se não for você, quem mais pode sanar suas dúvidas, perguntar e fazer sua voz ser ouvida de forma positiva.

Conclusão

É possível ver claramente que essa sequência de características também se aplica nas salas de aula tradicionais.

Além de colaboração, compartilhamento e autonomia, existem também outros componentes que integram ambos espaços de aprendizado (real e online), como comunicação, resolução de problemas, tomadas de decisão, diplomacia (entender os dois lados), liderança, questionamentos, persuasão, definição de metas e compromisso.

Juntas, essas habilidades se correlacionam e andam juntas de diversas maneiras. Por isso não deixe de frisar aos alunos que as suas expectativas online da “sala de aula virtual” são as mesmas da sala de aula tradicional!