Sua escola é inovadora?

Escolas com conceitos e metodologias antiquadas têm perdido força no cenário educativo.

Embora nosso sistema de ensino esteja longe do adequado para as mudanças proporcionadas pela tecnologia e pelas novas descobertas da ciência do aprendizado, há muito tem se percebido a necessidade de modelos de ensino de maior adaptabilidade e impacto.

Como uma revolução educacional a curto prazo é inviável, a saída é começar aos poucos as inovações no cenário escolar. Elas podem acontecer em diversas áreas, desde na estrutura física até no material didático, contribuindo significativamente para o desenvolvimento educativo.

É importante entender, no entanto, que nem toda inovação precisa necessariamente ser radical e mudar drasticamente a realidade do colégio. As mudanças podem acontecer de maneira gradual, adaptando-se a cada escola em questão.

A seguir elencamos 3 formas de aplicar iniciativas inovadoras na sua escola.

1. Material didático

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A primeira coisa que pensamos assim que se fala em material didático é um livro físico tradicional. Hoje em dia, porém, um leque de opções bem maior está disponível. O material pode ser digital e interativo, pode ter desenhos animados que ensinam de maneira didática e até mesmo estar integrado a jogos.

As possibilidades, é claro, precisam ser bem estudadas para que, de fato, sejam aplicadas e o projeto não caia em desuso. Nenhum material terá efeito guardado no armário ou na mochila das crianças.

Vale lembrar que os recursos utilizados em sala compreendem parcela significativa da metologia utilizada pelo professor, então são responsáveis tanto pelo aprendizado do aluno quanto por estimular a motivação em classe.

Como esses materiais alternativos fogem do padrão normalmente utilizado, ao mesmo tempo que buscam se aproximar da realidade vivida pelos alunos (jogos, interatividade), eles acabam tendo uma ótima receptividade.

2. Metodologia

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Desde o surgimento da escola como instituição, a estrutura física dos colégios segue uma lógica comum de divisão de salas em classes, bem como cadeiras enfileiradas em direção a figura do professor.

O formato coloca o educador como detentor absoluto do conteúdo e conhecimento, pouco estimulando o diálogo em classe. Metodologia essa que há muito tem sido questionada como inadequada.

Hoje, dada a facilidade à informação, tivemos a ascensão do novo papel do professor, como mediador e facilitador do conhecimento. Algumas escolas entendem a necessidade de novos modelos e têm procurado promover aulas diferenciadas, que coloquem, de fato, o aluno como centro do aprendizado.

Ensino adaptativo e gamificação são as boas apostas para esse tipo de estratégia. Um exemplo de escola inovadora, que leva em consideração as formas individuais de aprendizagem, é a Escola da Ponte, desenvolvida pelo educador português José Pacheco.

Na Escola da Ponte, projetos de pesquisa são desenvolvidos por alunos que se agrupam de acordo com os interesses comuns. Há também os estudos individuais, que depois são compartilhados com os colegas.

Durante todo o processo os estudantes podem recorrer a qualquer professor para tirar possíveis dúvidas. A metodologia, dessa forma, privilegia a autonomia e independência dos alunos.

O modelo de escola criado por Pacheco virou referência mundial e é um exemplo inigualável de alternativas viáveis de ensino existem e funcionam, só precisam ser estudadas e estruturadas adequadamente. Dado o sucesso de sua implementação, desde 2011 o modelo está sendo replicado em Cotia, São Paulo, no Projeto Âncora , com o apoio direto de Pacheco.

Embora mudanças drásticas na estrutura das aulas seja inviáveis, é possível se inspirar na Escola da Ponte e consequentemente no Projeto Âncora para a promoção de iniciativas de impacto.

3.Avaliações

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Provas escritas ainda são tradicionalmente o método mais comum de avaliação nas escolas, e, infelizmente, uma área que carece modificações.

Muitas escolas hoje em dia já tem adotado um formato híbrido de ferramentas avaliativas que englobam não apenas provas escritas, mas também seminários, trabalhos em grupo, debates, relatórios individuais, autoavaliação e observação. A estratégia é bastante válida, mas, ainda pode ser melhorada.

Um exemplo interessante acontece na França, onde a nota do aluno vai de 0 a 20. O “10” aqui tradicionalmente empregado como nota máxima, cumpre a função do nosso 7, representando que o aluno ficou na média, apresentando desempenho mediano. O 17 assume então a posição do 10, o que significa que o aluno cumpriu o potencial esperado pelo professor.

O grande diferencial dessa metodologia é que o espaço entre o 17 e o 20 está reservado aos alunos que de alguma formar supreeenderam o professor, indo além das expectativas. Estimulando assim, o desenvolvimento do potencial em sala.

Assim como a inspiração promovida pela Escola da Ponte o Sistema avaliativo da França é uma ótima alternativa para inovação, que nesse caso, conseguiria uma replicação bem mais facilitada.

Você já tem aplicado alguma inovação em seu colégio?