Os princípios por trás do BYOD apoiado pelos pais
Matéria de Tess Pajaron, publicada no EdSurge
Comprar tablets para usar na escola nem sempre é viável. Uma saída é incentivar que os alunos tragam os dispositivos que tem em cada para usar na escola. Este tipo de projeto está se tornando popular em vários países e é chamado de Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo). A introdução bem sucedida de um programa BYOD não é uma tarefa fácil. Diretores e professores devem estar preparados para enfrentar vários desafios, como o desenvolvimento de uma política de utilização responsável e formação de pessoal. Talvez a parte mais importante do projeto seja explicar aos pais como deve ocorrer a introdução da tecnologia na sala de aula.
Uma transição eficaz para BYOD só será possível depois de um planejamento muito cuidadoso e detalhista, a partir de um projeto piloto, por exemplo. Ele pode ser ótimo para convencer os professores descrentes e pais que não entendem sobre o uso do BYOD em sala de aula. Apresentar o programa em fases ou numa base voluntária também irá ajudar os educadores a detectarem potenciais problemas e corrigi-los antes de lançar um projeto BYOD em grande escala.
Se você é um educador interessado em desenvolver um programa de BYOD em sua escola, já convenceu seus colegas céticos e o pessoal do administrativo, é hora de enfrentar o desafio final – os pais. Aqui estão algumas dicas sobre como educar os pais e fazer com que eles entendam a importância do projeto, apoiando-o totalmente.
Princípios dos projetos com tablets
É necessário orientar os pais: fornecer materiais educativos sobre as expectativas e as políticas de uso de dispositivos móveis, os benefícios de sua utilização na sala de aula e como exatamente eles vão ser usados para apresentar o material didático de uma forma atraente.
Você também terá que decidir quais os dispositivos que vai usar e, em seguida, explicar aos pais as razões por estar apoiando um tipo de dispositivos e excluindo outros. Certifique-se que os pais estão cientes de que todas as medidas de segurança tomadas para proporcionar a experiência mais adequada para os alunos – uma política especial de segurança BYOD – deve ser um dos principais pontos a ser enfatizado com os pais.
Como trabalhar a questão do custo
Se você quer que seu programa de BYOD traga um valor real para a sala de aula, você precisa ter certeza de que todos os alunos tem seus próprios dispositivos e podem acessar a web de suas casas. A questão dos custos é uma tarefa difícil – algumas escolas não serão capazes de obter financiamento para o projeto e os pais vão ser os únicos a equipar seus filhos com dispositivos escolhidos pela escola.
A fim de garantir que isso não se torne um problema grave do projeto, tente ver se a escola pode criar um serviço de empréstimo para ajudar a equipar todos os alunos com dispositivos móveis. Algumas escolas oferecem bolsas especiais para ajudar as famílias na compra de um dispositivo ou a instalação de banda larga em casa. Certifique-se de que este aspecto do programa esta bem estruturado antes de começar a convencer os pais de seu valor.
Como estabelecer a política de uso
Os pais costumam associar dispositivos móveis com jogos, por isso alguns deles vão duvidar do seu valor nas escolas e terão medo de que, em vez de participar ativamente das aulas, as crianças vão ficar ocupadas navegando na web. Explique aos pais como você pretende controlar o uso dos dispositivos móveis em sala e se certifique de que os professores estão cientes da política de uso e são capazes de aplicá-la quando necessário.
A importância de orientar os pais
Nem todos os pais entendem de tecnologia e alguns vão exigir explicações adicionais e, talvez, uma demonstração do potencial de uso do dispositivos na sala de aula. Você pode organizar uma sessão de treinamento, onde os pais irão se familiarizar com os dispositivos propostos e suas funcionalidades, experimentando a realidade da sala de aula em primeira mão.
Alguns pais podem temer que o seu conhecimento não seja suficiente para ajudar seus filhos em suas lições de casa, nos equipamentos digitais. Para se certificar de que os professores serão capazes de responder a todas as perguntas que os pais possam ter sobre o lado técnico do projeto, durante as primeiras fases do programa, a comunicação entre pais e professores deve ser mais intensa do que nunca.
Convencer os pais que um programa BYOD pode ser de grande valor para a educação de seus filhos não é fácil, mas é um dever – o seu apoio irá garantir o sucesso de toda a operação.
Américo é doutor em educação pela Johns Hopkins University. Pesquisador em educação, fundou a Escribo onde trabalha com as escolas para fortalecer o aprendizado das crianças.
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